Atração Proibida (DEGUSTAÇÃO)

Capitulo 1

Amanhã, dia 28 de março de 2009, completará exatamente cinco anos que meus pais se separaram. Eu me chamo Amanda, tenho dezenove anos e estou prestes a lhe contar como a minha vida se tornou um furacão de uma hora para a outra.

Desde que meu pai e eu deixamos a Itália, nunca mais vi minha mãe. Mas não pense que foi por culpa do meu pai, o problema é que ela simplesmente se esqueceu de mim no dia em que resolveu sair de casa, nos abandonando sem ao menos uma explicação. Logo após a separação, ela se casou novamente, e, quase um ano depois, engravidou. Nunca conheci minha meia-irmã, a pequena Sophia. Na verdade, vivo me perguntando se minha mãe já não tinha um caso com Gerald, seu novo marido, antes de se separar do meu pai, e se esse não teria sido o real motivo da separação. Mas sempre que abordo este assunto com meu pai, ele desvia o rumo da conversa.

Meu pai e eu viemos morar em Londres, e de uns tempos para cá ele anda imensamente empolgado com uma mulher que conheceu há pouco mais de um ano, e eu nunca fiz questão de conhecer, uma tal Clarisse. O pior é que eles decidiram se casar e já não estou mais conseguindo inventar desculpas para adiar o encontro inevitável onde seremos apresentadas. Não gostei nem um pouco de saber que outra mulher virá morar conosco, tenho certeza de que perderei toda a minha liberdade e terei que dividir a atenção de meu pai com ela. E como se já não fosse o bastante, a megera ainda tem um filho, que também morará conosco, ou seja, só aumenta o número de intrusos em minha casa.

Deitada em minha cama, em um fim de noite de uma sexta-feira de clima muito agradável de verão, folheio uma revista de fofocas com meus fones de ouvido no volume máximo, que toca "Hot N' Cold" da Katy Perry. De repente, meu pai adentra meu quarto dizendo que no sábado iremos jantar fora para que eu possa conhecer sua futura esposa e o filho dela, o que não me deixa nem um pouco empolgada.

— Paizinho lindo, eu tenho mesmo que ir amanhã? Já tenho planos para sábado à noite, o que acha de combinarmos outro dia?

— Claro que não, Amanda, esse jantar é justamente para que você possa, finalmente, conhecer a Clarisse e o filho dela. Você não quis conhecê-la no começo, tudo bem, eu aceitei sua decisão, sei que é difícil para você que eu me envolva com outra mulher que não seja sua mãe, mas...

— Eu não estou nem aí para a Sônia, só não acho que seja necessário esse encontro agora, o senhor não acha que está sendo precipitado?

— Precipitado? Amanda, há quase um ano eu tento te apresentar para a Clarisse, mas você sempre arruma uma desculpa diferente para não ir. O que você quer, afinal? Vê-la só no dia do meu casamento? Ou planeja evitá-la pelo resto da sua vida?

— Não é isso, paizinho, é que eu já combinei com a Mia de sairmos juntas amanhã à noite.

— Já chega de desculpas esfarrapadas, Amanda! Você está precisando de um choque de realidade. Saia com ela hoje ou marque para o próximo fim de semana, mas amanhã iremos a esse jantar. E ponto final!

Reviro os olhos e, totalmente frustrada, digo:

— Tudo bem, pai, o senhor venceu, irei a esse bendito jantar. Vou ver se a Mia pode sair hoje, então.

— Ótimo! E eu vou ligar para a Clarisse e confirmar. E, Amanda, mais uma coisa...

— O que, pai?

— Não me decepcione, por favor.

— Pode deixar, pai... Prometo que vou me comportar.

Nem preciso dizer quão furiosa estou, não é mesmo? Eu ainda nem conheci essa tal de Clarisse, e o tal do filho dela, e eles já estão atrapalhando os meus esquemas. Mas não faz mal, eu vou sair hoje, nem que seja sozinha.