Capitulo 2

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Chegamos à casa de Mia por volta das onze e meia da manhã, dormimos demais. Assim que adentramos a mansão, damos de cara com o senhor e a senhora Olivares, os pais de Mia, sentados na sala, impacientes. Assim que nos vê, dona Graziela se levanta do sofá, um pouco angustiada, e puxa a filha para dentro de seus braços.

— Até que enfim, minha filha. Onde você estava? Por que não dormiu em casa?

— A culpa foi minha, senhora Olivares — digo em um tom meigo. — Desculpem-me, mas saímos um pouco tarde da festa e eu não quis deixar a Mia voltar sozinha, então pedi para ela dormir em minha casa.

— Para variar, você induziu a Mia... — seu Marcos começa a resmungar, mas é repreendido pela esposa.

— Marcos, já chega! O importante é que a Mia está bem. — Ela direciona seu olhar a mim e continua: — Eu sei que suas intenções foram as melhores possíveis, Amanda, e também sei que você e a Mia se consideram irmãs, mas vocês deveriam ao menos ter nos telefonado para avisar que ficariam em sua casa.

— Sim, me desculpe, dona Graziela. Isso não se repetirá, eu juro. Só não achamos necessária acordá-los no meio da madrugada.

— Vocês não fazem ideia das coisas horríveis que eu pensei que poderiam ter acontecido a vocês duas quando fui até o quarto da Mia e encontrei a cama vazia!

— Acalme-se, mamãe. A senhora é muito pessimista, está sempre pensando nas coisas ruins que podem me acontecer... A senhora precisa relaxar um pouco.

Nossa! Pensei que o senhor Olivares fosse proibir a Mia de voltar a me ver. O homem tem uma implicância sem fundamentos comigo, mas a dona Graziela sempre nos ajuda, ela diz que entende que tudo isso faz parte dessa nossa fase da juventude.

Passo a tarde toda na mansão Olivares. Por volta das seis e meia da tarde, volto para a minha casa para me arrumar para o tal jantar do meu pai. Maldito jantar! Minha vontade é de simplesmente não ir, mas prometi a ele que iria e que me portaria bem. Para o meu pai, uma das maiores provas de falta de caráter do ser humano é faltar com sua palavra, e eu não posso decepcioná-lo.

Quando o relógio marca oito horas em ponto, meu pai e eu chegamos ao restaurante combinado. Ele veste uma calça e uma camisa social preta. Eu estou usando um vestido rodado lilás na altura dos joelhos, uma maquiagem leve e uma sandália baixa em um tom lilás um pouco mais escuro.

Papai entrega as chaves de seu carro ao manobrista e entramos no restaurante. O espaço é bem luxuoso, alguns garçons em trajes finos praticamente flutuam pelo salão ao som de Beethoven enquanto uma moça loira de vinte e poucos anos dedilha um piano branco de cauda. Odeio admitir, mas, pelo visto, a tal Clarisse tem bom gosto, o lugar é muito aconchegante.

Seguimos em direção a uma mulher loira bem elegante sentada a uma mesa disposta em uma espécie de sala privativa. Assim que seu olhar encontra o de meu pai, um enorme sorriso nasce em seus lábios. Ela se levanta de sua cadeira e sela seus lábios aos de meu pai em um beijo rápido.

— Oi, amor — diz.

— Oi, meu amor. Desculpe-nos pela demora, a Amanda é um pouco vaidosa.

Olho para ele totalmente descrente do que acabo de ouvir. Foi ele quem ficou horas em frente ao espelho se penteando e se perfumando enquanto eu o esperava na sala, conversando com a Nana. A mulher direciona seu olhar para mim e diz suavemente:

— Tudo bem, não tem problema. E essa moça tão bela deve ser a Amanda, certo?

— Sim. Muito prazer, Clarisse.

— O prazer é todo meu, Amanda. Você é ainda mais bonita do que seu pai havia me dito.

— Obrigada — digo, lhe lançando um sorriso forçado.

Atração Proibida (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora