< Rosie >
"Ro, por favor, vamos embora"-Debbie estava me falando isso a horas
"Deb, é só mais um pouco eu juro!"- insisti, ainda abraçada ao meu Four (eu não o largaria por nada)
"Acontece que já estamos aqui há horas, sem nada acontecer. Está frio, é um lugar estranho e estamos sozinhas, só aquele cara estranho tal de Diego ainda está esperando... Eu não estou a fim de ficar com esse cara até de madrugada"- ela retrucou, irritada
"Também achei ele esquisito"- concordei. Além de ter estragado o meu momento a algumas horas atrás, esse tal de Diego é realmente muito estranho...-"Mas Debbie eu sei que ele voltará logo"
"Rosie, o que custa deixar essa história para amanhã? Eu estou cansada com frio e fome! Dá para pensar um pouco na sua irmã, é a ultima vez que te digo, eu quero ir embora!"
"Você não entende mesmo como é importante para mim!"-falei e ela bufou- "Tudo bem, eu volto amanhã"
"Finalmente, obrigada estou quebrada"- Debbie concluiu já saindo daliFiquei olhando pro Dakota, eu não queria voltar pro hotel, se eu esperasse por Harry com certeza conseguiria vê-lo e falar com ele. Mas eu também tinha que cuidar de Debbie, prometi aos meus pais que voltaria com a caçula "em perfeito estado" pra Inglaterra, e fico me sentindo meio culpada se ela ficasse cansada, com fome e tudo mais... Eu teria outra oportunidade - ou talvez não.
Encarei meu Four e imaginei como fosse se Harry chegasse naquela hora, assinasse o disco e tirasse uma foto comigo. Infelizmente só dava para imaginar mesmo porque ele não chegou e tive que parar de babar e seguir minha irmã.Só estávamos, eu, minha irmã e aquele cara estranho que me atrapalhou. Os outros fãs se contentaram ou desistiram de esperar e foram embora; esse tal de Diego era realmente estranho, a presença dele me assustava e eu tinha uma sensação ruim quando estava perto dele - não, sei porque, deve ser coisa da minha cabeça, talvez fiquei irritada com ele. O cara até tentou puxar assunto com a gente durante aquele tempo que passamos ali, mas eu e Debbie fugíamos da conversa (ele ficava falando sozinho, atormentando os porteiros!...)
Enfim, tive que desistir do meu plano e deixar meu autografo para outro dia. Eu e Debbie pegamos um táxi e voltamos para nosso hotel - que realmente era mais perto do que percebemos. Fiquei todo o caminho com cara de depressão e Debbie reclamando de fome e sono; o álbum parecia ficar me encarando e me culpando por não ter conseguido. Assim que entramos, Deb foi correndo para a cozinha com o objetivo de matar a fome, eu me joguei no sofá, frustada e liguei a TV.
"Rosie, me ajuda por favor!" - Debbie reapareceu na sala, com uma cara engraçada de desespero.
"O que foi?" - perguntei, desligando a televisão
"Não tem nada naquela geladeira! E nem no armário" - Ela dizia e eu apenas ria - "Para de rir e faz alguma coisa antes que eu morra de fome!"
"Debbie por que não come no próprio hotel? A gente tomou café aqui, deve ter alguma coisa"
"Por acaso você viu que horas são?" - disse e respondi que não - "Pois é! São quase 10 horas da noite! Acha mesmo que o hotel serve algo nesse horário?
"E então, o que quer que eu faça? Tem certeza que não tem nada no armário ou na geladeira?"
"Claro, tem ovo e leite.." - Deb com fome é bem irritante e irônica.
"Olha Debbie, eu não devia, mas vou procurar alguma coisa para você. Satisfeita?" - falei , me levantando e olhando o sorrisinho cínico que ela deu.
"Você é uma graça, Rosie. Sabe que te amo né?" - fez a graça de me conquistar. O que não faço por essa pirralha...
Além de satisfazer as vontades da caçula mimada, eu tinha uma segunda intenção: Passar no Dakota de novo, só por prevenção - vai que encontro com Harry, né? - Coloquei meu casaco, peguei minha carteira joguei tudo na bolsa, e me despedi da peste chamada Debbie e saí para encontrar um táxi. Em poucos minutos um e nem fazia ideia da onde vendia comida ou de onde procurar. Tive uma vontade enorme de passar no Dakota primeiro, antes de procurar alguma coisa para Deb. Vai que encontro uma lanchonete ou um mercado lá por perto...
Pedi pro táxista ir para o Dakota, e não sei porque, meu coração me mandou descer ali. Estou me sentindo mais sensível do que o normal, parece que estou cheia de pressentimentos e essas coisas, que medo. Desci na esquina do edifício e o táxista não quis esperar - deixei-o ir, eu podia me virar depois. Meu coração a palpitar mais forte, quando vi Harry e Louis saindo de carro em frente ao prédio.
Ai meu Deus, não pode ser verdade! Eu não podia gritar, pelo horário e respeito aos vizinhos, mas não podia ficar parada estando apenas há alguns metros longe dos meus ídolos - na hora me culpei por não ter carregado Four comigo, mas eu devia ter algum papel e uma caneta na bolsa, isso já me alegraria. Mesmo com as pernas bambas de nervoso tentei acelerar o passo e me vi cada vez mais próxima. Meu coração batia tão rápido que achei que fosse enfartar antes de chegar até eles, eu tinha um sorriso bobo e estava tentando segurar as lágrimas.
Eu achei que estava sozinha naquela rua, antes que eu chegasse até a porta do Dakota, comprovei o contrário. Avistei alguém saindo 'das sombras' enquanto me aproximava e levei um pequeno susto. Por um instante me aliviei, reconheci que o cara que surgiu do nada era Diego, pelo menos era um "conhecido". Mas num piscar de olhos, o pânico tomou conta de mim, minha voz não saiu e aumentei meus passos para alcança-lo, sem nem pensar duas vezes.
Ou aquilo era realmente um arma ou eu estava muito maluca. Meu corpo paralisou por alguns instantes enquanto minha mente associava o que eu tinha acabado de ver, não era a toa que me sentia mal perto de Diego, não era a toa que o achávamos tão estranho. Eu sabia, ele era um psicopata! O tempo parecia congelado, mas na verdade, eu só tive poucos segundos para tomar uma atitude. Nesse tipo de momento toda aquela coisa que você aprende com os pais de não reagir e não agir, simplesmente cai. Era Harry Styles, o meu herói de anos e era minha vez de fazer alguma coisa.
Minhas lágrimas de esperança agora eram de desespero e meus passos ainda mais apressados. Diego não tinha me visto e isto foi positivo para mim, isso só pode ter sido algo do destino -
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10 de Dezembro de 2015
Hayran Kurgu10 de Dezembro de 2015 Uma data que ninguém gostaria de lembrar e que todo mundo gostaria de mudar. O dia que o mundo parou, dia que mais um sonho se quebrou. Talvez todos nós voltaríamos no tempo se pudéssemos e impediríamos que tudo aquilo não tiv...