Quando somos crianças, tudo parece mais fácil. A vida se resume a brincadeiras e fingir que já somos adultos! Que pressa será essa, que temos de crescer?
Agora, o meu maior desejo é passar esta informação:
A história que irei contar, não é fictícia e muito menos é a história da minha vida. É sobre o meu tratamento, e como superei o câncer.Como eu já estava dizendo, quando crianças o mundo parece ser perfeito e tudo é possível, e como qualquer pessoa, eu tinha os sonhos mais loucos e mesmo assim, jamais poderia imaginar tudo o que já me aconteceu.
Nunca fui o tipo de criança popular, estava mais no grupo dos Nerds, aquelas crianças que todo mundo só pensa em pedir cola! Ha haEm questão de profissão, já mudei muito de idéia : Já quis ser Bióloga Marinha, pois adorava o fundo do mar e seus habitantes, porém eu e a Biologia temos uma história de amor, ódio e muito "não tô entendendo"! A professora Tânia que o diga!
Pensei em ser professora de Matemática. Sim. Eu era criança e não entendia que essa matéria, era como um bicho papão que se alimenta de sonhos, quando você esta fazendo vestibular ou um concurso público. E não venha me dizer que é só uma questão de prática, não vamos criar inimizades, ok? Ela só é fácil no ensino fundamental e olhe lá!Também quis ser Astrônoma, a final, adoro estudar sobre os planetas e estrelas, porém a Química é algo que está fora do meu alcance e as aulas de Física eram fáceis demais para estarem corretas. E não vamos esquecer que Física, também é envolve Matemática, só que pior! Ha ha ha
Mas de todas as coisas que quis e desisti, nada me doeu mais do que parar de escrever. Sempre gostei, e mesmo com as dificuldades em desenvolvimento textuais, aos poucos fui descobrindo está paixão! Comecei a criar histórias e personagens, mundos paralelos onde tudo era possível e aceitável. E mesmo nesses mundos loucos e improváveis, não poderia imaginar o que estava prestes a acontecer...
Era janeiro de 2012, quando voltei de uma viajem à Bahia. Comecei a sentir uma coceira pelo corpo, mas atribui isto ao cloro da piscina que mergulhei várias e várias vezes quandoestava de férias. O tempo foi passando e a coceira não. Era algo constante e chato. Tipo aquelas picadas de mosquito durante o verão. Mas até aí, tudo bem.
Uma das poucas atividades que eu gostava era corrida, e como eu iria participar de um concurso público que exigia provas de atividades físicas, comecei a treinar na praia com o meu pai. Sim, eu já tentei ser Fitness!
Algum tempo depois, passei a ficar doente, o emagrecimento me deixou um pouco preocupada e as dores nas costas mais a falta de ar, me levaram ao hospital várias vezes.
O diagnóstico era sempre o mesmo: Um pouco de anemia e pneumonia.
Quase todo mês, eu passava pelo Pronto Socorro do Irmã Dulce. Minha mãe começou a achar que eu não tomava os remédios corretamente, já que estava sempre doente. Passaram- se alguns meses e o meu peso já estava aumentando, até demais, diga-se de passagem!Arrumei emprego no Telemarketing. Foi uma fase frustrante, e aqui vai o meu apelo para o pessoal parar de xingar os atendentes pelo telefone! (Pessoalmente também não) ha ha ha!
Espero que não dêem risada, mas nesta época, comecei a me preocupar com os meus 72 quilos. E como qualquer pessoa normal e sensata, queria emagrecer sem fazer exercícios. Óbvio que daria certo! Sonhar ainda esta de graça!
Ah, quase ia me esquecendo, nesse meio tempo, a coceira começou a piorar cada vez mais. Deveria ser algum tipo de micose, certo?Meus pais insistiram que eu passasse na Unidade de Saúde, próxima à minha casa, porém a saúde pública é lamentável no Brasil. E aquele posto de saúde do bairro Vila Sônia, além de demorar vários e vários meses para agendar uma consulta, perdia até os exames mais simples, inclusive os que eram realizados no próprio local, como os preventivos! Não sei se era descaso dos funcionários, ou o que, mas eu faço parte de um grupo de pacientes que tem inúmeras reclamações sobre aquele lugar! Mas isso eu explico mais pra frente.
A coceira no pé ia se intensificando e a idéia de ser uma micose, não me era tão absurda, pelo simples fato : Eu adoro andar descalça! Mesmo que minha falecida avó, sempre me desse uma bronca e um assusto:
-Se ficar andando assim, seu pé não vai parar de crescer, heim!
Oh maldade!
Foram comprados vários remédios para a micose. E nenhum deles adiantava. Os braços também começaram a coçar. Era muita incomodo.Depois de muita insistência, consegui uma consulta e me deram uma guia de consulta, no Cemas, com uma dermatologista. A médica não só chegou com mais de 2 horas de atraso, como também ficou olhando com cara de nojo as minhas feridas nas pernas!
Sim, já estava tão forte que me arrancava sangue. Era um alívio terrível e preocupante que já havia me obrigado a passar até remédio para sarna!Contei a médica, enquanto me coçava, diga-se de passagem, sobre o problema. Até cheguei a mencionar que tinha andado descalça pela praia de Peruibe. Ela olhou para minhas pernas e disse o seguinte:
-Você vai tomar este remédio,- dizia enquanto escrevia o receituário- é uma vacina que age no organismo durante 30 dias. Caso não melhore, você volta. Na farmácia não é muito caro e o farmacêutico aplica. Próximo!
E foi assim, sem um mísero pedido de exame de sangue, sem fazer mais do que uma pergunta, a consulta tinha acabado. Nem a guia de retorno ela fez. Voltar quando? Daqui à 2 anos?Fui até a farmácia revoltada, tomei a vacina e mesmo assim, a coceira não deu trégua! As vezes ficava com vergonha dos machucados que fazia em minhas pernas, estavam feios. Era como se eu tivesse pego catapora outra vez! Como se isso fosse possível haha
-Para com isso, você está se machucando!-disse meu pai, certo dia, ao me ver tirando sangue do peito do pé- Vou dar um tapa na sua mão se te ver fazendo isso de novo.
Quem me dera isso desse certo!☆☆☆
O ano já era de 2014, e eu tinha comprado vários potes de uma farinha para emagrecer, o famoso "seca barriga"!
Agora vem a parte que você se pergunta: Mas antes você não estava preocupada por estar perdendo peso?
Pessoal, eu estava preocupada, depois eu comecei a engordar e ficar acima do peso. É pedir muito, querer ter um peso dentro da média pra sua altura, enquanto come todo o tipo de besteiras pela rua? É?! Acho que não.
Devido ao meu horário de trabalho, acabava pulando o almoço e só comia comidas rápidas pela rua. Era o máximo que eu conseguia com as "pausa 20". Notei que minha pressão começou a baixar e por várias vezes tive que parar em algum estabelecimento, com medo de desmaiar no meio da rua. Conclui que se devia ao calor intenso do verão. Rezava dentro dos ônibus para não tombar em cima de alguém. Decidi que já era hora de deixar o "seca barriga" de lado. Vai que ele e sua fórmula, não tão eficaz de emagrecimento, estivessem me causando algum efeito colateral.Nesse meio tempo, percebi que um caroço havia surgido no meu pescoço, mas ele era tão pequeno, que achei que só havia dormido de mal jeito. Nem eu e nem a minha família demos muita atenção à ele, afinal eu já estava com suspeita de pneumonia outra vez! E isto sim, era mais sério do que aquele carocinho no pescoço!
Que terrível engano....
☆☆☆
Nem tinha notado que estava magra demais, até que uma colega de trabalho veio falar comigo.
-Bicha, o que está acontecendo com as suas pernas?! Estão sumindo, mulher!- disse ela me medindo por debaixo dos óculos-.
-Essa calça é da minha irmã, -respondi sem graça - ela sempre teve as cochas mais grossas que as minhas.
Ela deu de ombros e se sentou em sua cabine enquanto eu ia para a minha, sentei na cadeira e olhei, disfarçadamente, para minhas pernas. A calça marrom claro, estava mais larga mesmo. Na época, o meu ex namorado, também já tinha notado a perca de peso, mas sempre me tranquilizava dizendo que estava normal.Agradeci ao" seca barriga" e o seu efeito tardio. Quem é que precisa de dieta balanceada para emagrecer? Era o meu tapa na cara da nutrição e da atividade física!
Eu estava começando a ficar contente, mesmo passando mal várias vezes. Estava com o peso bom e continuava comendo minhas gordices. Você pode até pensar que isso era infantilidade e falta de responsabilidade com a minha saúde, mas vamos lá. Eu tinha 20 anos de idade, quem se importa com saúde, de verdade, com essa idade? No máximo ficamos preocupados e depois deixamos um pouco de lado.
E foi então que os caroços, sim caroços, começaram a aparecer e se espalhar pelas laterais do meu pescoço e ombros.
E não pense que eu não fui ao medico assim que o segundo apareceu e o primeiro começou a crescer! Não deixei vários aparecer, 14 para ser exata, para me preocupar!
Eu fui ao médico
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Câncer .com (Revisando)
Non-FictionEsta não é uma história fictícia! Meu nome é Fernanda Aparecida e fui diagnosticada com câncer aos 20 anos! Neste livro conto de um jeito leve e divertido, todos os altos e baixos que tive graças a doença!