Comecei a fazer o preparativos. Eu e meu pai levamos alguns papéis para a assistente social. Ela fica responsável de agendar nossa consulta. Passa algum tempo até que tivemos respostas. Pegamos o que iríamos precisar e partimos pra São Paulo. Já mencionei que tenho duas pastas cheias de exames? E que não são nada leves?
A primeira consulta é com a infermeira.
Ela explica que a primeira fase é ambulatorial. Ou seja, volto todos os dias para casa. O procedimento poderia levar de 1 a 5 dias. Dependia do número de células que seriam coletadas. Ela disse que eram coletadas por um cateter e depois congeladas. Me falou sobre os riscos pois eu poderia pegar um infecção com uma enorme facilidade, afinal estaria sem defesas no organismo. Explicou que ao matarem todas as medulas que sobrarem no meu organismo e assim retirando a minha imunidade, estariam obrigando meu organismo a reconstruir desde o início minhas células de defesa, deixando meu corpo mais forte. Informou que o câncer, que estava no meu sangue, seria destruído com todas as outras células do sangue. Afinal a medula óssea é a fábrica do sangue e seus componentes!
Chegou a parte de me alertar que havia uma pequena porcentagem de óbito, devido às infecções.
Depois de tudo esclarecido disse que antes da coleta eu deveria tomar uma ejeção na barriga, granoloquini, duas injeções de 12 em 12 horas. Ela disse que isso faria as celulas saírem da minha coluna e ir para a corrente sanguínea. Minha ficou encarregada desta parte. Ela sempre me aplicou ejeção quando eu precisava. Ela sempre me ajudou. Chegou a sair do emprego por minha causa e isso eu nem tenho como agradecer!
Depois de uma semana mais ou menos a consulta com a médica foi realizada. Ela olhou todos os meus exames e pediu mais alguns. Me mediu, pesou e examinou. Disse que provavelmente eu só internaria em dezembro, fiquei triste. Passar o aniversário no hospital isolada do todos não seria legal!
Chegou o dia da colocação do cateter. Fomos para São Paulo se iríamos ficar por lá nos próximos três dias.
Subi à 13 horas para a colocação. Porém tinha bastante gente na minha frente e só fiz o procedimento as 18:40.
Sim, eu chorei de novo e não, não senti dor! Novidadeee
O médico até que fez umas brincadeiras e me fez rir bastante. Depois que terminou a operação, até brinquei com a cadeira de rodas que eu estava. Sim, eu conseguia andar... mas acho que não podia. Depois de aguardar uma hora de repouso para ver se o curativo não sangrava, fui para minha tia que mora em São Paulo.
No outro dia fiz a coleta das medulas. Cerca de 4 horas e meio ou mais. Lembro- me que cheguei a vomitar a comida que me deram. Quando foi no final da tarde, recebemos a notícia que as células coletadas eram suficientes! Então no outro dia voltaria ao Hospital Brigadeiro.
Dessa vez dormiriamos no tio do meu segundo pai.
Naquela altura do campeonato eu já estava ciente que aquele cateter seria retirado e que no dia da internação seria passado outro mais fino. Enquanto fui para uma salinha retirar o cateter. Minha mãe ficou conversando com a médica. Disse que eu estava triste por passar o aniversário no hospital. A médica Roseli pergunta quando eu faria aniversário. Minha diz que no início de dezembro. E para minha grande alegria ela informa que eu estaria longe dali antes disso! A internação seria dali a duas semanas!
Depois fiquei sabendo que uma paciente que eu usava na minha frente não poderia fazer ainda porque estava com uma infecção no dente.
Devo informar que durante dois anos, minha mãe da doce de Cosme e Damião como forma de agradecimento por tudo de bom que já me aconteceu durante o tratamento. E tenho certeza que eles me ajudaram mais uma vez!
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Câncer .com (Revisando)
Non-FictionEsta não é uma história fictícia! Meu nome é Fernanda Aparecida e fui diagnosticada com câncer aos 20 anos! Neste livro conto de um jeito leve e divertido, todos os altos e baixos que tive graças a doença!