[02] Bloody Mary

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Segunda-feira, 12 de Abril de 2011, 06h30 AM.

Naquela manhã Emily acordou antes do alarme tocar, estava ansiosa com o primeiro dia de aula na nova escola. Tomou seu novo livro em mãos e desceu as escadas já arrumada. Claire e Mason estavam sentados à mesa, comendo o que parecia ser uma torta de chocolate, o que fez Emily torcer o nariz em uma careta descontente. Ela odiava chocolate.

— Bom dia Emy —A mais nova a cumprimentou— Sabia que o papai viu um fantasma ontem? Eu ouvi ele contar para a mamãe antes de sair para trabalhar hoje.

— Um fantasma, huh? —Emily sorriu— Ele estava só brincando.

— Não é porque você não acredita que significa que seja mentira —Mason respondeu emburrado e a garota apenas deu de ombros.

— Certo. Não se atrasem para a escola.

Foi a última coisa que ela disse antes de sair de casa e mais uma vez, enquanto caminhava em direção à escola, uma sensação estranha invadiu seu peito, fazendo seu coração palpitar desordenadamente. Assim como tudo naquela cidade, o colégio tinha uma aparência sinistra, era um enorme e antigo edifício cinza de cinco repleto de janelas e em frente ao mesmo, uma grande placa já descascada com o nome da escola entalhado.

Decidida a não se deixar levar pela aparência sombria do lugar, Emily entrou no prédio e após uma longa caminhada pelos corredores, acabou encontrando um grupo de garotas que conversavam animadas próximas à escadaria.

— Olá —Emily resolveu arriscar. Elas não pareciam tão cretinas quanto nos filmes— Eu sou nova aqui.

Uma delas voltou o olhar para a garota e sorriu, examinando-a de cima a baixo.

— Oi, garota nova, eu sou a Mary. Como você se chama?

— Emily.

— É nova na cidade ou na escola?

— Nos dois —Emily respondeu enquanto pensava rapidamente em uma forma de continuar o assunto— Hm, vocês são de qual sala?

— 809B —Uma morena respondeu em um o tom nem tão amigável.

De todas as garotas ali, Mary parecia ser a mais simpática. Tinha longos cabelos ruivos cacheados, olhos verdes e o rosto repleto de sardas. Era realmente bonita.

— Sou da mesma sala que vocês —Emily sorriu de leve.

— Então nós podemos ir e continuar nossa conversa lá —Mary sugeriu, agarrando-se ao braço esquerdo de Emily e puxando-a junto a si.

Emily ouviu entediada todas aquelas conversas de adolescente, álcool, festas, garotos, divas pop e boybands. Ela não estava interessada em nada disso, pelo contrário, sempre se pegava pensando naquele livro estranho e na sensação aterrorizante que sentia toda vez que o lia.

— Então, Emily —A voz de Mary despertou a garota de seus pensamentos— Já ouviu falar das lendas de Timothy Creek?

— Ah, na verdade sim. Eu encontrei um livro sobre essas tais lendas no meu quarto.

— E... você já leu alguma? —Uma outra garota perguntou num tom apreensivo.

— Sim, só uma —"Finalmente algum assunto interessante" foi o que Emily pensou— Se eu não me engano ela se chama A Dama da Meia-noite... pura tolice.

Foi só quando todos que estavam na sala pararam o que estavam a fazer e olharam sérios para Emily que a garota percebeu a besteira que havia falado ao chamar a história de tola.

— Nós aqui da cidade levamos as lendas e as festas de Halloween super a sério —Mary alertou— Não brinque com essas coisas.

— Desculpa...

The Secrets of Timothy Creek | EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora