Eu observava o espectro de Claire com atenção, mas resolvi deixar isso de lado, não queria mais ter que mexer com forças sobrenaturais. Foi na volta para o meu quarto que eu pensei em algo para me animar, já que todo esse clima de terror estava me fazendo mal. Resolvi convidar alguns amigos para uma festa no lago perto de casa. Na manhã seguinte eu falei com minha mãe e comecei a preparar tudo.
A campainha havia tocado algumas vezes até que todos chegaram. Pegamos as coisas e seguimos para o lago. Já estava anoitecendo quando Kate começou a gritar e veio correndo na nossa direção. Ela estava com as pernas sujas de lodo. Kenneth correu para ver o que ela tinha.
- Qual foi o problema, Kate?
- P-primeiro eu havia visto o corpo de uma garotinha na água -Ela dizia apavorada - Aí quando eu saí correndo, senti alguma coisa puxando meu pé para o fundo do lago -Ela estava ofegante
- Nossa, Kate -Mavis a olhou - Deixe de ser dramática, eu nem comecei a contar histórias de terror desse lago! -Riu
- Suas histórias não são tão boas quanto as minhas, Mavis -Hayden riu também
- É o que nós vamos ver.. Hayden -Ela disse
Jay abriu um saco de batatinhas e começou a comer.
- Lembram do Max? - Jay perguntou com a boca cheia e todos ficaram sérios
- Sim, por que? -Kate perguntou
- Ele morreu por uma causa desconhecida. Morreu no banheiro da casa da Emily sendo sugado pelo ralo ou alguma merda assim -Ele disse jogando o saco fora
- Deve ter sido a Carmen Winstead -Eu disse
- Carmen Winstead? -Todos perguntaram e riram ao mesmo tempo
- Qual foi pessoal? Nunca notaram uma coisa estranha nessa cidade? -Os olhei indignada
- A única coisa que deu para notar foi a falta de crédito nesse seu celularzinho -Mavis disse ironicamente
- Muito engraçado - Revirei os olhos
- Pessoal! -Kenneth chamou atenção e todos o olharam - Ouviram um barulho estranho?
- Não -Todos disseram, inclusive eu
- Deve ter sido algum bicho -Ele falou abrindo um saco de mashmallow
Jay acendeu uma fogueira e todos sentamos ao redor da fogueira enquanto Kenneth assava os mashmallows.
- Alguma história? -Perguntou Kate
- Claro, eu vou contar a história da estátua do palhaço -Hayden disse
- Pelo amor de Deus, Hayden.. Vamos evoluir por favor! A lenda do chupa-cabras é apropriada para esse mato todo! -Disse Mavis
- Não enche cocota, vou contar o que eu quiser.. a lenda começa assim:
Reza a lenda que em uma noite qualquer, um casal que vivia em uma bela casa decidiu sair para jantar, mas dessa vez eles não queriam levar as crianças junto, pois queriam um pouco de privacidade. Sendo assim, eles chamaram uma garota, filha de uma vizinha, que costumava cuidar de crianças. Antes das dez os dois haviam saído e deixado a menina à cuidar de seus filhos. Logo os pais deixaram a casa, a garota levou as duas crianças para cima e as colocou na cama. Durante todo o tempo em que passou no quarto dos pequenos ela sentiu-se observada.
Assim que elas dormiram, a menina resolveu ir para o quarto dos pais, que também era no segundo andar e tinha TV, assim ela poderia cuidar das crianças e ainda assistir um programa de televisão. Nem dez minutos faziam que a garota havia se deitado e olhava o programa, quando ouviu um barulho no corredor escuro, algo parecido com uma batida seca. Subitamente ela ficou em estado de alerta, tentando ouvir algo, até mesmo a respiração ela segurou, mas reinava o absoluto silêncio em toda a casa.
Tentando deixar isso para lá, a menina voltou a assistir TV, mas poucos segundos depois outro barulho retumbou pelo corredor, dessa vez mais baixo, porém mais próximo. Juntando toda sua coragem, a menina se levantou da cama sem fazer nenhum barulho, e pé por pé ela foi até a porta entreaberta. Sem movimentá-la, a menina espiou o escuro corredor, mas não enxergou nada a não ser o breu e uma tênue luz que vinha da janela no fim do corredor. Vendo que tudo parecia normal, ela se virou e no momento em que deu o primeiro passo em direção à cama, seu coração parou por um segundo, pois o barulho veio do andar de baixo.
Por aquele mero segundo ela não conseguiu identificar o que era, mas no segundo seguinte a menina notou que era mais que o telefone. Mesmo com o coração batendo igual um tambor, ela desceu a escada e foi atender. No momento em que tirou o telefone do gancho, a garota só ouviu um chiado, que parecia até mesmo de um animal, mas era humano, uma respiração pesada. Mas ninguém falou nada e na hora que ela abriu a boca para falar, a linha caiu. Assustada, a menina subiu as escadas correndo e foi ver as crianças. No momento em que ela abriu a porta e acendeu a luz, ficou totalmente paralisada, pois no outro lado do quarto ela viu um palhaço de pé. Durante alguns segundos ela não conseguiu se mover, mas notou que o palhaço também estava imóvel.
Pensando mais inteligentemente, ela notou que era na verdade uma estátua, afinal fazia todo o sentido ter uma dessas no quarto das crianças, apesar dela não se lembrar de ter visto a estátua na hora que colocou os pequenos para dormir. Vendo que os dois ainda dormiam, ela se virou e retornou ao quarto dos pais. Quando ela fechou a porta, o telefone começou a tocar novamente. Outra vez ela desceu e atendeu, só que dessa vez uma voz rouca falou.
- Estou mais perto do que imagina.. Talvez fosse bom ir ver as crianças -Riu logo em seguida
Sem pensar duas vezes, mas com um medo sem tamanho, a garota subiu as escadas com o telefone na mão e entrou no quarto das crianças. Para sua surpresa as duas dormiam e tudo parecia normal. Durante alguns minutos, ela ficou ali parada respirando fundo. Depois se virou para sair e quando deu um passo em direção à porta, ela pode ouvir um barulho atrás dela, porém antes mesmo que pudesse se virar, ela deu um pulo. Pois o telefone começou a tocar em sua mão. Rapidamente ela se lembrou da ultima ligação e assim que atendeu, já começou a gritar, mas quem falava do outro lado da linha era o pai das crianças.
- Está tudo bem ai?
Demorou um pouco até ela se recompor e responder.
- Está sim, me assustei um pouco com o telefone e essa estátua de palhaço que tem no quarto das crianças..
Antes mesmo que ela pudesse terminar a frase, o pai já estava gritando.
- Tire as crianças daí, não tem nenhuma estátua de palhaço no quar..
O telefone ficou mudo nesse instante. Pois havia caído no chão, assim como o corpo da menina todo ensanguentado. O pai das crianças chegou em casa chutando a porta e subiu correndo a escada. Lá se deparou com o corpo da babá cheio de sangue. Lentamente ele acendeu à luz e caminhou até a cama das crianças, mas lá não havia nenhuma gota de sangue, mas também não havia ninguém...
Hayden contou com a lanterna no rosto.
- E dizem, que sempre que você vê uma estátua de palhaço é melhor.. -Ele apareceu atrás da Kate - CORRER! -Ele disse pressionando as mãos no ombro dela e a fazendo pular e gritar, ele caiu no chão de tanto rir
- SEU PALHAÇO! -Kate gritou
- Palhaço é o que vai estar te observando a noite -Hayden disse ainda rindo intensamente
Um som alto vindo da floresta fez Hayden parar de rir, Mavis e Kate correram para dentro das barracas enquanto eu e os meninos continuávamos parados ali.
- Emmy, o que foi isso? -Kenneth perguntou assustado
- Eu não sei -Murmurei, o som havia parado - É melhor a gente ir para as barracas
- Ok, vamos -Kenneth apagou a fogueira e cada um foi para sua barraca
00:10
Um vento forte balançava a barraca de Emily, o vento aparentemente vinha da antiga casa da árvore de Claire.
- De novo não.. o espírito fica mais forte durante o período da noite.. - Emily disse se levantando para checar se estava tudo bem
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The Secrets of Timothy Creek | EM REVISÃO
ParanormalEmily Schade é uma adolescente de 17 anos que se mudou com seus pais e seus dois irmãos Claire e Mason para Timothy Creek, cujo nome é em homenagem a uma criança que se perdeu de seus pais na floresta e morreu antes dessa floresta se tornar uma cida...