Chapter II - Gone, gone, gone

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Os raios de sol invadiam o dormitório feminino da comunal grifinória impiedosamente. Gina permanecia imóvel, os olhos fechados e um sorriso nos lábios que denunciava um sonho bom. A coberta dourada estava desmazeladamente caída sob o chão ao lado da cama contrária à sua, onde Hermione dormia pacificamente. Seus cabelos se esparramavam pela fronha vermelha em cachos castanhos. Conforme seus olhos se abriam e acostumavam-se com a claridade, ela se viu mais uma vez à Hogwarts. Estava bem. Seus pais estavam bem. Ela era sortuda por estar viva. 

Ela se espreguiçou preguiçosamente, sem coragem alguma de levantar. Limitou-se a olhar para o teto, traçando mentalmente seus planos para o ano, imaginando Ronald e Harry naquele momento. Ela sorria sem querer. 

- Por que você tá acordada? Ei. Por que você tá sorrindo? - A voz da melhor amiga estava rouca pelo sono. Seus cabelos cor-de-fogo estavam mais brilhosos ali, à luz do sol que entrava pelas persianas. Ela parecia agraciada; talvez o sonho tivesse despertado nela algo realmente bom. 

- Eu não estou sorrindo. - Dizer isso só a fazia sorrir ainda mais. Gina deu de ombros, feliz e começou a vestir-se. Hermione fez o mesmo e logo as duas cruzavam a comunal já apinhada de alunos e se juntaram à multidão que entrava no Salão Principal. 

A mesa da Grifinória sem dúvida era a mais cheia. Os alunos conversavam em alto e bom som, os professores pareciam satisfeitos. Neville parecia sorridente demais enquanto conversava com Minerva, que sorria amigavelmente para ele, vez ou outra dando uma colherada em seu mingau. Ao lado, a mesa dos alunos lufanos parecia a mais reduzida. Eles sorriam um para os outros, trocando palavras animadas. Os sonserinos pareciam sonolentos e entediados. 

Gina e Hermione começaram o café da manhã em silêncio. Era imensurável a falta que os amigos faziam. 

- Mione, pelo que vi no mural, tenho aula de História da Magia logo no começo. Não queria me atrasar, então vou andando, tudo bem? - Gina disse limpando os cantos da boca assim que os alunos começaram a sair do Salão. A amiga concordou com um aceno e terminou de comer um pedaço de bacon que ainda estava em seu prato antes de levantar e se dirigir até a primeira aula do dia, Herbologia. A estufa número um parecia lotada, apesar dos alunos reduzidos. Grifinória e Sonserina dividiam o ambiente, levando o clima à um estado caótico, que Neville não parecia notar. 

- Bom dia, galera! Como foram as férias? - Os alunos da Grifinória murmuraram de leve. - Ótimo, ótimo. Bem, em seu último ano, vocês já estão aptos a manusear e estudar plantas que oferecem um grau de perigo maior. Mas para isso, primeiro precisamos entender os envenenamentos causados por elas. - Ele dizia, andando pela estufa com concentração. Ele continuou falando sobre os sete graus de envenenamento causado pelas plantas. - Para representar o primeiro grau, Hagrid nos proveu lindas bobotúberas. Acho que vocês sabem o que fazer, certo? Mãos à obra! 

Era uma tarefa monótona. As plantas eram como cactos sem espinhos e ao espremê-las o que saía era um líquido viscoso. Todos estavam com total proteção, pois o pus das bobotúberas faziam danos imensuráveis à pele se não devidamente diluído. A menina se esforçava para fazer seu trabalho rapidamente. Ouviu alguns murmúrios risonhos atrás de si, em seguida uma força empurrou-a para frente e seu corpo afundou no balde cheio de pus que espremia. Toda a classe sonserina ria de sua situação. 

O líquido verde amarelado escorria pelas suas vestes demoradamente. 

- O que será que a Santa Granger fará agora? Oh, Merlim, por favor, acuda! – Malfoy desafiou-a, aos risos. Os sonserinos gargalhavam copiosamente. As vestes de Hermione estavam pingando pus, e ela reprimiu as lágrimas enquanto sentia a humilhação se espalhando por seus poros a cada vez que sentia os olhares desdenhosos da casa adversária e os de pena da sua própria. 

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