Chapter IV - What Are You Saying, Bitch?

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Malfoy estava escorado no portal da estufa, com os braços cruzados e os olhos tão semicerrados que ela desconfiou que ele não podia vê-la. Eles se olhavam nos olhos de uma forma intensa, o clima estava tão pesado que a rivalidade era quase tangente. A menina travava uma batalha longa e sangrenta contra os olhos de Draco, que não parecia estar para brincadeiras.

Algo que o ferisse, algo que o ferisse, pense, Hermione...

- Ah, eu esqueci de trazer meu Profeta Diário hoje. Tsc, erro meu. Você sempre gostava de nos dar em primeira mão as notícias, mas quando eu tive a oportunidade, perdi. Que falha a minha. Mas então, como anda a sua mãe? - Draco faltou socá-la. Sua boca parecia espumar, seu punho estava se fechando e ela quase podia sentir as unhas cravando na mão dele. Hermione fingiu despreocupação, mas o bilhete ainda ecoava em sua mente.

- Foi você quem mandou esse papel, não foi, sangue-ruim? - Ele mudou o assunto rapidamente. Não queria que Hermione soubesse o quanto ele estava preocupado com o sumiço de sua mãe.

- Você acha mesmo que, se tivesse sido eu a escrever, eu teria vindo aqui pra pegá-lo? - Draco se sentiu um pouco idiota quando Hermione cuspiu as palavras, mas não perdeu a pose, olhando-a ainda com os olhos girando nas órbitas.

- Não sei, pensei que os Weasley fizessem por diversão. - Hermione bufou, o papel sendo amassado enquanto ela fechava o punho assim como ele antes fazia. Era risível o jeito como Malfoy feria os outros pra sair dos holofotes.

- Você ainda não notou que isso é ridículo, Malfoy? - Ela parou para pensar e logo riu com desdém. - Você é ridículo, é óbvio que não vai notar. - Draco rolou os olhos, o sorriso repleto de escárnio em seus lábios.

- Ora, Granger, não disse ainda a que veio. - Draco não via motivos para Granger tentar achar o papel que ele há minutos estivera lendo. Não fazia sentido, e se fazia algum, queria descobrir. E agora.

- E nem vou dizer, se é isso que quer saber. - Saiu marchando para fora da estufa até que Draco segurou seu braço com força, fazendo-a chocar-se contra o vidro do local. Ela olhou pra ele como se fosse atirá-lo da torre de astronomia.

- Você está achando que está falando com quem, sangue-ruim?

- Baixa a sua bola, Malfoy. Foi-se o tempo em que você podia jogar sua riqueza ou seu sangue puro na cara de alguém. - Ela revirou os olhos. - Você ainda não se tocou? - Hermione fingiu-se de desentendida. - Acha mesmo que eu estava procurando o seu papel?

- Não ache que está me enganando, Granger. - Draco ainda segurava o braço da garota com força, e onde ele apertava se formava uma vermelhidão enorme.

- Preciso? - Ela retrucou, uma sobrancelha levantada. - Você que está se achando demais, Malfoy. Pensei ter jogado fora um papel importante e vim procurá-lo, não tenho culpa se peguei o seu papel. Agora faça o favor de me largar? Grata. - Malfoy não parecia satisfeito com a resposta, mas afrouxou a mão no braço da menina que ainda segurava com certa força.

- Se acha que isso acaba por aqui, sangue ruim, está enganada.

- Se toca. - Hermione cuspiu as palavras, agora saindo da estufa. Olhou em volta e se perguntou que horas seriam, não tinha tanto tempo para achar o próximo bilhete. Era confuso e não dava nenhuma pista do que fazer ou de onde procurar. A próxima aula era de Transfiguração, e correu muito bem. Logo em seguida houve uma pausa de alguns minutos e a menina correu para comunal, dirigindo-se até seu dormitório. Procurava toda e qualquer pista, mas desistiu após alguns minutos de busca. Ela estava perdendo seu tempo. Não podia dormir, decidiu ler algo para espairecer e depois voltaria a procurar algum indício de Gina. Logo que abriu seu baú, um papel caiu em seus pés, fazendo seus olhos brilharem.

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