Capítulo 5 - Balada

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(JÚLIA)

Não acredito que sexta-feira finalmente chegou, eu não aguentava mais ter que ver Arthur todos os dias após aquele epsódio constrangedor.

Deitei em minha cama, ainda vestida do trabalho quando ouço meu celular tocando.

-alô? -falei sem ânimo

-oi Júlia!- ouvi a voz de Lili e ela parecia empolgada

-oi flor, tudo bem?

- sim e você?

-to bem- respondi

-então Júlia, eu estavama pensando ir para a balada, vamos?- ela perguntou

-ah não...to cansada- respondi

-por favor,por favor,por favor,por favor,por favor...-ela ficava repetindo sem parar, e se eu conhecia Lilian Fiori, ela não iria parar até que eu concordasse.

-ta bom sua feiosa, eu vou- falei

-ebaaa, te pego as 11!- disse

-ok- falei e desliguei.

Olhei para o relógio e ainda era 21:30. Eu ainda tinha uma hora e meia para me arrumar.

[...]

Me olhei no espelho mais uma vez e sorri, estava linda com um vestido preto curto, sapatos também pretos com spikes e um batom vermelho.

Ouvi Lili buzinar, peguei minha bolsa e desci.

Me despedi dos meus pais e fui ao encontro do carro de Lili

[...]

Entrei com a loira na balada e sorri, ela foi dançar e fui beber um pouco.

Pedi um copo de tequila e tomei em um só gole, pedi outro e fiz o mesmo.

Já estava fora de mim quando decidi dançar,procurei Lili na pista de dança, mas não achei, a safadinha deveria estar se pegando com alguém.

Fiquei movimentando meu quadriu ao som de David Guetta e senti duas mãos segurando minha cintura.

Não tinha bebido tanto, mas era o suficiente para eu continuar dançando com um desconhecido.
Eu dançava e o cara me encoxava de leve, aquilo me excitava e começei a me sentir sensual.

-estou adorando essa dança- o cara falou e tremi.

Sim! Eu conhecia aquela voz, me virei bruscamente e encarei aqueles olhos azuis.

-Arthur? - perguntei assustada, mais ele não mostrou surpresa

-Júlia- ele disse mordendo o lábio inferior.

Ia sair mas ele segurou meu braço, fazendo nossos corpos ficarem colados.

Sentia minha respiração ficar ofegante e meu coração acelerar.

-Me solta!- falei sussurando

-Não, e não tente fugir- ele disse proximo aos meu lábios

-Porque?- perguntei erguendo a sobrançelha.

-Porque aqui você não é a babá da minha filha e eu posso fazer isso- ele disse e colou seus lábios no meu.

Dei tapas em seu peito tentando o afastar, mas era impossível, pois, o mesmo segurava sua cintura com força.

Porra Júlia! Você está beijando o homem mais gostoso do planeta e está tentando se soltar de seus braços?

Meu inconsciente gritou e liguei o botão foda-se que havia em mim, me entregando aquele beijo.

Abri meus lábios e ele riu abafado, finalmente colocando sua língua em minha boca.

Que beijo é esse? Puta que o pariu!

Arthur com uma mão segurava minha cintura, e com a outra a minha nuca. Sua língua dançava com a minha e eu adorava aquilo.

Enfiei minhas mãos naqueles cabelos negros sentindo sua ereção roçar em mim e mordi seu lábio inferior.

-Que delícia- sussurrei em seus lábios ainda extasiada

-vamos para minha casa?- perguntou e mordeu meu ombro. Arregalei meus olhos, voltando para a realidade.

Me afastei bruscamente e Arthur me olhou confuso.

-isso é errado!-falei olhando em seus olhos

-e dai?- ele perguntou e franzi o cenho

-como assim "e dai?"- perguntei nervosa-você é meu patrão, sou a babá de sua filha!

-Olha Júlia...- ele ia falar mas Lili interrompeu aparecendo do meu lado

-Eu não estou legal e vou embora. Você quer ficar?- perguntou e olhou para Arthur, notando sua presença- oi Arthur- disse e ele acenou

-Não, eu vou com você- disse olhando nos olhos de Arthur- tchau Sr. Thompson- Ele não respondeu, apenas saiu em silêncio.

Droga, droga! Eu sou uma idiota, beijei meu patrão e isso compromete meu emprego.

Caralho o que eu fiz? E o pior, porque eu gostei?

[...]

Cheguei em casa,subi para meu quarto, tirei minha roupa e entrei em baixo do chuveiro quente.

Imaginei aquele corpo lindo nu, aqueles lábios nos meus e começei a me acariciar.

Passei a mão em meus seios, imaginando suas mãos ao invés das minhas e fui descendo elas até chegar em minha intimidade.

-Ah Arthur- começei a gemer enquanto esfregava meu clitóris com os dedos.

Estava sentindo um prazer enorme quando cheguei ao climáx, foi então que cai na realidade.

Eu me masturbei pensando no meu chefe, isso não podia acontecer!

Foi só um beijo sem compromisso, estavamos bebtados, não preciso esquentar a cabeça.

Meu inconsciente gritou mais uma vez e o ouvi novamente.

(Arthur)

Abri os olhos e os fechei rapidamente, estava muito claro.

Foi quando Ray entrou pela minha porta falando muito alto.

-Papai! papai! Vamos brincar?- ela falava e minha cabeça latejava em uma das piores ressacas que já sofri.

-Não vai dar filha!- falei

-Mas você prometeu!- ela disse e me estressei

-EU JÁ FALEI QUE NÃO, LARGA DE SER CHATA!- gritei e ela fez cara de choro.

Não pude impedir minhas palavras, estava com muita dor de cabeça. Ela saiu pela porta chorando e então me arrependi.

Eu nunca deveria ser pai, sou um péssimo chefe de familia. Minha esposa me abandonou e sou um brutamontes com minha Filha.

Ainda deitado lembrei da noite anterior, do beijo que dei em Júlia, e do modo que agi ao ser deixado sozinho naquela balada.

Ela estava certa, nunca deveria ter tentado algo com ela! Mas Júlia era tão gostosa e irresistivel.

Suspirei e lembrei do modo que tratei Milena, deixei uma lágrima escorrer, seguida de outras...muitas outras.

De repente...AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora