(ARTHUR)
Ouvi passos de salto na escada e voltei o olhar para a mesma. Lá estava Júlia, linda e sexy.
Ela vestia um vestido estampado e longo, com um decote pequeno entre o seios, mas grande o suficiente para me deixar louco de ciúmes.- Você está linda- falei um pouco mais alto do que gostaria
-Aonde você vai, mamãe? - Rachel perguntou sorrindo
- Eu vou me encontrar com um amigo- disse e me olhou- Obrigada pelo elogio.
Droga. Ela não podia ir. Eu não queria a perder! Eu a amo.
Que droga de tempo foi esse que pedi? Eu já estava farto de nossas brigas e queria que tudo voltasse a ser como antes.
-Vocês vão aonde? - perguntei tenso
-Vamos em um restaurante havaiano- disse e engoli seco
- Júlia- a chamei e fui ao seu encontro. A peguei pelo braço e quase a arrastei para o escritório.
- Que mania chata de me puxar- disse esfregando o braço que eu havia apertando
- Desculpe- falei- Ju, por favor não vá! - pedi
-Arthur eu já disse que preciso sair- falou e pressionei os olhos
- Eu sei que as intenções dele não são boas. Fica aqui comigo e com Rachel- pedi segurando suas mãos
(JÚLIA)
Fala que me ama, que me quer!
- Pra que? Para discutirmos? Para eu e você ficar me culpando pela morte do nosso filho? - perguntei nervosa
- Esquece isso. Você não foi a culpada pela morte do bebê e agora eu consigo ver isso- disse em súplica
-Nada mais é como antes- Falei me segurando para chorar. Você não me ama mais!
- Só peço que não vá- disse olhando em meus olhos e a campainha tocou
-Eu vou com Josh. Eu não vou dar para ele, somos só amigos- falei já tão triste quanto ele.
Me fala que me ama e que quer ficar comigo, que eu fico.
Arthur suspirou e grudou nossos lábios com urgência. Eu fiquei surpresa, mas retribui com a mesma urgência e necessidade.
Nosso beijo tinha muita saudade reprimida, e muito amor também, pelo menos da minha parte.
Quando houve a necessidade de ar, separamos nossos lábios e nos olhamos.
- Vá, mas vá com meu gosto em seus lábios, e quando estiver com ele lembre- se que vou estar aqui, pensando a todo momento em você. - disse e saiu do escritório, me deixando completamente ofegante e extasiada.
Quando consegui controlar minha respiração sai do escritório e me deparei com Josh sentado no sofá da sala, conversando com Rachel.
- Josh- o chamei e ele me olhou sorrindo
- Você está linda - disse vindo até mim e beijando minha mão
-Eu já disse isso para ela- Arthur disse entrando na sala e o olhei.
Seus lábios ainda estavam inchados por conta do beijo. Ai meu Deus, será que o meu também estava?
-É porque temos bom gosto- Josh disse e vi o maxilar de Arthur travar
-Vamos? - perguntei para Josh antes que os dois brigassem
-Vamos- afirmou encaixando seu braço no meu- Tchau Thompson, Tchau princesa! - disse educadamente
-Tchau- Ray disse tímida
-Cuida bem da minha pequena- Arthur disse e Josh o olhou feio
- Vou cuidar muito bem- disse em tom de provocação e saiu comigo da casa.
- Me desculpe pelo Arthur- falei quando entramos em seu carro
- Eu também ficaria com ciúmes.- confessou
- Mas ele passa dos limites- falei suspirando
- Que tipo de relação você tem com ele?- perguntou e suspirei
- É uma longa história- falei e começei a contar minha história com Arthur. Quando terminei de falar, já estavamos no belo restaurante havaiano.
O clima ali era ótimo e incrivelmente romântico. A iluminação era amarelada e em nossa mesa havia um vaso lindo de margarida e algumas velas.
- Eu não acho que você tenha culpa pela perda do bebê- disse quando sentamos
-Hoje eu já consigo me perdoar- falei - mas ainda é doloroso
-Eu imagino. Perder um filho deve ser bem complicado. E ser odiada e carregar uma culpa que não é sua deve ser pior ainda. - disse e segurou minha mão
- Chega de falar de coisas tristes e sobre minha vida. Vamos falar sobre você. O que tem feito nesses anos? - tirei minha mão das suas
-Eu me formei ano passado em comércio exterior e agora estou trabalhando em uma empresa aqui da cidade, não ganho muito, mas já é o começo de uma carreira- disse e sorri com a cabeça distante, mais especificamente em Arthur e no beijo que havia me dado.
Porque diabos ele tem que ter tanto poder sobre mim? Não é justo, já que ele não me ama, eu também deveria fazer o mesmo.
Mas eu não conseguia. Nossos momentos juntos não saiam de minha cabeça. Nossos beijos, as juras de amor, as transas maravilhosas, os sorrisos e o modo como começamos a amar minha gravidez, insistiam em grudar como chiclete em minha cabeça.
-...E acredito que independente do que aconteceu eles vão conseguir continuar com a papelada...- Josh falava e eu não ouvia porra nenhuma, só balançava a cabeça e fazia expressão de surpresa de vez em quando.
Ficamos nesse estado a noite inteira. Eu comi sem sentir o gosto da comida e bebi sem vontade alguma. O único gosto que eu sentia em minha boca era o de Arthur.
Eu precisava me livrar daquilo. De algum modo.
Olhei em minha bolsa, procurando um batom, mas não achei. A primeira coisa que vi foi uma foto.
A maldita fotografia era a minha e a de Arthur, ambos sorrindo. Eramos tão felizes...
Eu preciso o esquecer! Olhei para Josh e por agi por impulso.
-...Só que assim, meu pai é teimoso e...- o interrompi
-Me beija?- pedi olhando em seus olhos e ele me olhou surpreso
-oi?- perguntou confuso
- Me beija por favor- falei aproximando meu rosto do seu. Pelo menos assim o gosto de Arthur tinha que sair da minha boca.
- Não precisa pedir novamente- disse e puxou minha nuca de encontro com a sua.
Quando ele colocou sua língua em minha boca eu suspirei. Ele beijava minha boca e acariciava meus cabelos.
- Oh Arthur- falei quando separamos nossas bocas
-Arthur? - perguntou se separando de mim
O olhei envergonhada e coloquei a mão sobre minha boca.
- Me desculpe...eu..eu..vou embora- falei nervosa e sai correndo do restaurante, entrando no primeiro táxi que vi.
Joguei minha cabeça para trás no banco do táxi e chorei.
Eu chorava tentando não fazer barulho, mas era impossível.- Está tudo bem, moça? - o taxista perguntou
Apenas neguei com a cabeça. Eu não conseguia falar nada. Eu chorava como se não houvesse amanhã.
Eu estava com raiva de mim mesma, raiva por amar e não ser correspondida, raiva por não conseguir esquece-lo, raiva por ele me dominar, mesmo que inconscientemente, raiva de tudo.
Raiva de Arthur Thompson!
-- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Não é querendo dar spoiler, mas preparem o coração para o próximo capítulo ♥
VOCÊ ESTÁ LENDO
De repente...Amor
Roman d'amourArthur é um empresário bem sucedido que foi abandonado há dois anos por sua esposa. Ele tem um filha -Rachel- de 4 anos, amargurado e machucado não acredita mais no amor e gosta apenas de curtir com as mulheres. Mas isso tudo mudou quando conheceu a...