Capítulo 28 - Encontro

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(ARTHUR)

Ouvi passos de salto na escada e voltei o olhar para a mesma. Lá estava Júlia, linda e sexy.
Ela vestia um vestido estampado e longo, com um decote pequeno entre o seios, mas grande o suficiente para me deixar louco de ciúmes.

- Você está linda- falei um pouco mais alto do que gostaria

-Aonde você vai, mamãe? - Rachel perguntou sorrindo

- Eu vou me encontrar com um amigo- disse e me olhou- Obrigada pelo elogio.

Droga. Ela não podia ir. Eu não queria a perder! Eu a amo.

Que droga de tempo foi esse que pedi? Eu já estava farto de nossas brigas e queria que tudo voltasse a ser como antes.

-Vocês vão aonde? - perguntei tenso

-Vamos em um restaurante havaiano- disse e engoli seco

- Júlia- a chamei e fui ao seu encontro. A peguei pelo braço e quase a arrastei para o escritório.

- Que mania chata de me puxar- disse esfregando o braço que eu havia apertando

- Desculpe- falei- Ju, por favor não vá! - pedi

-Arthur eu já disse que preciso sair- falou e pressionei os olhos

- Eu sei que as intenções dele não são boas. Fica aqui comigo e com Rachel- pedi segurando suas mãos

(JÚLIA)

Fala que me ama, que me quer!

- Pra que? Para discutirmos? Para eu e você ficar me culpando pela morte do nosso filho? - perguntei nervosa

- Esquece isso. Você não foi a culpada pela morte do bebê e agora eu consigo ver isso- disse em súplica

-Nada mais é como antes- Falei me segurando para chorar. Você não me ama mais!

- Só peço que não vá- disse olhando em meus olhos e a campainha tocou

-Eu vou com Josh. Eu não vou dar para ele, somos só amigos- falei já tão triste quanto ele.

Me fala que me ama e que quer ficar comigo, que eu fico.

Arthur suspirou e grudou nossos lábios com urgência. Eu fiquei surpresa, mas retribui com a mesma urgência e necessidade.

Nosso beijo tinha muita saudade reprimida, e muito amor também, pelo menos da minha parte.

Quando houve a necessidade de ar, separamos nossos lábios e nos olhamos.

- Vá, mas vá com meu gosto em seus lábios, e quando estiver com ele lembre- se que vou estar aqui, pensando a todo momento em você. - disse e saiu do escritório, me deixando completamente ofegante e extasiada.

Quando consegui controlar minha respiração sai do escritório e me deparei com Josh sentado no sofá da sala, conversando com Rachel.

- Josh- o chamei e ele me olhou sorrindo

- Você está linda - disse vindo até mim e beijando minha mão

-Eu já disse isso para ela- Arthur disse entrando na sala e o olhei.

Seus lábios ainda estavam inchados por conta do beijo. Ai meu Deus, será que o meu também estava?

-É porque temos bom gosto- Josh disse e vi o maxilar de Arthur travar

-Vamos? - perguntei para Josh antes que os dois brigassem

-Vamos- afirmou encaixando seu braço no meu- Tchau Thompson, Tchau princesa! - disse educadamente

-Tchau- Ray disse tímida

-Cuida bem da minha pequena- Arthur disse e Josh o olhou feio

- Vou cuidar muito bem- disse em tom de provocação e saiu comigo da casa.

- Me desculpe pelo Arthur- falei quando entramos em seu carro

- Eu também ficaria com ciúmes.- confessou

- Mas ele passa dos limites- falei suspirando

- Que tipo de relação você tem com ele?- perguntou e suspirei

- É uma longa história- falei e começei a contar minha história com Arthur. Quando terminei de falar, já estavamos no belo restaurante havaiano.

O clima ali era ótimo e incrivelmente romântico. A iluminação era amarelada e em nossa mesa havia um vaso lindo de margarida e algumas velas.

- Eu não acho que você tenha culpa pela perda do bebê- disse quando sentamos

-Hoje eu já consigo me perdoar- falei - mas ainda é doloroso

-Eu imagino. Perder um filho deve ser bem complicado. E ser odiada e carregar uma culpa que não é sua deve ser pior ainda. - disse e segurou minha mão

- Chega de falar de coisas tristes e sobre minha vida. Vamos falar sobre você. O que tem feito nesses anos? - tirei minha mão das suas

-Eu me formei ano passado em comércio exterior e agora estou trabalhando em uma empresa aqui da cidade, não ganho muito, mas já é o começo de uma carreira- disse e sorri com a cabeça distante, mais especificamente em Arthur e no beijo que havia me dado.

Porque diabos ele tem que ter tanto poder sobre mim? Não é justo, já que ele não me ama, eu também deveria fazer o mesmo.

Mas eu não conseguia. Nossos momentos juntos não saiam de minha cabeça. Nossos beijos, as juras de amor, as transas maravilhosas, os sorrisos e o modo como começamos a amar minha gravidez, insistiam em grudar como chiclete em minha cabeça.

-...E acredito que independente do que aconteceu eles vão conseguir continuar com a papelada...- Josh falava e eu não ouvia porra nenhuma, só balançava a cabeça e fazia expressão de surpresa de vez em quando.

Ficamos nesse estado a noite inteira. Eu comi sem sentir o gosto da comida e bebi sem vontade alguma. O único gosto que eu sentia em minha boca era o de Arthur.

Eu precisava me livrar daquilo. De algum modo.

Olhei em minha bolsa, procurando um batom, mas não achei. A primeira coisa que vi foi uma foto.

A maldita fotografia era a minha e a de Arthur, ambos sorrindo. Eramos tão felizes...

Eu preciso o esquecer! Olhei para Josh e por agi por impulso.

-...Só que assim, meu pai é teimoso e...- o interrompi

-Me beija?- pedi olhando em seus olhos e ele me olhou surpreso

-oi?- perguntou confuso

- Me beija por favor- falei aproximando meu rosto do seu. Pelo menos assim o gosto de Arthur tinha que sair da minha boca.

- Não precisa pedir novamente- disse e puxou minha nuca de encontro com a sua.

Quando ele colocou sua língua em minha boca eu suspirei. Ele beijava minha boca e acariciava meus cabelos.

- Oh Arthur- falei quando separamos nossas bocas

-Arthur? - perguntou se separando de mim

O olhei envergonhada e coloquei a mão sobre minha boca.

- Me desculpe...eu..eu..vou embora- falei nervosa e sai correndo do restaurante, entrando no primeiro táxi que vi.

Joguei minha cabeça para trás no banco do táxi e chorei.
Eu chorava tentando não fazer barulho, mas era impossível.

- Está tudo bem, moça? - o taxista perguntou

Apenas neguei com a cabeça. Eu não conseguia falar nada. Eu chorava como se não houvesse amanhã.

Eu estava com raiva de mim mesma, raiva por amar e não ser correspondida, raiva por não conseguir esquece-lo, raiva por ele me dominar, mesmo que inconscientemente, raiva de tudo.

Raiva de Arthur Thompson!

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Não é querendo dar spoiler, mas preparem o coração para o próximo capítulo ♥

De repente...AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora