(ARTHUR)
Havia se passado uma semana desde que Júlia havia surtado. O clima na casa estava muito estranho, principalmente entre Júlia e eu.
Júlia estava fisicamente bem, suas olheiras diminuiram um pouco, seu corpo não estava mais inchado, e de vez em quando ela esboçava um sorriso.
Dormimos em quartos separados, mas todas as noites quando eu perdia o sono, eu a escutava chorando.
Me sentei ao lado de Ray no sofá da sala e vi que ela assistia um desenho qualquer. Ouvi um trovão e Rachel tremeu.
- Eu estou com medo pai- disse manhosa e a abraçei enquanto ouvia iniciar a chuva
-Daqui a pouco a chuva para- falei para a acalmar. Ouvi mais um trovão e a energia acabou.
- Paiii- Ela disse quase chorando
- Valentina- chamei não enxergando nada
-Cadê você Arthur? - Val perguntou
- Aqui na sala- falei e vi ela se aproximar com uma lanterna na mão- Cadê a Júlia?
-Ela estava no quarto. Acho que ia tomar um banho- disse e me levantei
- Vou buscar mais lanternas no quarto e trago ela para cá.- disse e ela assentiu- Fique com Ray que já volto- falei já subindo as escadas.
Entrei no quarto de Júlia e não a vi. Estranhei, mas fui até o criado mudo pegar as lanternas.
Depois que estava com duas em mãos, coloquei uma no bolso e liguei a outra.
Ouvi um barulho no banheiro e entrei no mesmo, me deparando com Júlia se vestindo.
- Desculpe...- falei virando de costas quando ela se assustou
-Como você entra assim no banheiro, sem ao menos avisar? - perguntou nervosa
- Eu vim buscar você e as lanternas- me justifiquei ainda de costas
-Isso não justifica entrar no banheiro de supetão. Poderia ter batido na porta- suspirou- pode virar.
Me virei e vi com o auxílio da pouca luz da lanterna, Júlia com um vestido solto e caído no ombro. O vestido que eu adorava tirar de seu corpo.
-Vai ficar me olhando?- perguntou me tirando do devaneio e neguei com a cabeça
- Vamos lá para baixo- falei e percebi que não era a resposta que ela esperava
Sai do banheiro com ela me seguindo e antes mesmo de sair do quarto, dei um chute sem querer na quina da cama.
- Puta que o pariu!- exclamei me sentando na cama e massageando minha canela
-Machucou? - perguntou segurando o riso
-Isso pode rir. Ri mesmo da desgraça alheia- falei irônico e ela soltou uma gargalhada alta
Eu estava nervoso e com dor, mas ouvir aquele som maravilhoso, e notar que fazia muito tempo que eu não o escutava, me fez rir junto.
- Desculpe...mas...é. ..que...- ela tentava falar mas a crise de riso a impedia. Ela se sentou no chão ainda rindo e com a mão sobre a barriga.
-Quem colocou essa cama aqui?- perguntei fazendo referência à um episódio de My wife and kids
-Acho que foi você mesmo, Mrs Thompson- disse rindo e sorri
- Ta engracadinha hein, dona Júlia- falei e ficamos nos encarando.
De repente tudo ficou quente. Nossos olhares tinham um misto de sentimentos, minha boca secou e senti uma necessidade louca de a beijar.
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De repente...Amor
RomanceArthur é um empresário bem sucedido que foi abandonado há dois anos por sua esposa. Ele tem um filha -Rachel- de 4 anos, amargurado e machucado não acredita mais no amor e gosta apenas de curtir com as mulheres. Mas isso tudo mudou quando conheceu a...