Capítulo 4 - Rhonan Kierkegaard

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_ Rhonan Kierkegaard você deve ir, saia dessa cama e faça alguma coisa que ajude nessa casa - dizia minha filha Diana de doze anos de idade, pensei no que ela disse, tão pequena, mas sabia que eu não estava muito bem das pernas. Fazia tempo que pedi demissão; contudo mesmo sendo o mais novo candidato a senador e o mais aclamado economista do ocidente, vivia apenas do que meus livros me rendiam. Era um tanto bom, em casa produzia mais, e ficava mais com minha filhinha e minha mulher. Contudo estava errado, devia fazer algo mais, então, resolvi aceitar o convite de palestrar na festa do MIT, aliás, papai tem que trabalhar, não é? Saltei do sofá e disse com o dedo para cima e uma postura perfeita:

_ Ao MIT e além! - minha imitação tosca de Buzz Lightyear seria perfeita se não tivesse 60 quilos e um metro e setenta, era franzino e um típico nerd. Até apanhava no colégio por ser viciado em Vingadores e Star Trek.

Diana sorriu e saiu aos pulos, gritando:

_ Papai é o maior, papai vai mudar o mundo!

Queria que aquilo fosse verdade, queria que o mundo fosse melhor para ela, para todos.

Para ela eu era um herói, um herói de férias quem sabe, mas para mim continuava sendo um polaco, magro consequentemente ágil, com uma barba amarela um pouco mais escura que meu cabelo, com queixo fino e olhos grandes, uma boca nem grande nem pequena, e nem se fala das minhas sobrancelhas que não me deixam mentir, elas correspondem ao que estou pensando de forma extraordinária.

E sabia que devia fazer o que eu faço de melhor naquela festa.

Em teleconferência:

_ Senhor Wilson Rockfeller eu irei fazer a apresentação da sua exposição. - o magnata, dirigente atual dos negócios da família que me contatou há dias para reger a palestra em sua festa.

Despedi-me da minha família:

_ Tchau meu amor - falei a minha filha - Cuide dela paixão - completei olhando para minha esposa.

Abracei-as e beijei minha mulher Nicole, retornarei assim que puder, manteremos contato pela internet. Subi ao avião e segui rumo a Massachusetts.

Ao chegar ao hotel me atirei na cama, o fuso horário me matou. No outro dia fui me arrumar para a festa e percebi que os objetos de minha mala haviam sido trocados no aeroporto. O mais estranho é que o meu nome estava nela e a combinação era a mesma. Dentro tinha um livro, um colar, um smoking e um envelope com um bilhete dentro. "Este é meu presente para você amor não desgrude deles, irá te guiar".

Sorri, ela é muito meiga, não é? Não entendo o que ela viu em mim. Intrigou-me como ela poderia saber que aquele livro me guiaria? Resolvi seguir minha mulher, a inteligência dela era o fator predominante de amá-la, mesmo achando ela a mulher mais linda da face da terra.

Arrumei-me e me dirigi à festa, chegando lá encontrei Wilson que me apresentou outro Rockfeller:

_ Este é Charles Rockfeller, um primo meu.

_ Ôh! - estendeu a mão, sorrindo - Pode me chamar de Charlie e sem o senhor, por favor.

_ Ok - sorri - é uma honra conhecê-lo.

_ Li todos os seus livros, na verdade, leio seus textos desde a sua graduação.

_ Você é novo, quantos anos você tem? Desculpe-me a indelicadeza.

_ Tenho dezenove, senhor.

_ Poxa! E já lê minhas ideias desde os dez?

_ Sim, senhor - gargalhou - Nós cremos que você pode mudar o mundo, pelo menos eu e minha família também pensamos isso.

_ Fico lisonjeado, pode me chamar de Rhonan. - olhei de canto de olho, com um olhar arrogante - mas não é para tanto...

_ Crer é pensar no impossível.

_ Concordo, vamos ter que esperar para ver se outras pessoas têm cérebro como nós. - retruquei.

_ Veremos, as maioresmentes do mundo estão aqui Rhonan, e você com absoluta certeza é uma delas, seelas são tão inteligentes irão entender seu ponto de vista; fique tranquilo. v


Os Homens DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora