Capítulo 4 - Rhonan Kierkegaard

14 0 0
                                    

_ Olhe a cidade Rhonan, ela é tão linda, os córregos onde passam embarcações gigantescas em meio à cidade, tão bem elaboradas – falou Cindhy entrelaçando os braços como se ele estivesse levando-a para um passeio.

Cindhy é uma japonesa de cabelos negros e lisos, baixinha cerca de 1 metro e 68 centímetros, tem os olhos pequenos e levemente esticados, quase uma mestiça. Tem uma boca bonita e carnuda e um nariz invejável: pequeno e delicado.

_ São realmente belas as ruas também, os ladrilhos muito bem unidos, não há um grão de sujeira e lugar nenhum – respondi desconcertado, me senti acuado pela aproximação dela, só pensava na minha família, minha mulher, mas relaxei e conduzi uma conversa amistosa.

_ O que acha que irá acontecer conosco? – perguntou ela.

_ Não sei – respondi – Quem sabe os deuses dirão.

Surpresa Cindhy perguntou:

_ Que deuses? Acabamos de descobrir que todos são alienígenas, ainda acredita em algo sobrenatural?

_ De certa forma sim – apaziguei.

_ Ok – respondeu cabisbaixa, mas continuou a sessão de perguntas – o senhorzinho é de onde?

_ Da Noruega.

_ Legal, lá é muito frio não é? – continuou a me fazer perguntas.

_ Muito.

_ Não faz muitas perguntas não é? – ela questionou sorridente.

_ Não, é que... – respondi aos trancos e barrancos – Eu só consigo pensar que minha família está a doze mil anos no futuro e não poderei ver minhas filhas e mulher tão cedo.

_ Como sabe que são doze mil anos?

_ Faça as contas, Noé ainda não fez a arca, a primeira civilização aparece só quatro mil anos antes de Cristo, apenas depois da terra inteira ser povoada novamente, quanto tempo acha que duraria tudo isso? – retribui a pergunta.

_ Seis mil anos para povoar a terra?

_ O mito da Atlântida diz que ela florescia a dez mil anos atrás – intrometeu-se Striger.

_ Na realidade pensei nisso também – respondeu Dio – Na minha tribo há uma lenda de que viemos de uma grandiosa cidade para lá do oceano. Meus antepassados diziam que tudo que construímos não chegava aos pés desta cidade, e avaliando esta cidade e o semblante deste povo, nota-se que eles são os antepassados dos índios sul americanos.

_ Como se sente quanto a sua família Rhonan? – perguntou Charlie.

_ Temos que encontrar uma forma de retornarmos ao futuro – respondi determinado.

À medida que o tempo ia passando meu desespero aumentava, a saudade me apertava o peito, me sentia deslocado, fora de mim; não conseguia comer, beber, muito menos pensar muito bem. Contudo tentou acalmar-me Sophie naquele momento.

_ Iremos Rhonan. Eu juro que verá sua família novamente.

_ E tem que ser muito rápido, pois logo, logo o dilúvio se tornara realidade – falou o Dr. Striger.

Naquele momento, escutando o professor relembrando o fado do destino que nos afligiu, senti uma raiva do mundo, de Deus, ou seja, lá o que nos trouxe para o passado. A imagem do último aniversário de Diana e o sorriso de minha esposa não saiam da minha cabeça.

_ O que podemos fazer? – perguntei.

Adentrou-se Jorge o brasileiro na conversa, ele era negro de cor clara, alto e de boa aparência, parecia se cuidar muito, seu cabelo sempre muito bem cortado, seu nariz meio arredondado, lábios carnudos e olhos negros, sempre usando um terno, pré-requisito de seu alto posto em uma grande indústria alimentícia, super inteligente, usa óculos grande de hastes brancas. Imprevisivelmente olhou para nós conversando e escapuliu-lhe umas palavras de sua quietude:

Os Homens DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora