Quando tinha doze anos eu fugi da minha tribo, deixei minha cultura, meu legado, eu era predestinado a tornar-se líder dos Incas. Aquilo não me agradou, odeio que me encarreguem de responsabilidades as quais eu não desejo. Por isso decidi me virar sozinho. Péssima ideia! Nas ruas da cidade de Santiago no Chile eu passei fome, frio e dor, até que um dia um homem me adotou me deu abrigo e alimento. Eu era rebelde, não respeitava ninguém, não entendia porque ele ainda me mantinha por perto. Tudo mudou quando fiz 15 anos, ele me jogou dentro de uma sala branca e começou a me bater, eu me encolhi no canto da parede, chorava e estava apavorado.
Agora não fazia o menor sentido do porque ele me deu suporte à vida toda para depois me espancar. Ele gritava:
_ Defenda-se!
_ Pare, pare de me bater! – gritava de volta, mas ele não parava, cada vez ficava mais forte e mais nervoso.
Eu desmaiei por alguns segundos, na memória veio o meu real pai dizendo "Filho, um dia precisará enfrentar seus maiores medos" e fumava seu cachimbo, "Uma hora terá que fazer coisas que nem acredita que é capaz".
Depois de recuperar a lucidez e levantar, ele veio com tudo para cima de mim, contudo ao tentar me socar eu me agachei e passei uma rasteira nele, ele caiu e subi em cima dele. Meus olhos estavam cheios de fúria e ódio, todo aquele rancor foi direcionado ao rosto dele, não poupei forças...
Eu batia, batia e batia, mas ele já não se movia. Sai de cima dele, vi que não se mexia, estava sem vida, eu o matei com as minhas próprias mãos, estava com medo, ânsia, vontade de desmaiar, mas eu tinha uma coisa dentro de mim. "Um monstro", como dizia meu pai. Eu me senti satisfeito com o que fiz, até um pouco de alegria.
Abri a porta e lá fora tinha vários homens grisalhos e fardados, com um semblante sério e atento. Notei que a porta estava aberta, corri para ela o máximo que pude e ao chegar à porta ela se fechou na minha cara, a tristeza tomou conta de mim. Pensava: "o que esses homens vão fazer comigo? O que eu deveria fazer?".
Mas aqui estou hoje em cima de um prédio em Massachusetts, com um rifle apontado para um baile de gala, em meu celular uma foto me indicava um alvo, "Charlie Rockfeller".
Já havia feito isso milhares de vezes e estava esperando o momento perfeito, durante o discurso do magnata não consegui ter uma mira limpa. O celular tocou e mais uma mensagem, é o Bill ele quer que atire logo.
Bill era o meu comandante na CIA, até eu fugir e criar minha própria carreira de matador de aluguel. Ele não gostou muito dessa decisão, mas como confiar a prisão a um fugitivo pela segunda vez, ele de tempos em tempos me dava trabalhos soltos e de pouca importância, disse da última vez que não aceitaria mais trabalhar para ele, mas a proposta para matar aquele garoto foi monstruosa, "um bilhão de dólares".
_ Vamos aparece – virava a mira para lá, para cá – mas que merda de ricaço difícil de mirar – sussurrava - pronto!
Tum!
_ Espera isso não fui eu – atrás de mim, caiu um cilindro de metal, gordo e pesado, fincou na laje do prédio. Eu estranhei, logo pensei que fosse uma bomba, então protegi a cabeça e me encolhi em posição de feto, esperei o estrago, mas uma bomba não era então cheguei perto, olhei para o objeto estranho e, nele tinha um buraco e lembrei-me do presente do meu pai, enfiei a mão dentro da blusa e retirei meu colar, tirei do pescoço, analisando minuciosamente o colar e o buraco. "Saberá quando precisar" era as palavras que meu pai me disse quando me deu o colar. Coloquei-o no buraco da fechadura e ele se abriu, logo o retornei ao pescoço rapidamente, e o cilindro se abriu automaticamente.
Tinha uma frase que dizia "não mate o Charlie" e um cachimbo dentro dele. O peguei, ele era lindo, talhado a mão, tinha uma serpente e um homem o segurando.
Fiquei tão fissurado com o objeto que nem notei os gritos das ruas, mas e a gigantesca nave espacial que pairou sobre minha cabeça? Ahh esta eu vi!
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Os Homens Deuses
Science FictionO que de desastroso pode acontecer se doze pessoas com habilidades únicas, muito inteligentes e de diferentes etnias e culturas, fossem mandadas misteriosamente à mais 17 mil anos ao passado? Óbvio! Ser Deus... Não só um deus qualquer, como os que e...