Segunda Parte - Capítulo 1 - Sophie Wood

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Abri meus olhos devagar, pois meus olhos não estavam acostumados à luz, parecia que havia dormido meses. Sentei, balancei a cabeça e pude notar que estávamos em meio a um deserto. Estava quente, a areia estava fervendo, meu rosto estava vermelho. Olhei para os lados e vi todos que estavam comigo quando apaguei, dormindo no chão. Levantei e tentei acorda-los:

_ Professor Striger! - em meio a tapas nos rostos gritei - acorde!

_ O que? Onde estamos? – acordou com a mão na cabeça – que dor de cabeça.

_ Charlie acorde! – corri para acordar os outros também.

Quando todos acordaram se entreolharam, ao todo ali estava uma japonesa, uma chinesa, um medroso polaco com o tablet na mão, uma russa histérica, Charlie, Jack, dois homens suspeitos, um era índio outro parecia do mal, o palestrante sobre economia que Charlie recebera, havia também um negro alto forte e uma ruiva dos olhos azuis que não se desgrudavam de jeito nenhum, pareciam se entender. Todos nos conhecíamos ou terminamos de nos conhecer ali. A russa histérica logo perguntou:

_ O que faremos? Onde estamos? – aquela típica pessoa que se explode antes de pensar.

_ Eu juro que vou estrangular essa guria um dia. - sussurrei para Charlie, como é o nome dela mesmo?

_ Mica – respondeu o professor que estava atrás de nós.

_ Seguimos ao norte - tentou palpitar Striger.

Todos se olharam e deram de ombros, ninguém sabia o que fazer. Então todos concordamos em seguir rumo ao norte. Sabíamos que tínhamos que conseguir água e abrigo urgente.

_ Pessoal! Venham aqui! - gritou o professor Striger.

Fomos até ele, nos mostrou pegadas na areia, a alegria tomou conta de todos, no cansaço e sede que estávamos qualquer coisa nos animaria. Repleta de alegria, a histérica o olhou nos olhos, lhe segurou pelas bochechas e cascou-lhe um beijo.

_ Você sempre será meu herói professor – sorriu ela, estreitando os ombros de uma forma meiga.

Notei que ela estava afim do professor e o professor se derreteu todo pela loira russa de olhos azuis. Na realidade não consigo entender como eles conseguem pensar nisso, nas condições em que nos encontrávamos aquilo me dava ânsia!

As pegadas nos levavam a nordeste de onde estávamos, seguimos alguns quilômetros e finalmente encontramos civilização, mas o que encontramos não era muito bem o que esperávamos!

Subimos um montante de areia, realmente nossas condições nos colocavam claramente na possibilidade de estarmos alucinando. Era inacreditável uma floresta em meio aquele deserto, ainda mais com homens a trabalhar entrando e saindo de uma caverna gigantesca. Ao nos aproximarmos vimos que estes homens não eram normais, eram altos e alguns tinham quase 3 metros de altura, ficamos chocados!

Mas antes de nos aproximarmos e subirmos o último montante de areia, um deles percebeu nossa presença e sem saber o que fazer nos impediu de nos aproximar, ele era belo, forte e tinha uma roupa maneira - nada parecido com os gigantes que vemos nos filmes mitológicos - ele tentava gesticular, não entendíamos nada do que ele falava, mas colocava o dedo na frente da boca, como se pedisse para fazer silêncio. Olhei para trás e disse:

_ Pessoal eu não sei vocês, mas eu acho que ele não quer que os outros saibam de nós, fiquem quietos por um momento.

Mica continuou a me irritar com seus comentários:

_ Aff! Agora que achei que íamos comer e beber algo - entre gemidos de dor - minha barriga está até doendo de fome - pôs a mão no abdômen.

_ Eu sei! Mas tu queres passar fome ou morrer? - dei uma bufada de inconformismo - Vou ter que te dar outra pancada na sua cabeça?

Os Homens DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora