Algumas vítimas hoje, não é um dia tão cheio. Desço à Terra sem meu corpo para buscar as primeiras almas. Está cedo de mais, como alguém tem disposição para morrer tão cedo? Deveriam estar dormindo, na minha opinião.
70 mortos, todos no mesmo lugar. Foi um acidente horrível; um avião caiu numa floresta na Austrália.
Sou a primeira a achá-los, óbvio, e os encontro com a maioria desacordada. Setenta estão mortos, outros inconscientes. Há um bebê chorando pendurado num tronco e, suponho que seja sua irmã, está embaixo da árvore ainda acordando. Pego o pequeno ser humano com cuidado e o coloco do lado da menina. Uma das minhas almas pertence à uma moça loira muito parecida com as crianças. Como será apartir de agora para eles? Será que têm pai? Torço para que tenham, mas não posso fazer muita coisa.
Minha segunda vítima está com um pedaço de ferro atravessado em seu peito. Muito sangue sai do lugar, deve ter sido uma morte rápida.
Acabo de recolher todas as almas do acidente quando um grupo de resgates chega. Tarde de mais.
O resto são mortes já vistas antes, suicídio ou assassinato, nada de novo. Como sempre.
Então chego a conclusão que estou cansada, não fisicamente (isso seria impossível), mas sim psicologicamente. Quero dizer, desse trabalho e tudo o mais.
Desço a Terra assim que meu "turno" acaba. Vou atrás de uma pessoa especial, Dinah Jane.
Tenho observado ela enquanto trabalhava, esse menina não sai da minha mente. Faz uma semana que não desço ao mundo, a última vez foi quando a conheci e desde então tenho medo de falhar com mais alguém. Minhas vítimas sempre imploram, suplicam, choram, mas com Dinah foi diferente... ela mexeu comigo como ninguém em séculos mexeu. O que há de errado comigo? Será que todos convertidos à divindade oposta ficam assim também? Mas, nela todos odeiam todos.
Dinah está na balada. De novo. Ela vai quase todos os dias, nem sempre na mesma. Tenho a vigiado principalmente pra ver se contaria a alguém. Não que se o fizesse eu estaria ferrada, porque não acreditariam de qualquer forma. Mas pela segurança dela.
Meu senhor, eu estou doente?!
Entro na festa em que ela está e vou para o canto do bar. Avisto a mulher dançando na pista; está vestindo uma saia colada ao corpo estampada e um cropped branco. Um homem moreno agarra sua cintura e a beija, ela não se afasta. Não, não faça isso, ele é nojento. Eles vão até o famoso corredor do banheiro, eu os sigo por que de onde estava não dá para ver.
Meu deus, ele está tirando a saia dela. Não posso deixar isso acontecer, eu o conheço e sei que ele é babaca o suficiente para machucá-la. Passo por de trás deles enquanto um outro homem anda com um garrafa de vodca quase vazia por ali também. Esbarro nele, fazendo com que caia sobre o casalzinho. Isso gera conflito; o homem com Dinah vira e o encara enquanto o outro pede desculpas e tenta sair, mas o moreno o pega pelo o braço e começam a discutir. Saio antes que de problema para mim e torço para que Dinah faça o mesmo.
Do lado de fora da boate vejo ela chorando, parece uma pequena garota desse jeito. Lá dentro estava tão cheia de si, o que aconteceu? De qualquer forma, eu quero diversão, e quero com ela.
-Hey -digo me aproximando dela.
Dinah levanta a cabeça limpando o rosto com a palma da mão, mas quando me reconhece volta a chorar. Levanta do degrau sujo da rua e dá alguns passos para trás balançando a cabeça.
-Ei, calma -digo me aproximando dela. Desisto quando quase levo um tapa.
-Você não vai me machucar novamente. Sorte sua que eu não te denunciei à polícia, da próxima vez não faço essa burrice de novo. Vai embora.
Solto um riso alto. Ela acha mesmo que iria me prender ou algo do tipo?
-Você não me denunciaria . Mas de qualquer forma, não quero te machucar, juro. -sorri.
Algo tomou conta de seu rosto. Não era mais medo, e sim raiva.
-Não se arrisque.
-Diabo não é preso.
-Você é o diabo? Ouvi dizer que ele era uma criatura maravilhosa.
Ouch! Essa doeu. Que garota safada! E corajosa, admito isso.
-Suas piadas não me ofendem. Mas voltando ao assunto: eu quero diversão sexualmente com você, e não adianta dizer que não gostou pois tenho certeza que foi uma das melhores transas que você ja teve. 'Uma das' não, A melhor.
-Não transo com quem pode me matar. -disse recuando para depois sair.
-Então você não está bem informada, meu anjo. -digo e ela se vira com um grande ponto de interrogação em cima de sua cabeça. -Aquele moreno que você estava pegando? É um estrupador. Mesmo que você desse para ele, ele iria querer mais depois, tentaria te levar para casa, e daí, querida, você estaria completamente fodida. Em todos os sentidos.
-Tanto faz. -diz voltando a andar. De repente ela para e se vira -Espera, você que fez com que eles brigassem?
-Oh, não, por que eu faria isso?
Ela balança os ombros e sai. É, eu sabia que não iria ser fácil tê-la comigo de novo, mas não é impossivel.
-Tchau, Normani. -ouço Dinah dizer alguns metros de distância logo depois um riso.
Essa garota está brincando com fogo.
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desculpem a demora babes, talvez att dupla mais tarde c:
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The Angel of Death
Random"-Entendi... Mas e você é o que então? -perguntei ainda curiosa sobre o assunto. -Um anjo. -Bom? -Não." Normani é o Anjo da morte, mas está confusa se trabalha para Deus ou para o Demônio. Porém, tudo que ela pensa no momento é diversão. Depois que...