Not too friendly

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-Yeah -digo me virando para o espelho. Meu estado está um caos, tanto quanto o espelho

A garota fica confusa e continua me olhando, talvez esperando por meu nome. Isso é uma droga, não consigo ler os pensamentos de ninguém, apenas Deus faz isso.

-Oi? -digo. Viro de costas para o espelho, apoiando minhas mãos na pia.

-Não vai dizer seu nome?

-Hum, não.

Dou uma risada alta e viro de novo para o espelho conferindo meu cabelo. Um estado razoável.

-Não faço amizades em lugares como esse. -dou uma piscadela e saio daquele nojo que chamam de banheiro.

Ouço bem baixinho ela dizer:

-Não era isso que queria fazer.

Continuo andando e volto para a pista. A música faz nossas caixas toráxicas tremerem, sinto mãos acariciarem meu corpo todo. Tomo mais algumas bebidas até me sentir mais alegre que o normal. Está na hora de procurar Dinah novamente, mas é ela que me acha primeiro. Do outro lado da boate a loira está sentada no bar olhando diretamente nos meus olhos. Sinto um frio percorrer minha espinha. Sim, ela quer que eu vá até lá.

Um homem também me olha. Ele está a poucos centímetros de mim. Eu o beijo.

Quando ele ousa subir meu vestido eu o dispenso. De primeira ele não vai, mas piso com meu salto em seu pé com força até ele entender. Ele dá um gemido e resmunga um "maluca", logo em seguida está beijando outra mulher.

Dinah continua me olhando, dessa vez não perco o contato com os olhos dela. Danço para seduzir-la ,passo minhas mãos em meu corpo e em meus cabelos. Ela lambe os lábios, claramente já está molhada. Ando até ela afastando pessoas suadas que se encontram no meu caminho. Nunca, em nenhum momento, nossos olhares se perdem.

-Tá afim de fazer amizade agora? -diz ela. Ei, não é você que comanda aqui, baby.

Puxo ela pela cintura até encostar em meu corpo bruscamente. Seu olhar para em minha boca e eu digo:- vamos lá pra fora, talvez faremos amizade.

Ela se afasta de mim e segue para a porta. Deus, imortais são muito burros! E eu amo isso.

Sigo a garota, ela realmente acha que é a dominante?

Do lado de fora venta mas ainda sinto calor por conta da bebida. Há um grande número de pessoas aqui, muitas delas bêbadas.

Ela para e me olha, passo por ela, pois sei que nessa mesma rua tem um beco e, à essa hora, estará ou vazio ou com algum casal com as mesmas intenções que nós. Seus passos ecoam atrás de mim.

-Isso será divertido -ela diz. Oh sim, querida, você nem imagina o que te espera.

O beco é um lugar escuro e silencioso, não há ninguém nele além de nós. Um carro está estacionado aqui, um BMW X5.

-Quem estaciona seu carro em um beco na madrugada? -digo rindo.

Dinah está confusa, vejo isso em seus olhos. Foder no chão de um beco é uma merda nojenta. Puxo a porta de trás do carro e ela abre.

The Angel of DeathOnde histórias criam vida. Descubra agora