Cry Baby

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Como ela descobriu meu nome eu realmente não sei, talvez seja um sinal ruim. Vamos ser francos, eu certamente ganho de Dinah em todos os aspectos. Ela é só uma humana, Mani, ela não pode fazer nada com você- repito para mim repetidas vezes.

Quatrocentas e oito mortes hoje. Isso fica mais cansativo à cada dia.

Percebo que estou mudando; meu prazer pela morte inocente  está maior, meu desempenho no trabalho está menor e tenho descido mais à Terra. Isso é ruim? Talvez. Significa que o Demonio está me convertendo. O que eu faço? Não posso falar com Deus porque eu não quero necessariamente ficar com Ele, mas não sei o que eu faço.

Decido que não. vou fazer nada, sim, é melhor assim. Vou continuar trabalhando, Ele me escolheu para isso! Tenho que servir à Ele, não são todas as almas que tem esse privilégio.

Eu consigo.

Paty é minha última alma, então estou livre e, por Deus, estou cada vez mais cansada. Ally, uma anja protetora conversa comigo sobre seu trabalho e como ela ama ele. Deixo escapar que não gosto do meu.

-Como não?! -pergunta com uma cara chocada.

-Sabe, é muita gente morta, muita dor que tenho que levar todos os dias, isso me deixa um pouco triste. -Minto, e minto bem.

-Oh, Mani, sei como é, mas pense bem: você está ajudando as almas dessas pessoas à ir a um lugar melhor. Imagina se não tivesse anjos da mortes??? Todas as almas iam ficar aí... perdidas, sabe? -diz ela se comovendo com suas próprias palavras. Ally se comove com tudo...

-Sim! Claro Ally, obrigada por dizer isso, acho que estou melhor assim mesmo. -digo dando-lhe um beijo na bochecha e saindo.

Pois bem, vamos ao que interessa.

Admito que aquela mulher mexe comigo como ninguém nunca mexeu, e estou ficando maluca assim. E ela vai ser minha. Não vou sofrer, e sim lutar.

Na Terra, vou até a conhecida boate. Corro os olhos por ela, mas não acho Dinah. Merda, Normani, ela não é um animal irracional, por Deus!, ninguém com cérebro voltaria aqui depois do que aconteceu.

Saio do local barulhento e ando pelas ruas tentando ouvi-la. Como disse à ela: Demônios ouvem tudo, e, ah, eu sou um Demônio sim. Cansei.

Finalmente a ouço chorando, e suponho que esteja em casa, pela falta de barulho. Apareço em frente a uma porta, a porta de Dinah, então giro a maçaneta para encontrar a frágil menina deitada em um sofá bagunçado chorando.

-O que houve, querida? -digo me apoiando no batente da porta.

The Angel of DeathOnde histórias criam vida. Descubra agora