Ok, o que eu fiz foi totalmente idiota. Fui movida pelo desejo e não pelo racionalismo. Eu não posso ver aquela mulher de novo. Onde eu estava com a cabeça?
Desço os andares de minha casa para cozinha tomar café da manhã. A única coisa que vem a minha mente é fugir. Eu preciso fugir dela, e o mais rápido possível.
Mas como?
Mastigo minha torrada lentamente enquanto leio o jornal à procura de uma nova casa, de preferência em outra cidade. Há um apartamento, a dois mil quilômetros daqui. Considero a opção: não é muito grande, mas já vem mobiliado; tem uma vista para o mar e tem lojas comerciais perto.
Ligo para o vendedor.
-Bom dia? -diz a voz do outro lado da linha.
-Bom dia, senhor... Alfred. Estou ligando pois tenho interesse em seu apartamento à venda.
-Oh, sim! Qual seu nome, senhorita?
-Dinah, Dinah Jane.
Mas, assim que digo isso adivinhe quem aparece atrás de mim?
-Shh, cancele isso, xuxu. Não é necessário.
-Normani. -digo me virando de frente para a mulher. Minhas mãos tremem, mas tento não demonstrar isso. -Por favor, saia de minha casa.
-Senhorita Jane? -diz o vendedor pelo telefone.
-Estou aqui, senhor. -encosto o aparelho na orelha novamente.
Normani o pega de minha mão e começa a falar com o Sr. Alfred. Puta.
-Desculpe... Alfred, certo? Ok, eu me enganei, não vou poder comprar seu apartamento, sinto muito por perturbá-lo.
E desliga. Ok, ela acabou de cancelar a minha fuga, mas mesmo se não o fizesse ja saberia para onde eu estaria indo.
-Para quê isso? É realmente necessário?
-Eu não quero ficar com você, porra! Arranja outra escrava sexual que por mim já deu.
Ao dizer isso me levanto e saio da cozinha. Sou lançada para o outro lado da mesma, derrubando copos e panelas. Vejo Normani se aproximando, e ela não está feliz.
-Eu tentei ser legal, garota, mas pelo visto você gosta de brincar com o que não deve. Use esse tom de novo comigo e eu acabo com você. Aprenda a me respeitar, e me reconheça, porra. -sua mão vai ao meu pescoço, me prendendo a bancada onde estou. Começo a ficar sem ar. Balanço meu braços e pernas na tentativa falha de me soltar. -garota, eu posso ser sua pior inimiga, e tenho certeza que você não quer isso. -suas grandes asas se abrem como um leque, ocupando grande parte da cozinha.
-Me s-solta, por favor. -suplico por ar desesperadamente.
A mulher me solta bruscamente recolhendo suas asas. Respiro com força agradecendo a Deus pelo ar em minha casa. Sento devagar ainda me recuperando.
Normani bota sua mão em sua testa, fechando os olhos e respirando fundo. Ela abre a geladeira e pega uma garrafa d'água.
-Garota... eu não sei qual é o seu problema, muito menos o meu. -diz após um gole do líquido. -Merda.
Não sei o que falar nem se falar é o certo. Apenas a encaro- minha respiração ainda falha. Sinto algumas lágrimas escorrem pela minha bochecha. Merda, não quero demonstrar fraqueza.
-Toda vez que nos encontramos você acaba chorando. -comenta a mulher.
Balanço um pouco minha cabeça em concordância e ela solta um riso fraco. Já disse que ela é maluca?
-Me desculpa, nunca vou fazer você gostar de mim assim, não é?
Ela vem se aproximando, porra, não queria fazer isso agora.
-Venha aqui, seu pescoço está roxo, quero te ajudar.
Eu nego com a cabeça. Como assim ela quer me ajudar?! Ela que me fez isso!
-Você tem que entender que não tem como fugir de mim, xuxu, e também que eu não quero te matar. Aprenda a me respeitar e tudo ficará bem. Agora venha, venha.
Não quero outra briga, não quero me machucar de novo, por isso desço da bancada e vou até a pequena mesa no centro. Sento em uma cadeira à sua frente. Normani pega alguns cubos gelo no freezer e os embrulha em um pano de prato. Coloca em meu pescoço com cuidado e pede para que eu pressione no lugar machucado.
-Sinto muito. -diz.
Bipolar. É o que vem a minha cabeça. Num minuto está me agredindo e no outro me pedindo perdão?
Não a respondo, porque não a perdoo de verdade. Pressiono o gelo em meu pescoço e vou para a sala. Sento em meu sofá e tento não chorar. Por que ela me quer? Por que a mim? Chego a conclusão que não tem como eu fugir dela. Normani aparece para quem quer e quando quer, e sabe exatamente onde está cada pessoa existente. Impossível fugir, eu sei disso.
-Você está tão sexy, merda -diz ela entrando no cômodo.
Então me ocorre uma ideia. Ela gosta de mim por eu ser sexy, causar desejo nela, certo? E se eu parasse de ser assim, começar uma fase depressiva? Inicialmente eu tinha pensado em ficar uma porca, mas ela iria perceber, e, como ela disse, não me quer triste e sem vida.
Começo a chorar desesperadamente.
-Eu não quero mais isso! Eu prefiro morrer, por favor, me deixe em paz! -digo aos soluços.
-Calma, garota. Vem aqui. -diz sentando na ponta do sofá. Eu me encolho e balanço negativamente a cabeça. De súbito me levanto e vou ao banheiro, no andar de cima. Tranco a porta
-Dinah! Abre isso, não queira fazer nenhuma besteira.
Eu não abro. A porta é arrombada e Normani entra no pequeno espaço junto à mim. Estou com vários comprimidos em minha mão, chorando e toda descabelada. Obrigada aulas de teatro.
-NÃO! Dinah, para com isso! -ela bate em minha mão, derrubando todos os remédios no chão. -Não precisa disso, pare. Por favor.
A mulher me segura pela cintura e me pega no colo. As lágrimas continuam a cair desesperadamente. Ela me leva à sala novamente e me bota no sofá.
-Eu vou embora agora, mas não faça nada de ruim, ok? -diz, mas sem esperar pela resposta ela some.
Agora as verdadeiras lágrimas desabam e eu fico ali por mais alguns minutos.
°°° °°°
oii!!1!1 quanto tempo ne rsrs sz
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Angel of Death
Acak"-Entendi... Mas e você é o que então? -perguntei ainda curiosa sobre o assunto. -Um anjo. -Bom? -Não." Normani é o Anjo da morte, mas está confusa se trabalha para Deus ou para o Demônio. Porém, tudo que ela pensa no momento é diversão. Depois que...