Evil Angel

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Dinah POV

Não sei mais quem sou. Dinah Jane, a mulher decidida e que luta pelo o que quer não é esta que está em meu corpo. Estou fraca e submissa pela Normani. Eu nunca fui assim, o que está acontecendo?

Não é apenas desejo que sinto por ela, é uma coisa maior, como um feitiço contra mim. Em um momento eu estou decidida a fugir desta mulher e no outro ela aparece e estou completamente obediente a ela.

Desde o dia que Normani simplesmente sumiu do meu quarto nunca mais a vi. Às vezes tenho vontade de chamá-la mas penso que vou me arrepender. Ela quase me matou duas vezes e não duvido que não é capaz da terceira. Além do mais não sei se ela me ouviria se chamasse.

Se ao menos eu soubesse o que ela é... Um anjo? Um demônio? Uma fada? Ou uma coisa desconhecida pelo homem?

O fato é: Normani é perigosa. Eu fui criada ao redor de dois pais ricos, com empregados e mais empregados dentro de uma mansão gigante. Nunca fui mimada, sempre soube que essa vida não é para qualquer um e dei valor à ela. Na nossa casa tinha sala para tudo; para aula de piano, para minhas pinturas, quarto a prova de som, etc. Aprendi tudo que podia e me orgulho disso. Fui criada para um futuro perfeito, com emprego perfeito e família perfeita. Mas não com uma mulher como Normani.

Quando meus pais morreram eu jurei que faria de minha vida como a deles, com muito esforço pelo o que eu quero para no final vencer. E estou decidida a lutar.

Na cozinha, tomo meu café da noite, como todos os dias, sentada à pequena mesa branca. Uma música está tocando aos fundos, acho que é dos vizinhos. Ela não me incomoda, porque é calma e me ajuda a pensar.

De repente, eu derrubo meu café com desespero, levanto bruscamente da cadeira e corro até a sala. Um bicho extremamente gigante entra na bosta da minha casa e eu não sei o que fazer. Eu tenho pavor de insetos. Pego uma almofada do sofá e fico girando a minha volta para me proteger.

Ouço o zunido irritante do monstro. Ele veio atrás de mim! Merda!

-VOCÊ NÃO VAI ME PEGAR, SEU PEQUENO LIXO EM DECOMPOSIÇÃO, NÃO VAI NÃO!

Corro pela sala até chegar a escada, mas acabo tropeçando no primeiro degrau e bato com a cabeça na parede. Eu vou morrer. Ele vai me pegar. Fudeu.

-Já morreu. -ouço de algum lugar da casa.

-Quem? -respondo ainda com a almofada em meu rosto.

-O bicho ué. -responde a voz abafada devido o grande pedaço de pano em cima de mim.

-Como?

-Eu matei.

Estou desconfiada, aquele bicho era bem grande, não é tão fácil de matá-lo.

-Normani. -digo ao me dar conta da única pessoa que poderia estar ali.

Tiro a almofada de cima de mim e me levanto, sentando no degrau.- Oi.

-Olá. Eu não acredito que você fez esse escândalo todo por uma mariposa. -diz indo até a cozinha.

-Como assim? O que você esperava que eu fizesse? Abraçasse o bicho?!

-Você é engraçada. -diz lá da cozinha.- Não tem aquele spray pra matar? -concordo com a cabeça me lembrando dessa Dádiva.- era só usá-lo, Dinah. Veja o que você fez, bateu sua cabeça.

Ela volta com alguns gelos enrolados em um pano de prato. Senta-se ao meu lado e o posiciona em minha cabeça, na parte machucada. Seguro o pano e lhe dou um sorriso como agradecimento.

Então eu lembro de tudo que ela já fez e me levanto da escada, tentando não me exaltar. Ela acha que é só vir aqui, matar um bichinho e está tudo certo? Não.

-Vou fazer omelete. -diz mulher se levantando.

-Não. Acho que eu preciso falar com você.

As palavras saem sem permissão de minha boca. Não sei nem o que falar para ela.

Normani olha para mim com um ar de desafio, se vira e volta para a cozinha.

-Vai querer de que? -grita.

-Normani, é sério! Vem aqui. Por favor.

Ela volta rindo da cozinha. Tira seu sobretudo preto de sempre e senta-se à mesa.

-Ok, xuxu, desabafe.

Me sento na cadeira em sua frente. Respiro fundo e penso por onde começar.

-Sabe, eu não entendo o que nós temos. Eu não entendo o que você é e nem o que está acontecendo. Só quero que me explique, por favor, para eu me situar melhor nessa situação já que não tenho como lutar contra. -acabo falando atropelando as palavras.

A anja, ou demônia, me olha por um tempo e depois abaixa o olhar, para a mesa. Parece pensativa.

-Bem, eu também não sei muito bem o que eu sou. Costumava ser um anjo de Deus. -ela me olha para ter certeza que estou acompanhando a história e continua. -Há o Diabo, aquele famoso personagem vermelhinho. Na verdade eu não sei a sua cor, pois nunca o vi. Enfim, ele começou do zero, sem ninguém ao seu lado, e foi crescendo com o ódio e amargura das pessoas. Ele roubava, e ainda rouba, os anjos do Senhor, todos os tipos de anjo.

-Você era qual? -pergunto sem querer.

-Anjo da morte. Ainda sou. Eu carrego as almas para Deus.

-E você foi roubada?

-Sim. Mas ainda faço meu dever. Dizem que demora até ser totalmente convertida à divindade oposta.

-Você gosta? Quero dizer, gosta de trabalhar para o mal?

-Não é questão de gostar, é o que eu sou. E o Diabo, só não é compreendido. Tipo, ele gosta de diversão e ás vezes não está muito correto em suas travessuras, é só uma criança, entende? Age como uma.

-Não acho que está certo.

-E não está, mas pense bem, quem o alimenta são as pessoas com suas atitudes agressivas.

-Entendi... Mas e você é o que então? -perguntei ainda curiosa sobre o assunto.

-Um anjo.

-Bom?

-Não.
°°° °°°
oi linds, vamos conversar, vcs preferem pizza ou sorvete??

The Angel of DeathOnde histórias criam vida. Descubra agora