Six

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Depois daquela tarde maravilhosa com o Felipe eu fui para casa.
Chegando lá vejo meus pais na sala vendo tv e digo:
- Cheguei hein - digo.
- Onde passou à tarde Laura? Está achando que essa casa é bagunça? - meu pai diz.
Eu não sei como a minha mãe aguenta ele, sério mesmo.
- Eu estava onde você não deve ir. - digo risonha
- E onde seria? Em um motel aposto.
Sim, meu pai acha que eu dou para cada homem que aparece em minha frente e isso me faz odiá-lo ainda mais, porém o pior é que minha mãe não faz nada para me defender, ela só apenas diz:
- Parem com isso vocês dois.
Ela só sabe falar isso, mas me ajudar a enfrentá-lo nada.
Ela é covarde.
Está afundada nesse casamento, que ninguém sabe o porquê ainda.
Eu canso de perguntá-la, mas ela apenas diz que o ama e isso me deixa mais confusa.
O amor..
Será isso o amor? Uma coisa bizarra que só fere, só dói, só machuca.
Será isso se casar? Será?
Eu não quero ficar como ela. Casar-me com um homem que não da o seu devido valor, que não faz um carinho e só sabe mandar ela lavar, passar, cozinhar e cuidar dos filhos.
Eu sinceramente tenho pena da minha mãe, apesar de tudo eu gosto dela.
Minha relação com meu pai começou a desmoronar depois que eu completei 14 anos. Eu não tinha nada para fazer em casa, então saia e me divertia como toda adolescente normal, mas depois de certo tempo ele descobriu que eu havia fumado algumas coisas e aí me deu uma surra. Surra de palavras, surra física, e eu não tinha idéia do que fazer ou falar. Só esperei ele terminar e disse:
- Você morreu para mim, como pessoa e como pai. - e subi para o quarto chorando.
Ele me olhava com desprezo e nojo, e está sendo assim até hoje. Ele me diz palavras ofensivas e eu digo a ele o que vem a cabeça.
Eu lembro de como era linda a minha relação com ele, me tratava como princesa enquanto minha mãe sofria, mas eu não percebia nada.
Hoje, cresci e percebi o quão tola eu fui de acreditar que minha vida era perfeita.
Ela não era perfeita, eu só era cega demais.
Depois de falar com ele subo para meu quarto, e deito na cama.
Meu celular vibra e vou olhá-lo, era mensagem de um número desconhecido que dizia o seguinte:
Olá, eu sei que você pode estranhar, mas estou com saudades. Beijos Luna.
Não acreditei no que estava lendo, mas acabei sorrindo. Depois de muito que pensar para responder, por fim escrevi:
Olá girl, eu espero que possamos nos encontrar novamente, venha um dia na minha casa. Um beijo Lau.
Sei que pareceu meio rápido, mas eu sou impulsiva e achei que deveria responder desse jeito.
Depois dessa mensagem fui tomar um banho e descansar um pouco, estava com o corpo cansado, mas a mente mais agitada que piloto de fórmula um. Eu não parava de pensar no Felipe e isso estava me afetando completamente. Só conseguia pensar naquela tarde.
Os beijos dele eram como tomar ar depois de correr muito, suas mãos eram tão fortes e firmes que eu chego a suspirar ao lembrar.
Eu sinto como se nascêssemos um para o outro, como se nosso destino já estivesse escrito e eu nunca acreditei nessas bobagens de outra vida, mas ele me fazia acreditar. Ele me fazia acreditar em coisas impossíveis, ele fazia eu me sentir como se nada nesse mundo pudesse nos afastar. Quando estamos juntos é como se o mundo parasse e só existisse nos dois.
Eu o amo muito e juro que nada irá mudar isso.

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