Nine

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Confusa e inquieta o ouço dizer que eu não o amo, mas é claro que eu amo. Eu não acredito que ele disse isso. Meu olho se enche d'água e eu suspiro.

- Você sabe que não me ama, é só olhar para seu eu interior.

- Eu te amo Felipe, com todas as minhas forças. Eu sei que você está estressado, com raiva, mas nunca duvide do quanto eu te amo. - digo por fim.

- Não duvido, eu tenho certeza e você ainda vai perceber isso. - ele me abraça.

Não posso existir em um mundo que não tenha o Felipe, não existe felicidade sem ele.

- Você vai ficar bem. - ele diz.

- Como assim? - digo confusa.

- Eu ia te falar antes, mas acho que agora é o momento certo, eu quero dar um tempo. - diz e abaixa a cabeça.

- Não precisamos de tempo, nós nos amamos. - digo desesperada.

- Princesa, eu preciso de um tempo para resolver essa confusão na minha cabeça.

- Eu entendo que esteja chateado, mas não pode fazer isso comigo. - digo choramingando.

- Não é você, sou eu. Eu sei que essa frase é clichê, mas eu juro que é a verdade. Eu preciso pensar na gente, ver o que vou fazer.

- Não termina comigo, eu já te pedi perdão e você me perdoou.
Não pode acabar com a gente assim, temos uma história linda.

Eu estou destruída.

Apesar de saber que a culpa é toda
minha, eu o amo e não posso deixá-lo ir.

Eu não vou saber lidar com toda essa dor, eu só estou forte por que o tenho, sem ele não sou ninguém. Sou apenas um corpo sem alma e pode parecer exagero, mas não é.

Só quem já passou por isso sabe como dói e não dói como uma dor qualquer.

Dói como se fosse doer para sempre.

Pensando bem foi justo, eu acabei com ele e ele acabou comigo, estamos sozinhos nessa agora.

- Você vai ficar bem bebê. - ele diz e me abraça.

- Eu não vou ficar bem sem você. Eu te amo. - digo chorando.

- Eu prometo voltar, só preciso desse tempo entende? - ele diz e me dá um beijo na testa.

- Promete?

- Eu prometo. - ele dá um sorriso de canto.

- Quando você voltar, vamos nos tornar apenas memórias.

- Pode demorar um pouco, mas vamos sim. Não apronte ok? - ele diz e se levanta.

- Eu não quero que você vá. - digo e olho em seus olhos.

- No momento em que você beijou a Luna, você perdeu a chance de querer qualquer coisa de mim. - disse.

Depois de ouvir isso eu caio no chão e choro.

Eu não o vejo mais, ele sumiu e isso dói.

Ele partiu e não foi só da minha vida, ele me partiu ao meio.

Só queria ter a chance de poder consertar tudo, mas pensar nisso é em vão.

Ele não vai voltar como me prometeu, eu sinto isso e me fere ao saber que a culpa é totalmente minha.

Chegando a minha casa, sento em minha cama e crio uma playlist.

A playlist mais triste para eu sofrer e lembrar que aquilo estava acontecendo por minha causa, pois sou uma grande idiota e ele não merecia nada disso, aliás, ele não merecia uma garota tão problemática e ele foi tão incrível que apesar de todos meus problemas, ele me aceitou como eu sou e não deixou ninguém me ferir. O problema é que ele esqueceu de que eu mesma posso me ferir e foi o que aconteceu.

Eu sinto muito baby, eu não deveria ter te machucado, mas você me conhece eu faço tudo errado.

Eu já sinto a falta dele.

Eu sinto saudade de quando éramos o casal mais feliz de todo o mundo e nada e ninguém estragaria isso, mas eu mesma estraguei.

Eu me odeio por isso.

Esse é o momento certo para me afundar em minha cama e não aparecer fora de casa nunca mais.

Ele me conheceu.
Ele conheceu todos os meus lados, meus becos e abismos.
Ele conheceu meus piores defeitos, minhas piores manias.
Ele conheceu um alguém que nem eu conheço direito.
Ele conheceu uma parte de mim, que eu gostaria que não existisse mais.
Ele conheceu a garota que quando ama, ama intensamente e que quer ser amada também.
Ele conheceu a minha parte mais dolorida.
Ele conheceu a menina que é sensível e chorona.
Ele conheceu minha metade.
Ele conheceu a melhor parte de mim, ou não.
Talvez ela não seja boa.
Talvez ela não seja minha.
Ele me conheceu e eu morro de medo disso.
Ele me conheceu, mas eu não o conhecia.

Depois de todos esses pensamentos, adormeci ao som de "Say You Love Me, Jessie Ware".
Acordei com muitas mensagens da Luna. Abro meu celular e leio:

Amiga, sou eu Luna.
Você sumiu já faz alguns dias pode me responder? Eu estou muito preocupada.

Hey, você realmente não está bem. O que o seu namorado fez? Me responde, beijos.

Eu fui até sua casa, mas sua mãe disse que você não estava, será que você está me evitando?

Eu sei que o que eu fiz foi errado, você me perdoa? Estou com saudade do som da sua risada.

Entre outras mensagens.
Respondo uma e excluo o resto.

Digo que estou bem e vou até a cozinha, abro a geladeira e pego qualquer coisa.
Acho em cima da mesa alguns remédios e um bilhete:

Filha eu estou preocupada, faz dias que você está no quarto e não sai para nada, me avise se quiser ir ao médico.
Ontem uma amiga sua esteve aqui, não quis te atrapalhar então disse que não estava.
Se sentir qualquer coisa tome um remédio e descanse, eu saí com seu pai e não voltaremos cedo.
Beijos, mamãe

Li e joguei o bilhete fora.

O que eu menos preciso agora é de alguém sentindo pena de mim e literalmente a minha mãe está incluída.

Tomei um suco e peguei os remédios. Fui para meu quarto e joguei-os em cima da mesinha. Olhei para eles e pensei:

- Eu não sei o que fazer, espero que isso me ajude. - digo e engulo uns quatro comprimidos.
- Desculpe Felipe. - sussurro e começo a chorar.

Deito na cama chorando e abraço o travesseiro.
Depois de um tempo começo a ficar sonolenta e acabo pegando no sono.

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