Eleven

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Ouvi coisas que eu realmente não queria escutar.
Ela liga novamente.

- Eu não preciso ouvir isso. - digo.
- Eu sei me desculpa por isso, não foi o que eu quis dizer.
- Ta bom, tanto faz. O que quer?
- Já está pronta?
- Desculpa, mas eu não vou.
- Vai ser bom, quem sabe você não conhece alguém?
- Não quero conhecer ninguém.
- Ta bom, se mudar de idéia vou enviar o endereço por sms.
- Mas não vou mudar.

E por fim ela desliga.

Não estava animada para nada no momento, eu só queria ficar deitada alimentando aquela dor que só crescia dentro de mim.
São 19h e eu nem sei que dia é hoje, acho que não importa, não vou levantar mesmo.

Fecho os olhos e faço o que mais ando fazendo ultimamente, durmo.

Estou numa boate.
Ela está cheia e muito barulhenta, vejo luzes vermelhas e azuis.
Ando sozinha de um lado para o outro.
Estou procurando alguém, mas não sei quem.
Encontro com Mia e pergunto o que estou fazendo ali.
Ela me chama de louca e sai andando.
O que eu estou fazendo aqui?
Eu o vejo.

- Felipe! - o grito sem pensar duas vezes.

Ele se vira para mim e meus olhos brilham.
É ele.
Corro em sua direção, mas ele some.

Acordo o gritando.
Eu preciso ir nessa boate, talvez seja um aviso para eu ir vê-lo.
Pode ser a ultima vez que eu o vejo.

Vou tomar banho e passo uma mensagem para Luna.

-Tem como me buscar?

Acabo meu banho e vou me arrumar.
Desesperada, percebo que não tenho roupa para vestir.
Pego meu celular e digito para Luna:

- Me ajuda, não tenho roupa.
- Eu sabia que você iria acabar vindo, daqui a uns minutos eu chego aí com uma roupa para você.
- Obrigada.

Depois de uns 30 minutos ela chega.
É uma roupa um pouco provocante, mas eu precisava conquistá-lo de novo e se fosse preciso que eu usasse, eu usaria.

Depois de pronta desço com ela até a moto.
Chegamos a um lugar não muito conhecido por mim, mas algo me era familiar.

Foi onde rolou a festa que mudou
minha vida.
Era um pouco barulhento e agitado, tinha bastante gente dançando e bebendo.

- Vai beber algo?
- Acho que agora não.
- Tudo bem. Eu vou falar com alguns amigos ali e já volto.
- Tudo bem.

Sento num banquinho perto do bar e vejo um menino se aproximar.

- Está sozinha gata? - sussurra em meu ouvido.
- Estou esperando meu namorado.
- Posso te fazer companhia?
- Ele é um pouco ciumento, acho melhor não.
- Tudo bem, eu te vejo daqui a pouco então.
- Ah não, depois que encontrar ele vou embora.
- Se ele ter der um bolo, me procura viu gatinha? - piscou e saiu

Eu rio.

Pela primeira vez em semanas eu rio de algo, parabéns menino que não sei o nome.

Já se passaram algumas horas que estou na festa e ainda nada dele.

Eu fui burra em achar que ele poderia estar aqui, devo ir embora.
Em meio à multidão encontro o menino de olhos verdes novamente.

- E aí gatinha, ele furou?
- Na verdade eu não marquei nada, só achei que ele pudesse vir, mas vou embora.
- Ah fica, se você ficar eu prometo deixar a sua noite ótima.
- Tenho namorado.
- Somente amigos gata, eu te pago uma bebida, vamos. - diz ele pegando na minha mão.

Por um lado penso em me afundar na minha cama e continuar dormindo, mas por outro esse menino parece ser tão legal.

- Se eu achar minha amiga vou embora ok?
- Ta bom.

Saímos do bar.
Eu com uma Skol Beats e ele com uma dose de tequila.

- Não costumo beber. - rio
- Tudo bem, nós vamos com calma. - ele ri.

Depois de muitas bebidas, estou totalmente embriagada e feliz.

Não sinto minhas pernas e tudo é tão engraçado.
Quase arrumei briga, mas juro que a culpa foi dela.
Essa noite foi o máximo.

- Obrigada Bruno, você é incrível e gato. - digo e rio

- Pô gatinha que bom que você gostou. Esse garoto incrível e gato pode te levar em casa?

- Você bebeu, não pode dirigir. - dou risada e bato em seu ombro.

- Vamos de táxi, eu só disse para parecer mais homem. - ele gargalha.

- Adorei te conhecer seu bobo. - beijo seu rosto.

- Adorei te conhecer também gatinha. - diz me dando um selinho

Não.
Não posso beijar ninguém.
Eu quero o Felipe.

Uma voz surge da minha cabeça:
Você vai ficar bem
Estou bem Felipe, eu estou bem.

Abaixo a cabeça e dou a mão para o Bruno.

- Desculpa, prometo não forçar a barra, mas em troca você vai ter que sorrir. - ele diz me fazendo cócegas.
- Ah Bruno - digo e começo a gargalhar.
- Pronto, agora sim. - ele dá um sorriso.

Chega um táxi e nós entramos.
Depois de contar meu endereço para o taxista eu deito em seu ombro.
Eu estou tão cansada e dolorida, mas isso me fez bem.

- Dorme gatinha, quando chegar te acordo. - ele beija minha testa.

Depois de sentir seus lábios em minha testa, eu pego no sono.

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