Eighteen

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Pov Laura.

Vejo aquelas correntes e me desespero.
Escuto a porta bater.
Por que sempre acontece tudo errado comigo?
- Oi.

O que ele está fazendo aqui? Não é ele o chefe?

- Não vou abusar de você não, só quero seu dinheiro. - ele olha para mim.

Ele usa uma touca preta sob o rosto e eu não consigo identificá-lo.
Só consigo olhar em seus olhos.

- Ah muito obrigada por me poupar disso. - reviro os olhos.
- Mas você vai querer isso.
- Que você queira meu dinheiro?
- Não.
- Não quero transar com meu seqüestrador, isso é coisa de filme idiota.
- Não é filme não, é a realidade. Eu sou lindo e todas querem.
- Elas tomam remédio? - digo e me viro.

Ele estava ficando louco?

- Meu nome é Ricardo. - ele estende sua mão.
- Não é proibido falar sua verdadeira identidade para suas vitimas?
- Você não vai falar nada.
- Como tem tanta certeza disso?
- Acho que te conheci o suficiente para saber que não falaria.

Filho da puta.

- Tanto faz, vou morrer aqui dentro mesmo.
- Não vai não, só precisamos de um tempo e soltamos você.
- Já não pegaram dinheiro suficiente?
- É que falta a jóia maior.

Esse filho da puta está tentando me seduzir e acha que vai conseguir.

- Legal, mas se está achando que só porque disse seu nome e está fingindo ser bom, não vai conseguir nada assim.
- Você gosta de caras bravos?
- Eu não gosto de você e não há nada que me fará mudar de idéia.
- O mundo dá voltas hein?!
- Você é doente mental? - pergunto.
- Acho que sim. - ele diz e sorri.

Mesmo com a touca eu conseguia saber quando ele sorria.
Laura sossegue, ele te seqüestrou.

- O que você faz além de seqüestrar garotas apaixonadas?
- Você está apaixonada?

Não vou falar do Felipe.
Não vou falar do Felipe.
Não quero falar do Felipe.

- Não.
- Eu trabalhava como sócio de uma grande empresa, mas me demitiram por que eu tive que ver minha filha que estava muito doente.

Ele tem uma filha?
Ele tem coração?
Ele é bom?!

- O que eu tenho haver com isso?
- Seu pai me demitiu.

Meu pai continua me trazendo felicidade, é incrível isso.

- Mais um motivo para não gostar dele, olha onde ele me meteu. - penso em voz alta.
- Não gosta dele?
- Não.
- Temos algo em comum.
- Não temos nada em comum, você me bateu.
- Não fui eu, foi o outro. Ele acha que se eu falar com você vamos estragar o plano todo.
- Eu não vou atrapalhar, só quero que isso termine.
- Vai acabar.
- Mas até que deve estar sendo legal para eles.
- Seu pai já está atrás de você. - ele diz.
- Ele não gosta de mim.
- Não é o que parece. Tenho que ir, depois nos falamos. - ele suspira.
- Posso te pedir uma coisa?
- Se eu puder e não for sair daqui. - ele ri.
- Posso ver seu rosto?
- Cuidado para não se apaixonar. - ele ri novamente.

Estou curiosa.
Ele tira a touca e meu coração para.
Não consigo piscar ou me mover.
Só consigo gritar uma coisa:

- Felipe é você. - digo e apago.

Fantasy [Em Construção]Onde histórias criam vida. Descubra agora