Basta!

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"Toda vez que olho em seus olhos me perco na mais pura luz divina."

Já é fim de semana e fazia três dias que não dirigia a palavra a Dylan. Ele não tentou se aproximar ou falar qualquer coisa também.

No quarto dormíamos ainda juntos na mesma cama. Mas ele sempre se deitava tarde e levantava cedo. Então não o via.

Evan e Mark estranhou nosso comportamento e apenas disse que estávamos passando uma fase ruim.

Toda vez que eu chegava num lugar o ignorava e ele ficava calado com a cara fechada. E sempre que ele se aproximava era a minha vez de ficar calada.

- Vocês estão sendo infantis. Sei que se odeiam, mas, por favor, né. – Declan diz ao meu lado.

Estamos na beira da piscina. Meus pés batem na água e balanço de trás para frente.

- Todo casal briga. – Dou de ombros e foco nos movimentos de meus pés.

- Vocês não são um casal de verdade.

- Olha. – Solto um suspiro e o olho. – Estou puta da vida com Dylan e prefiro ignora-lo e pelo o jeito ele também prefere assim.

- É por causa daquela noite que liguei e ele não estava? – Ele me olha desconfiado e tento desviar a conversa.

- Não. É por que eu o odeio mesmo.

- Por que será que não acredito?

- Acredite no que quiser. – Me levanto e ele também.

- Nós iremos jantar hoje. – Diz enquanto coloco minhas sapatilhas.

- Nós? – Franzo a testa.

- Sim. Minha mãe quer conhecer você mais um pouco.

- Apenas nós duas? – Tento a sorte.

- Você sabe que não. Ela quer que Dylan também vá– Bufo e saio caminhando até a casa o deixando sozinho.

Falando em Dylan não o via desde o almoço. Simplesmente pegou o carro e sumiu.

Isso estava se torando um abito dele.

- O que você está fazendo para estressar meu irmão tanto assim? – Charlote pergunta quando entro na cozinha.

- Nada.

- Jura? Por que esses dias ele está com um humor dos infernos.

Verdade. Esses últimos dias ele não falou com quase ninguém e quase saiu no soco com Evan por causa de uma provocação boba entre irmãos.

- Dylan é louco.

- Desde que vocês começaram a se ignorar o clima fica estranho. Ele está impenetrável. Tentei conversar com ele, mas o antigo Dylan de alguns anos trás voltou. Grosso e distante.

Suas palavras me deixam um pouco confusa. Então Dylan já foi pior? Como era possível?

- Ele era pior? – Pergunto não escondendo minha surpresa.

- Sim. Quando ele foi embora ficamos distantes. Mesmo quando Augusto morreu ele não veio para casa. Mas de dois anos para cá ele foi se abrindo. Não muito, mas conversa mais comigo e com nossos pais. Dylan sempre foi de um temperamento difícil, mas às vezes explode. E nesses últimos dias anda mais rabugento que de costume.

- Como foi sua infância? – Me sento e imagino um Dylan versão menor.

- Bem ele sempre foi brigão. Sempre se achou o superior e muito convencido.

- Então ele não mudou nada. – Digo e nós duas rimos.

Evan aparece todo sujo com Pierre ao seu lado.

- Meu deus o que vocês aprontaram? – Charlote pergunta correndo para Pierre.

- Brincamos na lama. – O danadinho sorri todo travesso e sorrio junto.

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