Somente Nós

Cansado de resistir

  Já fazia quatro dias desde que voltei de Boston. Minhas coisas tinham chegado no dia seguinte assim como Dylan disse. Mas não tive nenhuma notícia dele. Não sei por que achei que iriamos manter contato.

Jogo-me no sofá e me permito pensar nele.

Charlote me ligou perguntando o que tinha acontecido e respondi dizendo que não sabia ao certo. Não comentei o nome da Amélia, mas ela deduziu que ela aprontou algo já que a viu na festa.

Declan também me ligou perguntando o que tinha acontecido e respondi a mesma coisa.

É claro que todos associaram a fuga de Dylan com Amélia. Já que todos a viram.

Confesso que nesse último três dias fiquei tentada a ligar para ele para perguntar se está tudo bem. Mas claro que não fiz isso.

Volto ao trabalho na semana que vem e nesse tempo que fiquei sem fazer nada me permiti pensar em Dylan e nos momentos que passamos juntos.

E em toda minha vida nunca pensei que iria sentir saudades de sua companhia. E aqui estou eu, sentindo a falta de Dylan Russell. Acho que quando você vê uma pessoa todos os dias você acaba se acostumando.

E infelizmente me acostumei com seu sorriso e sua atitude bipolar. Mas o que sinto mais falta é de sentir seus braços em volta de mim.

Passo a mão em meu rosto e posso sentir o cheiro de seu perfume e ouvir a rouquidão de sua voz.

A campainha toca me tirando de meus devaneios. Abro a porta e meu coração para de bater.

- Dylan? – Sussurro.

Ele está parado a minha frente e fico imóvel o olhando.

- Amber.

- O que faz aqui?

Ele se mexe desconfortável e noto uma caixa branca em suas mãos. Ele nota meu olhar e sorri.

- Isto é para você. – Me entrega a caixa e abro a tampa.

Fico totalmente surpresa com o que vejo.

Um Yorkshire terrier filhote está dentro da caixa com um lacinho azul.

O pego no colo e olho para Dylan incrédula.

- Você me deu um cachorrinho?

Ele olha entre mim e o filhote nos meus braços e passa a mão no cabelo.

- Bem, é que eu não sabia como dizer o que quero dizer. E vi que mulheres adoram filhotes de cachorro. – Ele dá de ombros e coloca as mãos no bolso da calça.

- Não estou entendendo.

Ele mexe os pés desconfortavelmente e morde os lábios.

- Sinto sua falta. – Sussurra.

- O que disse? – Pergunto apenas para ver se ouvi direito.

Ele se aproxima e tira o cachorrinho dos meus braços e o coloca no chão. Coloca as mãos em concha em meu rosto e aproxima nossos corpos.

- Eu disse que sinto sua falta. – Seu polegar roça em meu lábio e seu olhar é intenso. – Quando olho nos seus olhos e você olha de volta para os meus, nada parece estar muito normal, porque eu me sinto mais forte e mais fraco ao mesmo tempo. A verdade é que não sei o que sinto. Só sei o tipo de homem que quero ser quando estou com você. – Seus lábios encostam-se aos meus e prendo minha respiração. – Você afasta a escuridão que habita em mim Amber.

Fecho os olhos e saboreio sentir seu hálito quente em minha face. Rodeio meus braços em seu pescoço.

- Escuridão? – Fico confusa com suas palavras.