Lucinda

Capítulo 13

LUCE

O beijo começa calmo, sinto cada pedaço do meu corpo implorar por Paul, como se fosse o que sempre quis, como se ele completasse meu vazio, o beijo aos poucos fica mais devastador, algo feroz, um animal selvagem que acaba de ser solto, passo a mão pelos seus cabelos, tão sedosos, sinto-me sendo puxada pra cima, mas nem me importo de olhar, não quero que aquilo acabe cada vez mais sinto como se estivesse nas nuvens e ao mesmo tempo no inferno, meu corpo queima, até que nossas respirações ficam complexas e somos obrigados a parar, quando abro os olhos vejo aqueles belos olhos azuis me encarando, como se pudesse entrar em mim, queria poder saber o sentimento que eles transmitem, mas não consigo decifrar, olho para baixo e então percebo o porquê dá sensação das nuvens, Paul agora com suas asas amostra havia nos levantando para o céu, digamos que por um momento a voz quis dizer "uau que romântico beijar nas nuvens, viu isso é pra poucas", mas é claro que logo a razão falou mais alto "Lucinda! Você o beijou! Tudo o que não poderia acontecer! Parabéns sua tola." Volto a olha-lo, agora acho que entendo o que seus olhos demonstram talvez esperança, mas esperança em que? :

- Luce me desculpe, mas eu não aguentava mais... -confessa Paul
- Eu também não. -digo sendo sincera.
- Como assim? - Ele me olha como um monstro e me pergunto se disse algo de errado.
- Acho melhor conversarmos no chão. - Digo antes que aconteça uma tragédia.
Ele volta ao térreo do prédio onde estávamos ao longe vejo a paisagem e tento procurar nela uma resposta para dar a ele, sem que ele me olhe como um monstro novamente:
- Olha, nesses últimos dias, eu não sei, você é tão companheiro, sempre tão cuidadoso comigo, acho que levei isso para outro lado. - tento começar da melhor forma possível.
- Luce você não pode levar isso para outro lado.
- Eu sei me desculpe, é que eu sei lá, eu nunca vivi um amor, não sei como é. Mas eu não sei gosto tanto de estar com você, cada minuto é tão precioso Paul. - tento não parecer tão melosa e advinha sem sucesso.
- Olha Luce, não quero desapontá-la, mas é melhor nem continuar falando. Isso tudo é idiotice logo você esquece. - A grosseria dele doía em cada pedaço do meu corpo.
- Mas por quê? - tendo dizer antes que eu desabe em lágrimas na frente dele.
- Por que eu sou um monstro. - ele confessa demonstrando tanta afirmação que me irrita.
- Ah claro grande diferença, eu sou a filha do capeta prazer. - tento usar a ironia para não chorar, não vou chorar perto dele, pela minha honra.
- Luce não é isso ok? Não podemos ter nada, aquele beijo foi um erro. Vou sair um pouco tudo bem? Aqui é um lugar meio distante ninguém vai te achar. Tem uma barraca ali, mais tarde eu volto. - Ele diz, partindo logo em seguida.
- Mas...
Ele já estava distante quando consegui dizer, distante de mim, distante do meu coração, partiu deixando o mesmo em ruínas e as lágrimas brotaram, as deixei caírem, afinal era a única coisa que eu poderia fazer.