Capitulo 17

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PAUL

Chego à casa do lago, tenho certeza que ele a trouxe ali, pelo menos quando trabalhávamos juntos ele trazia suas vítimas para cá, entro na casa e vejo a jaqueta de Luce, aquilo me traz uma esperança enorme, meu coração se enche de coragem, sigo rumo ao quarto em que levávamos as vítimas, quando chego ao corredor, ouço batidas na porta, abro a mesma rapidamente esperando encontrar Luce lá dentro, mas me deparo com Bruno, à primeira coisa que faço é socá-lo, ele cai no chão:
- Que porra você fez com ela seu verme! - jogo ele no chão novamente e começo a socá-lo, sinto sangue em minhas mãos e mesmo assim eu não paro.
- Calma Paul se matá-lo não vai descobrir onde ela está. -John que consegue ser a voz da razão naquele momento me faz parar.
- Porra cara, você fudeu meu rosto. - ele diz com a mão no rosto.
- Vou fazer ainda pior se não me der à resposta que quero. Onde ela está?
- Olha ela estava aqui só que...
-Como assim ela estava? Quer que eu te bata em outro lugar?
- Calma Paul, como eu disse ela estava, só que ai, ela conseguiu derreter as barras e fugiu. Deixando-me trancado aqui em baixo.
- Você é um imprestável mesmo, vou acabar com sua vida, seu bastardo! - parto pra cima dele, o socando até ele desmaiar e John só assiste ao nosso show. - Vamos John, se ela fugiu não deve estar muito longe.
Novamente meu coração arde por medo de perdê-la, onde quer que ela esteja, está sob perigo e a culpa é minha.
Nós seguimos rumo à floresta aonde provavelmente Luce foi, sinto pingos em meu rosto, começa a chover, isso com certeza não é bom. Aonde quer que ela esteja está sozinha, com frio, medo, desprotegida, tudo isso por que eu fui mesquinho o bastante para não esperar amanhecer e a levar comigo para procurar por John. Em todos esses anos eu nunca a deixei sozinha, a seguia para todos os cantos e agora no momento em que ela mais precisava de mim, eu a abandonei.
Ao entrar na floresta a procura de Luce percebi que ela estava muito escura e silenciosa, aquilo não era bom. Dizem que quando o silêncio reina é por que algo muito ruim está para acontecer. Luce era forte, tinha poderes, mas no fundo ela era uma garota doce e estar perdida nesse lugar não era nada bom:
- Olha tem pegadas aqui. - Já disse que John é realmente bom nessas coisas?
- Pode ser as de Luce, afinal esse lugar não parece ser muito visitado. - Claro quem gostaria de visitar ali.
- Só tem um problema, tem alguém seguindo ela. - John aponta para outra pegada em formato de animal, tudo bem que pessoas normais pensariam "é só um bichinho", mas na situação em que nos encontramos provavelmente era um Wenxy, essas criaturas são tão desprezíveis.
- John se for um Wenxy, Luce já era. - Minhas palavras me perfuram, é o fim, perdi Luce.
-Calma, primeiro que eles não são tão terríveis desde a queda. Eles foram obrigados a vigiar a porta do inferno, deve ser por isso que ele seguiu Luce, quer vingança ou algo do tipo. Mas não vai matá-la, ele não teria coragem.
- John os Wenxy que eu conheço, não teriam piedade. Ainda mais se eles souberem que bebendo o sangue dela vão deixar eles mais fortes, então eu perdi Luce, fui irresponsável e a perdi. Ela vai morrer e a culpa é minha. -sento do chão já não aguentando com meu próprio corpo. As lágrimas começam a brotar pedindo permissão para saírem e eu deixo, eu errei de novo, eu sou um monstro.
- Porra Paul, que drama! Ela ainda está viva, o tal dia da queda só acontece daqui uma semana e para funcionar tem que beber o sangue no exato momento em que ele for tirado. Então temos uma semana para achá-la, agora para de chorar, você é um demônio, ajudante de satã e fica ai chorando, parece até que está apaixonado pela moça. - No momento em que ele disse as últimas palavras, ele me olhou, com compreensão e compaixão, agora ele havia entendido. - Nossa tudo bem, nós vamos achá-la e eu mesmo vou matar aquele Wenxy.
John me apoiou para levantar e seguimos o caminho, eu iria encontrá-la e nada iria me impedir, resolvo gritar, afinal naquele silêncio, se ela se encontrava aqui iria me ouvir:
-Luce!! - Paul me entendendo começa gritar. Ao longe ouvi meu nome, era a voz dela, ela estava aqui.
-Vamos, é ela! - Tentei correr, mas fui segurado.
- Não Paul, pode ser uma armadilha, essa floresta não é muito bem frequentada, espere ela gritar mais uma vez, ok?
- Certo. - então eu esperei, esperei muito, não ouvi mais o som de sua voz e perdi todas as minhas esperanças outra vez.


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