Lucinda

Capitulo 16

LUCE
Bruno permanece calado a viagem inteira, até que chegamos a uma casinha próxima a um lago, parece um lugar confortável, como aqueles em filmes americanos dos quais o mocinho leva a mocinha para o primeiro encontro, adoraria que Paul estivesse aqui, mas só de pensar nele chega a doer, é tão confuso, ele disse que era um monstro, mas eu sou uma aberração, acho que talvez ele não gostasse de mim, as lágrimas começam a dar sinal de que querem sair, mas não estou disposta a chorar, ele me abandonou, não teve nem interesse em me trazer até aqui pelo menos, então vou aproveitar que estou afastada de tudo e vou esquecê-lo. A voz de Bruno me tira de meus devaneios:
- Está com fome?
- Talvez... - Não estava com muita vontade de comer, nem de viver.
- Bem, tem chocolate, boatos que você gosta. - ele abre um sorriso amigável novamente e não consigo não cair na tentação de comer chocolate.
Pego o pote de sua mão, tinha chocolate de todas as cores e sabores, comi tudo com muito prazer, eu amo chocolate, e amo o Paul, as lágrimas saem sem permissão, comer chocolate e chorar é tão mulherzinha, mas eu precisava desse momento. Bruno está na varanda observando o lago, ele é realmente bonito, mas ao mesmo tempo em que parece ser meu amigo, ele parece ser perigoso. Como todo o chocolate e decido ver televisão, aos poucos vou ficando sonolenta, vejo Bruno entrar na sala, sorrir e então tudo ficou escuro.
Acordo em uma cama, meus pulsos amarrados em um ferro, olho ao redor, minha cabeça lateja tudo está girando então decido deitar novamente, Bruno que se encontra sentado no lado oposto da onde estou e abre um sorriso:
- Que bom que acordou, achei que tivesse exagerado um pouco no remédio que coloquei nos chocolates. - Ele fala feliz e isso me causa nojo.
- Por que estou aqui? Por que me prendeu?
- Calma Lucinda, eu preciso de você, preciso do seu sangue. Aliás, todos nós precisamos, não quero ficar submisso de Michel, então eu vou beber seu sangue, matar Michel e Lúcifer e depois viver minha vida.
- Mas que merda! Vocês não podem tentar serem bons os suficientes sozinhos! - Tento soltar minhas mãos de qualquer forma, então eu me lembro de uma coisa e começo um Teatro. - Por favor, Bruno, você parecia ser tão legal, me solta, eu te dou meu sangue.
- Ora Luce, tão linda e tão tola. - ele se aproxima e acaricia meu rosto. - Você realmente é muito bonita.
- Você acha? Você também é muito atraente. - sorrio com nojo de mim mesma, mas tenho que tentar.
- Hm... A filha de Lúcifer é tão tentadora. - ele se aproxima e começa a beijar meu pescoço, aquilo me dá ânsia, mas começo a fazer o meu plano, aos poucos as barras que me prendiam derretem, preciso agradecer por ser tão quente a esse ponto, Bruno continua me beijando, então ele para.
- Você está me deixando louco.
- Será? - ergo minha sobrancelha e levanto Bruno até o teto pelo pescoço, ele me olha com os olhos arregalados.
- Me... Sol... Ta. - ele está quase ficando sem ar, o solto no chão, corro para fora, tranco a porta e sigo rumo à sala. Não tenho para onde ir, então decido correr para floresta, corro risco de Michel me achar, mas não me importo.