Capítulo 38

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Dor, tudo o que eu sentia se resumia apenas à apenas dor.
Não sei por quanto tempo eu apaguei, por quanto tempo fui cedada, ou por quanto tempo fiquei tonta deitada na maca deste quarto, mas pareciam horas. Eu não sabia se minha filha, minha pequena Nicolly estava bem, mas um vazio dentro de mim, me dizia que não, e o pensamento me faz chorar sem coragem de elevar as cobertas para ver minha barriga.
Depois de muito chorar, entro em desespero, preciso de respostas, mas tinha medo de descobrir por mim mesma, então me forço a apertar o botão de emergência, logo vendo um médico entrar no quarto.

- Miguel... -Digo quase em um sussurro.

- Olá Kate, consegue sentar sozinha? -Pergunta Miguel sem me olhar nos olhos e eu apenas nego com a cabeça. - Por sorte, essas macas são bem práticas.

- Minha filha? -Pergunto após a maca dobrar até me fazer ficar sentada.

- Vamos ter que fazer alguns exames na sua cabeça por conta da queda e... -Miguel tenta mudar de assunto, mas eu o interrompo.

- Miguel! -Tento impor força à minha voz, mas ela sai mais baixa que o normal, mostrando o quão eu estava fraca.

- Desculpa Kate, mas ela não sobreviveu. -Disse Miguel baixando o olhar e o ar some de meus pulmões.

- E o Luan? -Pergunto tentando me manter firme, mas as lágrimas corriam soltas pelo meu rosto.

- Ele está na cirurgia, depois que eu acabar de fazer os exames em você, eu tento ver se posso te colocar lá no vidro com a mãe dele. -Diz Miguel saindo para pegar algo e eu me forço a levantar e a correr até o tal vidro.

- Meu amor. -Sussurro passando a mão no vidro.

- Kate? O que faz aqui, minha filha? -Pergunta Marizete levantando de umas cadeiras que tinham ali.

- Eu tenho que ficar aqui com ele. -Digo sentando na cadeira ao lado de onde ela estava.

- Kate. -Ouço a voz de Miguel me repreendendo.

- Eu não vou sair daqui se não for dopada. -Digo cruzando os braços.

- Tudo bem, se prefere assim. -Disse Miguel me injetando algo e eu apago.

...

- Já estou acabando os exames, só vou pegar o resultado dos seus exames de sangue antes. -Miguel disse me olhando enquanto eu acordava. - Fique de olho nela.

- Me solta, preciso ir ao banheiro. -Digo limpando uma lágrima com o ombro e o enfermeiro me solta, me permitindo prende- lo à maca.

- De novo? -Pergunta Marizete rindo enquanto revirava os olhos e eu apenas afirmo com a cabeça.

- Alguma melhora? -Pergunto curiosa.

- Na verdade, uma das enfermeiras falou para mim ter fé, pois teve uma hora em que os batimentos cardíacos dele ficaram normais, como eles precisam, e não fraco como estava e voltou a ficar. -Explica Marizete sorrindo de canto.

- Por que você não me escuta? -Pergunta Miguel revirando os olhos e eu acabo rindo. - E ai? Vai voltar andando comigo ou vou ter que te dopar novamente?

- Espere, ela está ajudando ele. -Disparou uma enfermeira saindo da sala de Luan. - Pode me chamar de louca doutor, mas quando ela apareceu no vidro antes, os batimentos dele ficaram normais, e agora, está acontecendo novamente. E nós precisamos dos batimentos normais, pois fraco como estava, tinham menas chances dele sobreviver.

- Vamos fazer assim, fazemos a ultrassonografia, que só falta isso, e depois eu peço para colocarem uma maca aqui para você. Feito? -Pergunta Miguel.

Desistindo por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora