Capítulo 47 - Luan

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O desespero tomou conta de mim assim que a chamada de vídeo com Kate e Ketelyn foi cancelada. Eu percebi que houve uma forte turbulência, mas de um jeito ou de outro, Ketelyn estava armada.
Avisei a todos o que aconteceu e Edgar, o pai de Kate, ligou instantaneamente para os contatos que tinha. Demorou um tempo, mas quando um dos contatos retornou, disse que tentaram entrar em contato com o avião, mas não houve resposta, era simplesmente como se o avião tivesse sumido no ar.

- Pi, levanta dessa cama. -Pediu Bruna entrando em meu quarto. - Já faz um mês que você praticamente não sai do quarto.

- Me deixa aqui. -Disparo irritado.

- Desce para jantar, a mãe fez pamonha de sobremesa. -Bruna disse forçando um sorriso.

- Não estou com fome. -Murmuro virando de costas e abraçando o travesseiro e a blusa que eu praticamente roubei do quarto da Kate.

- Você sempre diz isso, até te forçármos a comer. -Disse Bruna, provavelmente, revirando os olhos. - Dá para ao menos olhar para mim?

- Você não entende, Bru. -Digo me virando para encara- la.

- Não entendo? A Kate era... -Ela para e me olha tristonha. - A Kate é minha amiga, sabia? Estou tão preocupada com ela quanto você, todos estamos! Mas não pode parar a sua vida, entende?

- Ela é a minha vida, Bruna! -Acabo me exaltando.

- Vamos descer, por favor. -Pede Bruna me olhando nos olhos. - Se você descer eu ligo para o detetive para ver se tem alguma notícia.

- Tudo bem, só vou tomar um banho. -Digo levantando e vou em direção ao banheiro.

Faço minhas higienes, tomo um banho rápido, coloco uma calça de moletom preta, uma regata e paro em frente ao espelho me olhando.
É impressionante o que um único mês fez comigo. Meus olhos estavam fundos e cheios de olheiras, eu estava bem mais pálido que o normal, meu cabelo já está bem maior que o normal e completamente embolado, minha barba já estava maior do que eu costumava usar antes de raspar e os ossos próximos ao meu pescoço já estavam altos, formando "piscinas" entre ele e meus ombros.

- Que bom que sua irmã conseguiu te convencer, meu filho! -Disse minha mãe me abraçando e quase me arrastando até a cadeira da mesa de jantar. - Come bastante!

- Mamusca, eu não estou com muita fome. -Confesso sorrindo de canto, mas mesmo assim ela coloca um prato cheio em minha frente.

- Come, conforme você for comendo, a fome vai vindo. -Explica meu pai forçando um sorriso para mim, mas no meio do jantar, eu sinto uma tontura e desabo no chão.

- Luan! -Ouço minha mãe e Bruna gritarem, mas minha vista escurece de vez.

Acordo em um quarto todo branco, que logo identifico como o quarto de um hospital, espero minha vista se ajustar a luz e olho em volta, dando de cara com toda a minha família e equipe.

- Você quer nos matar do coração, garoto? -Gritou Marla irritada.

- O que aconteceu? -Pergunto confuso.

- O que todos prevíamos, você está se destruindo! -Diz Bruna irritada enquanto o Dr. Miguel entrava no quarto.

- Olá, Luan. Você lembra de mim? -Pergunta Miguel e eu apenas afirmo com a cabeça.

- Você sabe por que eu apaguei? -Perguntei levando uma das minhas mãos até minha cabeça que estava latejando na lateral, provavelmente por causa da queda.

- Você está com Anemia. -Miguel disse sorrindo de canto.

- Anemia? -Pergunta Dagmar com os olhos arregalados e eu a olho confuso.

Desistindo por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora