Desistindo por Amor

Capítulo 36

Meu corpo estava dolorido, eu estava me sentindo tão fraca que não conseguia abrir os olhos, mas sentia alguém segurando minha mão esquerda. Me forço a apertar a mão da pessoa, mas o aperto foi tão fraco que provavelmente a pessoa ao menos sentiu, ouço vozes e uma delas reconheço como a voz de Rodrigo.
De repente, entro em desespero ao sentir o Rodrigo soltar minha mão, então puxo toda a energia de meu corpo e canalizo para meus lábios apenas para pronunciar uma palavra, ou melhor, um nome.

- Rodrigo...

- Kate? Ai meu Deus, você está acordando! -Ouço a voz de Rodrigo mais próxima a mim e me forço a abrir os olhos encarando sua expressão de susto.

- Olá. -Digo sorrindo fraca.

- Rodrigo, você precisa sair para mim poder fazer alguns exames nela. -Disse um homem loiro que identifiquei como meu médico entrando no quarto.

- Eu já volto! -Rodrigo disse beijando minha testa e logo saindo do quarto.

- Olá, Kate. Sou se médico, você consegue sentar para fazermos alguns exames? -Pergunta o homem sorrindo para mim.

- Acho que sim. -Digo sentando, mas levo um grande susto ao avaliar meu corpo. - O que...?

- Ah, isso. Sua família disse que você provavelmente não sabia, e você ficou em coma por três meses, então... Você está com mais ou menos uns quatro meses. -Meu médico tenta explicar o fato de eu estar com uma barriga bem maior do que eu me lembrava.

- Eu estou...? -Não consigo terminar a frase desacreditada.

- Sim, você está grávida. -O loiro sorriu como se fosse normal alguém acordar de repente e descobrir que está grávida.

- Desculpe, mas qual é o seu nome mesmo? -Pergunto curiosa.

- Miguel Mindelo. -O médico responde sorrindo.

- Ok, Miguel, se eu estava grávida antes do acidente e estou aqui a três meses, como essa criança pode estar viva? -Pergunto ainda desacreditada.

- Assim como a mãe, essa criança é forte. -Miguel diz piscando para mim. - Bom, pelo o que posso ver a olho nu, você está bem, mas temos que ir para a sala de exames.

- Tudo bem. -Digo suspirando.

Doutor Miguel e a enfermeira levam minha maca até uma sala de exames, onde fizeram todo tipo de exame em mim, exames de vista, exames na minha cabeça, um exame aprofundado em um machucado que estava começando a cicatrizar em minha perna, e por último uma ultrasonografia.

- Olha, se eu dissesse que acabei de descobrir o sexo do seu bebê, acreditaria? -Pergunta Miguel me fazendo arregalar os olhos. - Quer saber qual é?

- Claro que quero. -Disparo e nós dois acabamos rindo.

- Sabe por que essa criança sobreviveu? -Miguel pergunta sorrindo para mim e eu nego com a cabeça. - Porque provavelmente ela vai ser uma mulher tão forte quanto a linda mãe dela.

- É uma menina? -Pergunto pegando o papel que ele me entregava para limpar o gel da barriga, mas instintivamente começo a alisa- la.

- É sim, e está tudo certo com ela e com a mãe dela. -Disse Miguel tirando as luvas.

- Quando vou poder ir embora daqui? -Pergunto curiosa e ele ri.

- Já está afim de se livrar de mim, é? -Brinca Miguel.

- Não, é que eu estou com fome. -Digo fazendo careta e nós dois caímos na gargalhada.

- Vou tentar te liberar hoje, mas só se você me prometer cuidar bem dessa menininha. -Diz Miguel alisando minha barriga e eu coro com tal carícia.