Era manhã de chuva, o céu estava bem escuro por conta das nuvens carregadas d'água, parecia que o dia inteiro iria ser escuro e meio tenebroso. Olhei para as minhas irmãs que dormiam no mesmo quarto que eu, não sei por que, mas... dei um beijo em cada uma e depois fui fazer o mesmo no quarto do meu irmão - o sortudo que não tinha que dividir o quarto com ninguém - e fui me aprontar para mais um dia de aula.
Como eu era a mais velha de 4 irmão, eu me sentia meio que uma guardiã deles, mesmo que eu desse uma de durona eu os amava mais do que poderia explicar, aliás, eu faria qualquer coisa por qualquer um da minha família.
- Olha a hora, Andressa! - minha mãe grita da cozinha para me lembrar de que eu estava perdendo muito tempo no banho, como de costume eu sempre vivia no dilema do "só mais cinco minutinhos" e acabava perdendo muito tempo na minha cama.
- Eu sei! - rebati o grito.
Sai do banheiro já pronta pra ir a escola, mas minha barriga me alertava de que ainda faltava tomar café. Corri até a cozinha, não poderia sair de casa sem meu combustível.
- Bom dia mãe. - falei para a figura baixinha e meio gordinha de cabelos pretos, que lavava a louça da noite passada.
- Bom dia. - ela respondeu ainda virada para a pia entulhada de louça suja.
Comi rapidamente pra não ter de chegar atrasada na escola.
- Tchau mãe. - me despedi dela dando um beijo em sua bochecha.
- Juízo viu moça! - ela diz quando eu cruzo o portão.
A escola em que eu estudava, ficava a duas ruas de distância da minha casa. Não sei oque estava acontecendo, mas as pessoas pareciam mais estranhas, acho que era por conta do clima, ele dava um ar de tristeza ao dia.
Cheguei a escola. Lá não havia praticamente nem um funcionário, só alguns professores e a "tia da limpeza". Eles devem estar em algum treinamento desses que o estado oferece, pensei ao entrar na sala de aula. Me sentei e comecei a escrever o conteúdo que o professor começara a copiar no quadro negro.
No meio da segunda aula, o diretor - que não estava presente na escola quando eu cheguei - entrou desesperadamente na sala de aula e acabou assustando os alunos. Ele usava uma roupa como de quem iria acampar e levava também uma grande mochila.
- As aulas acabaram definitivamente! Vão imediatamente para as casas de vocês e... aproveitem o tempo que ainda lhes restam com as pessoas que vocês amam. - disse o diretor da escola pra depois sair correndo para avisar as outras salas.
Oque esta acontecendo???
Um medo súbito me atingiu. Sai correndo da sala de aula atrás de respostas. Vi o diretor pegar o seu carro e sair tão rápido a ponto de levantar a poeira do chão. Enquanto os alunos e o resto dos funcionários saiam correndo da escola, eu parei em frente a TV que fica na sala dos professores ao ouvir as seguintes palavras saírem da boca de um repórter : - O vírus mortal já se espalhou por quase todo o mundo. Não à antídoto ou solução pra tal catástrofe. Após a infecção só lhes restará apenas 5 horas de vida. Cuidado com os olhos vermelhos...
Como assim, olhos vermelhos?
Sai correndo para casa, queria abraçar meus irmãos e minha mãe.
Haviam pessoas desesperadas por todos os lados, oque só aumentou o meu medo e nervosismo.
Quando passei em frente a algumas casas próximas a minha, eu via pessoas chorando e algumas famílias abraçadas, uma dessas famílias era a da Mariane, parei de correr imediatamente, uma lágrima rolou pelo meu rosto ao vê-la abraçar seu irmão e sua mãe o mais forte que podia, eles estavam infectados. A Mariane me olhou, e eu percebi oque significa a frase do repórter, "cuidado com os olhos vermelhos...", era o sinal para identificar pessoas infectadas. Cai nos prantos quando percebi que minha amiga e a sua família não teriam se quer uma chance de... de... de tentar sobreviver, que em menos de 5 horas eles não estariam mais vivos.
E se minha família estivesse infectada? E se não tivessem mais vivos? E se...
Novamente comecei a correr em direção a minha casa. Queria ver como estavam as pessoas que eu amava. Eu faria de tudo para protege-los desse maldito vírus.
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Vírus
Science FictionUm vírus mortal se espalhou pelos quatro cantos do mundo. Andressa uma adolescente de 17 anos, terá de deixar tudo para trás afim de encontrar uma chance de sobrevivência para ela e sua irmã de 6 anos de idade.