Capítulo 11

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Eu conhecia a tal jovem. Era a Thays. Ela havia estudado comigo na mesma época que o Davi.

- Não posso acredita que você ta aqui! - Thays falou ao meu ouvido quando me abraçou. Ela nem quis saber qual era meu estado, ela... simplesmente me abraçou.

- Quanto tempo! Não acredito que você tá aqui. Senti muito a sua falta. - uma lagrima rolou pelo meu rosto.

Eu e Thays eramos melhores amigas, mas fomos para escolas em cidades distantes uma da outra.

- Eu também senti muito a sua falta "pacote". - Thays falou com os olhos cheio de água; logo depois vi algumas lagrimas rolarem em seu rosto.

- Pra onde você vai? - perguntei.

- Eu vou para um dos abrigos próximo a uma mata fechada perto daqui. - ela respondeu.

- Você vai para um abrigo? - minha fala saiu cheia de esperança.

- Sim!

- Poderíamos ir junto a vocês?

- Claro que sim!

Ouvimos um resmungo sair de dentro do automóvel.

- Claro que não! - uma voz masculina saía de dentro de van.

- Como assim Dtr. Sales? Por que elas não podem ir? - Thays perguntou aflita.

- Por que a van está cheia. Por acaso já esqueceu das pessoas que ocuparam os bancos de trás?! - Dtr. Sales falou bem irritado.

- Mas... - Thays tentou falar, mas ele não permitiu.

- Não temos tempo! A situação não é nada boa Srta. Mello. Temos de ir agora!

Lágrimas rolaram pelo meu rosto mais não deixei que ninguém notasse. De repente Estefany se soltou da minha mão e foi até a porta do fundo da van.

- Oii! - ela falou abraçando alguém que estava dentro do veículo.

- Venha ver a minha irmã! - ela disse puxando a mão da tal pessoa.

Não podia acreditar. Era a senhora de cabelos grisalhos, ela estava toda arranhada e suja com sangue.

- Oi! - ela me cumprimentou com um sorriso.

- Oi. Oque aconteceu com a senhora? Por que não está no abrigo? - falei confusa com a situação.

- Bom querida, o motorista do nosso ônibus era um infectado, ele usava uma coisa que parecia uma lente de contato para esconder os olhos vermelhos. Quando ele estava no último estágio do vírus, quando ele foi tomado pelo ódio; ele jogou o ônibus contra uma barreira de terra que tava na estrada. Eu consegui sobreviver e salvei aqueles dois garotinhos lindos alí. - ela falou apontando e sorrindo para dois garotos que estavam na van.

Fiquei chocada. Não conseguia acreditar.

- Nossa! - foi oque eu consegui falar diante de tudo aquilo.

- E quem são esses belo meninos? - perguntei pra fugir do assunto do acidente.

- Este aqui é o Gustavo, ele tem 7 aninhos - ela falou apontando para um menino de cabelos pretos e olhos azuis.

- Oi Gustavo! - comprimentei o menino com um sorriso.

- E este - a senhora continuou - é o Felipe, esse rapazinho aqui tem 8 anos. Ele me ajudou a salvar o Gustavo no meio dos escombros.

Olhei para o Felipe. Ele parecia um menino tímido; ele também era bem bonito, tinha cabelos loiros e olhos castanhos.

- Como você achou eles, Thays? - perguntei.

- Estávamos passando pelo local do acidente quando os vimos e os ajudamos. Não podia deixar uma mulher duas crianças na beira da estrada.

- Entendo! - assento com a cabeça.

- Eu também quero muito ajudar vocês... mas... o Dtr. não quer permitir que enchamos a van com pessoas. - Thays falou enquanto lágrimas rolavam pelo seu rosto.

- Não precisa chorar! Eu não dou a mínima pra se eu vou morrer ou não, só quero salvar minha irmã. Por favor! Por favor! A ajude...

- Mas Dêssa... E você?

- Sou apenas mais uma pessoa entre sete bilhões. Não sou especial.

- Pra mim, você é.

Nos abraçamos e lagrimas rolaram pelos olhos de nós duas.

- Srta. Melo, vamos agora. Não temos mais lugares na van e nem temos tempo a perder com essas baboseiras sentimentais. - Dtr. Sales falou muito mais irritado que dá ultima vez.

- Senhor! Iremos levar a menina. - Thays falou.

- Não iremos levar mais ninguém! - ele gritou.

- Ela tem apenas seis anos... Não vai ocupar o espaço da sua van e nem vai tomar para sí o nosso ar.

- Certo! Mais entrem logo na van.

Gustavo e Felipe entraram na van acompanhados da senhora de cabelos grisalhos.

- Vamos mocinha?! - a senhora chamou minha irmã para dentro da van.

- Eu vou com eles Dêssa? - ela perguntou.

Me abaxei para olhar bem no rostinho da minha. Ela tinha uma expressão triste no rosto. Uma lágrima caiu e ela enchugou.

- Você vau sim com eles meu amor. Lá vai ser muito legal... - falei.

- Eu não vou ver mas você? - ela começou a chorar.

- O minha linda. Não chora minha fofa. Eu vou sempre estar com você, nunca vou te esquecer e quero que você também nunca se esqueça de min, tá?!

- Mais eu não quero ficar longe de você.

- Mais isso vai ser o melhor pra você minha querida. Eu sei que você é uma menina muito forte, e sei que tudo vai ficar bem.

- Eu não quero ir sem você.

- Mas você vai. Te amo Estefany. - dei um beijo em sua testa e nos abraçamos.

- Também te amo muito, muito, muito e muito.

- Minha pequena. Seja uma menina boa viu! Você me promete?

- Prometo! - ela falou soluçando por conta do choro.

Ela entrou na van e começou a conversa com os dois meninhos.

- Thays! - chamei.

Ela já estava entrando no carro, mais voltou ao ouvir minha voz.

- 5 minutos! - Dtr. Sales falou para ela.

- Oi Dêssa? - ela falou com lágrimas no rosto.

- Você pode entregar essa foto a ela - eu dei a foto da nossa família reunida na festa de natal.

- Claro que sim.

- E essa carta da minha mãe também. Mas só entregue a ela quando você achar que é a hora.

- Mais quando será a hora certa?

- Confio em você. Sei que você vai saber.

Nos abraçamos, e mais lagrimas saltaram de nossos olhos.

- Tchau! - eu disse quando ela entrou no carro.

- Tchau! - ela falou com um sorriso triste no rosto.

Sabia que minha irmãzinha estaria em boa mão. Eu tinha feito a coisa certa.

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