Capítulo 4

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Já havíamos andado uns 10 minutos sem dar uma palavra. Eu ainda estava curiosa e confusa.

- Então? Pra onde vamos? - perguntei a Davi enquanto o seguia ainda com minha irmã no colo.

- Bom, não sei por onde começar. - ele falou olhando para o chão.

- Que tal do começo?

- Pois bem. Do começo. Esse vírus não é coisa de dias ou semana, isso já vem se agravando a meses.

- Meses? Como assim?

- O governo resolveu "brincar de ser Deus" e saiu fazendo experiências para criar uma nova doença que combatesse as outras.

- Mas isso não faz sentindo algum.

- Eu sei, mais foi isso que meu pai havia me contando antes... antes de...

- Entendo! Não se preocupe, eu sei pelo que você está passando.

Ele deu um leve sorriso antes de continuar a explicar o acontecido - de acordo com oque ele sabia.

- Essa doença que seria para nos ajudar, acabou se transformando neste vírus que ta "ferrando" com as nossas vidas.

- Meu Deus! Então quer dizer que eu e todo resto do mundo estamos condenados a morte por causa de uns caras de jaleco branco, que um dia acharam que séria possível acabar com todas as doenças criando uma nova?!

- Basicamente. Mas não estamos perdidos, ainda temos uma chance de sobrevivência.

Parei de andar no ato. Fiquei pasma de saber que eu ainda poderia dar um futuro a minha irmã. Uma felicidade instantânea tomou conta de min.

- Como? - perguntei entusiasmada com a notícia.

- Quando os grandes líderes de nações viram que a situação estava fugindo do controle, construíram espécies de abrigos pelo mundo que não tem a possibilidade de ser infectado... ou seja, perigo zero!

Fiquei reluzente com tanta alegria. Não conseguia acreditar que a gente iria viver.

- Mas onde fica esse abrigo? - perguntei com um enorme sorriso no rosto.

- Não sei. - ele respondeu.

- Ham? Como assim? Você acabou de falar que...

Ele me interrompeu.

- Eu não sei onde fica o abrigo, mas um ônibus ira sair de um local perto daqui para nos levar até lá.

- Como você sabe de tudo isso?

- Meu pai era agente do governo. Ele recebeu essa mochila antes de ser dispensado do serviço junto aos outros funcionários - ele disse tirando a mochila das costas - e me entregou antes de ser infectado.

Ele tirou dois sanduíches da mochila.

- Vocês devem estar com fome. - ele falou me entregando os sandubas.

- Claro! Só comemos pela manhã antes da confusão.

Sentamos em um lugar que aparentemente era seguro. Entreguei o lanche a Estefany.

- Ebaaah! - ela falou sorrindo quando pegou o sanduíche.

Nós rimos da reação dela.

- Você sabe o local exato e a hora certa do tal ônibus? - perguntei.

- Nessa mochila que o governo forneceu ao meu pai, estão três bilhetes para que nós peguemos o ônibus amanhã as 06:00 horas. Esse bilhetes são o nosso passaporte para uma vida. E tem também lanches, água, caixinha de primeiro socorros e mascaras!

- Não acredito que vamos nós salvar! Mas... pra que a mascara exatamente? O infectados só transmitem o vírus se chegarmos muito perto da sua respiração.

- É para o caso do vírus se espalhar pelo ar! Em alguns países a situação ta bem pior que aqui.

- Que sorte você ter exatamente três bilhetes.

- Era pra ser um meu e os outros dois para meus pais... ou seja, uma familia de três pessoas.

- Sinto muito por eles.

- Não tem problema! Já to me "acostumando" com esse fato.

- Acho melhor descansarmos um pouco aqui, e mais tarde seguimos em frente. Oque você acha Davi?

- Pode ser! Ainda temos muito tempo até o ônibus sair e também o local marcado é bem próximo daqui.

- O.k.

Ainda era umas 19:00 horas. Tentei dormir mas fui um fracasso. Davi tirava cochilos a uns dois metros a frente, enquanto Estefany dormia em meu colo.

Amanhã eu teria uma nova chance. E eu conseguiria vencer esse maldito vírus que havia levado minha família embora.

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