O Interrogatório

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♥♥♥Editado♥♥♥

**Obrigado Por Chegar Até Aqui**

* Narrador Narrando *

Ali, no fundo do bar, havia caixas de madeira, grampeadas. Com certeza havia peças, ferramentas e outros objetos de fora do Brasil ali. A poeira fina pairava sobre o local. As lampadas clandescentes, refletiam no armazém feito de madeira sem tintura. Havia além do cheiro de mercadoria e óleo, um cheiro familiar para os que ali estavam. Era o cheiro do tabaco e de bebida, que alguns homens sentados a uma mesa consumiam. Havia também um homem desacordado, e os que ali se encontravam em pé, estavam com uma cara seria, o clima parecia estar tenso. O rapaz chamado Jimmy e a garota Rafaela, não estavam entendendo a situação. John então se levantou de sua cadeira, balançando seu copo, para solver o gelo no Whisky, respirou fundo e iniciou o diálogo; 

- Vocês sabiam que aqui no Brasil, essas motos saem mais caro que um carro popular em países como os Estados Unidos? - Ele percebeu que esperavam ele concluir sua fala - O nosso negócio, é comprar lá e revender aqui, apenas sonegar impostos para adquirir essas belezinhas por um preço justo -ele bebeu um gole, e deu uma olhada para um dos rapazes que estavam com ele jogando baralho momentos atras, parecia que ele disse de forma muda que iria abrir o jogo com os dois jovens. Ou talvez não -.

- Uma moto de baixa cilindrada - continuou John -, aqui custa o equivalente a uma completa de 600cc nos países europeus. Isso é um assalto! Como amantes de motos como nós poderíamos pagar por uma moto de estrada, recebendo dois salários minimo enquanto o governo drena todas as nossas energias? 

O rapaz que John dera uma olhada de canto momentos atrás se levantou também, e começou a encher um balde em uma torneira próxima que havia no galpão.

 - Pessoas como nós - Continuou o Sr. Eller -, que temos paixão por motos, tem que parcelar em 50 ou 60 vezes, se quisermos ter uma moto descente. Eu acho isso é errado! - Seu tom de voz assumiu um tom mais alto -, pois esse imposto absurdo que pagamos a maioria das vezes é mau aplicado, quando não é desviado para contas na Suíça.

- Entendo - Rafaela entrou iniciou seu diálogo -, mas e se apreenderem as motos no contrabando? O senhor poder até ir preso! 

- Isso nunca acontecerá! - Disse o homem que antes enchia um balde com água, e agora o colocava próximo aos pés do rapaz que estava preso e desacordado. - Temos um fornecedor confiável ha anos, nunca tivemos baixa e além disso, o pagamos bem, para que se a bomba estourar lá, jamais chegar aqui - O rapaz acendeu seu cigarro e pegou o balde. Despejou agua sobre o homem que estava desacordado -.

-Aahhrg! - Ele gemeu de susto, frio e dor. 


John então andou até o rapaz que fumava no momento, pôs a mão em seu ombro de disse com a voz calma e baixa.
- Speed, veja o que consegue arrancar dele, sim? -. O rapaz olhou ele em seus olhos e confirmou com um leve aceno de cabeça. Em seguida deu um tapa um tanto forte no pescoço do homem acorrentado;

- Só vou perguntar uma vez! - Speed encarou-lhe os olhos, com uma expressão de raiva no rosto.

- O que vocês queriam com a garota!?

- Está bem! Esta bem, só me solte, e eu direi tudo! - O homem se mexia, tentando procurar uma posição que não doía seus pulsos, que estavam extremamente dormentes. Viu que não havia escape, se não dizer o que lhe pediam. - Mas se eu disser, vocês vão me tirar daqui! 

Rafaela se aproximou dele, fechou sua mão esquerda e acertou seu nariz com um soco de esquerda. - Você não está em posição de negocia seu cretino filho de uma p..! - 

- Calma Rafa! - Disse John - Se deixarmos você bater assim nele, ele não saberá o quanto falamos serio. Deixe que eu acerto ele, so espero que não apague de novo! - Ele estralou os dedos da mão, incitando um novo golpe.

- Hey ei ei ei! Isso não é necessário! - O rapaz se agitava nas correntes com o nariz sangrando.

- Eu vou dizer tudo; Olha, nós íamos raptar sua filha - Ele estava todo molhado e agora tremia, dirigia a palavra a John - para forçar vocês a sair da competição. 

John estralou o seu próprio pescoço, jogou os ombros pra cima, para aquecer sua articulação e desferiu um soco no estômago do rapaz, fazendo o tossir sangue.

- Quero a verdade seu monte de lixo! Sei que os BARBS nunca lucraram ou se quer participaram de uma competição antes! O que vocês escória querem!? - Segurou o queixo do rapaz puxando o para cima, obrigando-o a encarar os seus olhos. 

Todos aguardavam uma resposta, a filha de John estava com frio e de braços cruzados enquanto Jimmy estava encostado na parede assustado, e os demais membros do club cercavam o acorrentado, em uma formação que parecia um triangulo.

- Okay, okay... - respirou fundo, tossiu mais uma vez, respirou fundo de novo - Também vendemos motos ilegais como vocês, certo? Vendemos também motos alienadas, roubadas... - se perdeu nos pensamentos -, mas tudo por encomenda. Um cliente antigo nosso pediu duas motos que sabemos que vocês a tem aqui, iriamos pedi-las em troca do resgate de Rafaela. Seria o sequestro perfeito! Nós sabia, que vocês fedem como nós, então jamais colocariam a policia no meio.

- Merda! - Exclamou Speed enquanto socava o ar - Se ele sabe, mais alguém pode saber! Quem mais sabe!? Anda diz logo seu porra! - Ele assumira um tom vermelho. Se a ideia era intimidar alguém, deu muito certo.

- Não cara! Eu juro, ninguém mais sabe! - Sua cara agora amassada olhava um por um dos que ali estavam - Esse contato que me falou sobre as motos apenas confundiu meus rapazes com alguém do seu MC, Ironwing. Ele me disse que o carregamento já havia sido feito, me entregou uma nota, e nela havia uma lista com os itens para conferir, nada mais. Por favor me solte! Nós iremos embora, numa boa. Eu juro! - Sua cara suplicava piedade, até mesmo Rafaela que momentos antes teria matado cada um que prendeu ela, agora sentia pena. O rapaz tinha o rosto cheio de sangue  seco.

- Se pisar perto de Nova Odessa, não haverá perdão. - John apontou dedo na cara do sujeito, buscou seu canivete no bolso. Havia preso nele, uma chave, que o Sr. Eller usou para abrir o cadeado que prendia as correntes. O homem estava livre.

- Aliás... - Billy tornou a falar, enquanto massageava seus pulsos doloridos -  esse evento já foi comprado. A equipe patrocinada pela Nanco, vencerá 3 de 7 modalidades. É por isso que nós da BARBS não participamos, isso ai fede quase como o futebol, tudo gira em torno de quem pagar mais. Obrigado, jamais esqueceremos a piedade que os Ironwings tiveram com a gente  -.

Ele caminhou para fora do galpão. John viajava pelos pensamentos enquanto olhava pasmo para porta. Passaram-se vários minutos de reflexão, até que o som do furgão dando partida, de Billy despertou o pessoal de seu transe momentaneo

- E agora, o que faremos? - Perguntou Jimmy ao grupo.

- Vamos estragar um esquema! - Disse John abrindo um sorriso malicioso, enquanto pegava as chaves de sua moto. Todos perceberam a sua intenção e fizeram o mesmo.

- Vamos terminar essa noite bosta no melhor estilo Ironwings! - Disse rafaela para todos ouvirem. Ela estava frustrada, com raiva, com medo e a unica coisa que ela queria, era descarregar tudo aquilo, fazer o que lhe desse na mente, beber uns goles grandes e se afogar em nostalgia. Todos prontos, aceleraram a todo vapor de volta para o festival. Essa noite estava prestes a começar!

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