The Neighbor «н.ѕ»

2

Contínuo encarando a janela mesmo depois dele entrar. Pego meu celular e dígito uma mensagem para a Micha.

"Sabe aquela casa que estava à venda?"

Ela não estava online, mas fico olhando para o ecrã com a esperança dela brotar e responder. Desisto suspirando e me deito olhando para o teto, o celular vibra e ela finalmente respondeu.

"Sim, por quê?"

"Compraram..."

"Hum, e Você já viu os novos vizinhos?"

"Não são OS novos vizinhos é O vizinho!"

"Um cara? Sozinho? Naquela casa imensa?"

"Sim e ele é um pouco... Sombrio."

"Boa sorte amiga!"

"Vou precisar. Eu acho kkk"

Continuo deitada tentando imaginar quem seria o cara da casa e por quê ele era tão sozinho? Ele seria um vampiro? Aff claro que não Phoebe! Você está assistindo muito Crepúsculo ou coisas do tipo... Minha mãe bate duas vezes na porta e abre uma fresta, logo me distraio e deixo minha atenção sobre minha mãe.

"oi..." - ela diz baixo, terminando de entrar no quarto. "você está brava comigo?" - ela se senta no canto da minha cama, fazendo-a baixar.

"Não, é outra coisa!"- me sento e fico encarando a janela.

"o que?" - ela olha pra janela também mas faz uma cara de quem não entendeu nada. - "alguém se mudou?" ela franze a testa.

"sim!" sorri fraco.

"já viu alguém? A família é grande?" ela me bombardeou de perguntas.

"Calma mãe!" rio fraco "sim eu vi alguém e não É uma família é só um... Garoto."

"Garoto?" ela me olha e depois volta-se pra janela.

"Sim e ele é meio, estranho." suspiro e fico encarando minha mãe.

"Okay!" ela se vira pra mim. "Já que você não está brava comigo, eu quero te falar uma coisa..." eu arqueio uma sobrancelha e a encaro atentamente.
"Sábado eu e seu pai iremos pra casa da sua tia Helena, em Doncaster lembra?"

"Sim, mas nesse dia eu vou ter o teste do curso de fotografia..."

"Isso vai ser um teste. Vamos ficar duas semanas lá e veremos como você se sairá morando sozinha!" eu sorrio e levo uma de minhas mãos até a minha boca sem acreditar.

"S-sério?" dou pequenos pulos ainda sentada na cama. Minha mãe se levanta e dá uma piscadinha e assente, eu só consegui sorrir. Ela sai me deixando sozinha no quarto com a minha felicidade descontrolada.

[...]

Duas horas da manhã... E o meu sono onde foi parar? Viro de um lado para outro sem conseguir pregar os olhos. Estico um de meus braços e abro a cortina, ainda deitada fico encarando a rua. Meus olhos passeiam por ela toda mas tende em parar na casa do vizinho. As luzes do quarto dele estavam apagadas, apenas um abajur iluminava o quarto.

*O que foi? Falei que a minha janela era grande...*

Ele estava deitado com um bloquinho nas mãos, escrevendo e pensando batendo a caneta em seus lábios. Fiquei observando-o por um bom tempo. Ele tinha um jeito diferente, era bonito mas sombrio ao mesmo tempo, me dava vontade de conversar e correr dele. Estou literalmente confusa. O garoto para de escrever e fica como eu... Encarando o nada. Seus olhos param em minha janela, ele fica me olhando sem reação nenhuma, apenas deu um sorrisinho e voltou seus olhos para o bloco de papel. Sim ele me viu o olhando, sinto meu rosto queimar violentamente. Me escondo no meio dos cobertores tentando dormir.