“Harry?” O homem pergunta do outro lado, parecendo um pouco desconfiado.
"Não... O Harry está no quarto dele. Quem é?" Dou uma pequena pausa e o cara não diz nada. Olho pro telemóvel, pra verificar se ainda havia alguém na linha. Sim a pessoa ainda estava a me ouvir... Eu acho. "Alô?" Ninguém responde e a linha logo cai. Franzo o cenho, um pouco intrigada. Que cara mal educado.
Volto pro quarto de Harry, com o remédio em mãos e uma sensação estranha. Assim que me vê, ele faz um esforcinho pra sentar na cama. Me sento ao seu lado e entrego o remédio em suas mãos.
"Obrigado, Phee." Ele dá um sorriso leve mas seus olhos continuam caídos e 'doentes'. Harry engole o remédio, fazendo uma careta em seguida. "Acho que com água essa merda é menos ruim." Ele encolhe o nariz, fazendo uma cara de nojo e eu riu de leve. "Não ri. Isso é horrível."
"Esqueceu que eu estava assim, semana passada?" Ergo minhas sobrancelhas, mordendo ambos meus lábios e ele assente, rolando os olhos.
"Claro que lembro... Foi assim que eu quis pegar seu resfriado." Ele está se referindo ao beijo... Sem dúvida alguma. Pelo seu olhar, com certeza é isso.
"Foi sua culpa..." Deixo claro e ele sorri fraco, negando.
"Vai dizer que você também não queria me beijar?" Eu sabia que ele se referia à isso. Eu acho que o conheço bastante... Mais do que eu pensava, aliás.
"Não... Quer dizer, sim... Eu... Ah!" Fito as prateleiras com livros em sua parede, o chão, o edredom, tudo! Menos ele. Minhas bochechas estão queimando e eu não sei o que falar. Melhor mudar de assunto, não é? "Alguém te ligou." Ele franze o cenho, se arrumando na cama.
"Alguém, quem?" Ele mantém a expressão, me deixando um pouco mais nervosa.
"Eu perguntei mas desligaram." Os olhos dele ainda estão me fitando.
"Não era engano?" Ele umidece os lábios com a língua, me distraindo um pouco. "Huh?" Ele completa me tirando de meus devaneios.
"Não. Ele perguntou diretamente de você..." Ele suspira, coçando os olhos e se deitando novamente.
"Vai ver é coisa do meu trabalho." Harry olha o teto e pega em minha mão, me puxando pra me deitar do lado dele.
"Com o que você trabalha. Afinal?" Pergunto e ele passa sua mão por minha cintura, me fazendo estremecer.
"Um dia você vai saber, bebê." Ele encosta sua cabeça na minha.
Harry é todo misterioso. Não entendo isso, é só um trabalho, poxa. Isso não é tão complicado de se contar.
Flashback off*
"Quem é você?" Minha voz está trêmula. Não consigo raciocinar direito.
"Isso não importa, garotinha." Sua voz sai grave e seus olhos fitam os meus com uma certa frequência. "Eu vim falar sobre você." O homem se ajeita na cadeira. "O que você fez com o Harry? Desde que você chegou ele está todo estranho." Ele estala os nós dos dedos, chamando minha atenção à eles.
"Não fiz nada." Sou seca. "E sim, seu nome importa." Cuspo as palavras, sem pensar.
"Olha o jeito que fala, mocinha. Já te bati uma vez. Por ver você gostou, huh?" Ele abre um sorriso sinistro, levando um arrepio à minha espinha.
"Desculpa." Falo com um toque de arrogância, mas ele não parece ligar.
"Vai, fala. O que você fez com um dos meus melhores homens? Harry não era tão 'amável' assim..." Ele diz fazendo gestos com as mãos.
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The Neighbor «н.ѕ»
FanfictionUm vizinho novo, Um romance, Um sequestro, E uma história contada em Flashbacks Bem vindo à The Neighbor. (A fanfic não se trata da síndrome de Estocolmo).