The Neighbor «н.ѕ»

17

"O que será que a Phoebe aprontou?" Escuto alguns sussurros mas não ligo muito. Estou com tanto sono e os braços do Harry estão tão confortáveis a minha volta.

"Eu não sei Sarah... Deixa ela." Um de meus espirros me faz acordar de vez. Abro uma fresta dos olhos e vejo meus pais quase em cima de mim e Har.... O Harry. Ele acorda logo após por causa do meu espirro.

"Oi filha." Minha mãe diz com ironia e olha para Harry. "Oi!" Ela diz e ele encara os dois um pouco assustado.

"Oi mãe... Oi pai..." Falo arrastado e meu pai sorri e dá um 'tchauzinho', já minha mãe parece um pouco, como podemos dizer... Desconfiada. Eu ficaria também se um dia eu deixasse minha filha em casa sozinha, e quando eu voltasse ela estivesse dormindo sentada no sofá, apoiada no peito de um cara, cujo é o vizinho. Sim, ela tem suas razões.

"Como foi seus dias sozinha?" Ela sentou no sofá ainda encarando o Harry. Será que ela acha que... Pelo amor mãe!

"Foi bom, mas entediante." Ela sorriu enquanto me fitava. "Vocês não voltariam depois do almoço?" Ela deu de ombros.

"Saímos mais cedo e não tinha trânsito." Ela volta os olhos para o Harry. Não sei, mas esses olhares estão me irritando. "E você Harry?" Ele coça os olhos e abre a boca para dizer algo, mas logo fecha para pensar.

"Eu... Estou bem." Nunca ouvi sua voz tão rouca como agora. Até arrepiou.

"Bom!" Ela dá uma pausa e eu encaro meu pai, que estava com uma expressão neutra e tranquila. Amo meu pai por não julgar o que faço, ou deixo de fazer. "Querem tomar o café da manhã?"

"Não quero incomodar, Sra. Lancaster." Harry diz e minha mãe olha de relance o braço dele pousado em minha cintura. Com toda certeza ele notou isso, pois me soltou logo em seguida.

"O que é isso, querido. Sem problemas!" Ela se levanta e caminha até meu pai, que ainda permanecia calado. "Vamos!"

"Mas também, nem estou com escova de dentes aqui." Minha mãe sorri de leve, enquanto eu observo onde isso vai chegar.

"Tem algumas escovas novas no banheiro." Harry me encara um pouco 'perdido', e eu resolvo interferir.

"Melhor você ficar." Ele fita meus olhos como ontem à noite. "A Dona Sarah é difícil de contrariar." Ele dá um sorriso leve de lado e assente.

"Então? Vão escovar os dentes, que eu vou por a mesa." Minha mãe sai da sala levando o meu pai junto.

Espero os dois sumirem do cômodo para me levantar e parece que Harry teve a mesma ideia, pois assim que fiquei de pé, ele também estava a se levantar.

"Você está melhor Phee?" Seus olhos verdes me fitavam sem pausas, enquanto eu pegava o edredom de cima do sofá.

"Acho que sim..." Termino de dobrar o mesmo e Harry se oferece para levar o edredom pra cima, esticando os braços. "Obrigada." Sorrio e o entrego.

Subimos para o segundo andar e Harry deixa o edredom em cima da minha cama.

"Onde ficam as escovas que a sua mãe disse?" Ele aparece na porta do banheiro do meu quarto, enquanto estou a terminar de escovar meus dentes. Seco meu rosto em uma toalha que estava pendurada ao lado do espelho e sorrio para Harry.

"Acho que tenho alguma aqui na gaveta." Fuço na mesma, achando uma escova novinha e fechada. "Aqui." Entrego para ele.

"Obrigada Phee." Ele entra no banheiro, parando do meu lado e começando a escovar os dentes.

"Te espero aqui fora, tudo bem?" Sorrio saindo do lugar, mas logo sinto uma de suas mãos me puxando para si, nos deixando próximos.

"Não." Ele enxágua a boca. "Me espera." Harry seca o rosto e volta a me fitar. "Me desculpa." Ele diz meio que em um sussurro.

"Desculpa pelo quê?" Franzo o cenho, sem entender.

"Por te fazer passar este momento 'constrangedor' com seus pais." Sorrio.

"Não se preocupa. Quem deu trabalho fui eu, que fiquei doente e VOCÊ veio cuidar de mim. Então eu que devo desculpas." Ele solta um risinho.

"Não deve nada pequena. Eu só queria te ver bem." Eu o abraço pelo pescoço e sinto seus braços me apertarem em seguida, me deixando mais relaxada. Um barulho logo em seguida, no quarto, chama a nossa atenção.

"O que foi isso?" O aperto mais.

"Não sei Phee." Ele fita meus olhos, que são os mais curiosos, por momento.

"Melhor nós descermos..." Harry assente, mas antes de me soltar, ele deixa um breve beijo inesperado em meus lábios. "Eu não esperava isso." Murmuro ainda um pouco espantada.

"Eu também não. Mas não consegui me segurar, Phee." Harry sorri de lado, me soltando aos poucos.

Saimos do quarto e descemos para a cozinha, encontrando meus pais já comendo.

"Achamos que vocês não iriam mais descer." Minha mãe diz, levando a xícara com café até seus lábios.

"Sarah." Meu pai adverte minha mãe, que revira os olhos. Ela precisa abaixar um pouco a bola. "Pode se sentar, Harry!" Meu pai dá um sorriso neutro.

"Obrigado." Harry sorri e se senta.

Flashback off*

"Eu estou entediada." Resmungo e Zayn me olha com uma cara feia. 

"Para de reclamar, garota. Você podia estar amarrada e amordaçada, dentro daquele quarto." Reviro os olhos e suspiro. "Se quiser, eu te coloco lá de volta. Mal te conheço, e já não a suporto." Eu que faço uma cara feia agora. O Harry foi no quarto e até agora não voltou, eu não aguento mais olhar pra cara de chato do Zayn, que me parece estar sempre de mau humor.

"O que foi que eu te fiz?" Me levanto do sofá.

"Só me deu o trabalho de babá." Ele me fita e eu estreito os olhos.

"Não pedi pra você cuidar de mim." Saio da sala, indo a procura do Harry e ouço Zayn me imitar com uma voz fininha: "Não pedi pra você cuidar de mim... Blá, blá, blá." Que otário.

"Sim, claro... Eu estou bem. Okay. Tá. Não, por quê? Eu... Eu não estou diferente, só estão acontecendo coisas complicadas na minha vida! Está bem, tchau. Também te amo." Com quem ele está a falar no telefone? E ele disse um 'Também te amo'. Meu coração se aperta, eu sabia que ele não era sincero comigo. Como ele tem outra? Por quê?

Harry se vira, me encontrando na porta do quarto. Meus olhos estão marejados, com a lágrimas quase a cair.

"O que foi Phee?" Ele caminha até mim, me abraçando em seguida. Tiro seus braços da minha volta e ele me olha sem entender, não o dou explicações e caminho para o 'meu' quartinho. "Phee?" Ele me chama novamente, mas eu não o respondo, fechando a porta atrás de mim.