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Tateio o sofá buscando meu celular e depois de um tempinho o encontro. Ligo a lanterna e me encolho deitada no sofá que agora parecia mais gelado.

Por quê essas coisas tem de acontecer comigo?

Algo bate nas janelas fazendo um som horrendo ecoar pela sala de estar, como sempre eu sou uma medrosa. Mas tomei coragem e levantei do sofá e caminhei até a janela pra ver o que fazia o barulho.

"Mmmm" tento abrir a persiana que insitia em emperrar. Finalmente consigo abrí-la e vejo a causa da falta de energia... Os cabos de energia tinham se rompido. A rua toda estava sem energia elétrica.

[...]

Não consigo pregar os olhos. O escuro não deixa, o medo não deixa.

Já se passaram Quatro horas desde que a energia acabou.

Um barulho parecido com um copo caindo ecoou da cozinha chamando a minha atenção. De imediato fico assustada mas depois decido invertigar o que teria acontecido.

Me levanto calçando minhas pantufas de coelho e com minha "lanterna" em mãos, caminho até o cômodo.

Chego na cozinha, aponto o flash de luz para o local antes de entrar. Assim que coloco meus pés no cômodo, as luzes piscam e a energia retorna, a luminosidade praticamente me cegou, demoro um pouco para me adaptar com a claridade e ver que o barulho era somente um copo que havia caído.

Como? Isso eu já não sei.

Flashback off*

[...]

Meu corpo está dolorido e minhas mãos ainda estão amarradas na cabeceira da cama.

Sinto uma mão passar por minha cintura me dando um pequeno susto por não estar esperando isso.

Harry... Ele dormiu comigo. Ao menos eu estava vestida, o que é uma coisa boa.

Ele me puxa mais pra perto de seu corpo, esticando meus braços presos. Eu já estou desconfotável e machucada o bastante não?

Resisto um pouco antes dele encostar seu rosto em minhas costas. Me arrepio enquanto sua respiração pesada bate na pele do meu pescoço.

Me mexo tentando sair do seu aperto, para não sentir mais estes arrepios ridículos. Mas ele só me aperta mais e resmunga coisas sem nexo contra minha pele, fazendo voltar tudo de novo.

"Harry..." Sussurro tentando o acordar. "Harry!" Falo um pouco mais alto.

"Hm" ele resmunga ainda com o rosto colado em mim.

"Meus braços estão doendo." Choramingo, sentindo muita dor.

Ele levanta a cabeça para examinar meus braços. Sua cara é de sono, Muitoo sono. Seus cabelos estão bagunçados... Uma linda bagunça de cachos.

"Ta doendo quanto?" Ele me pergunta com a voz mais rouca que o comum.

"Como assim? Doendo quanto?" Olho para minhas mãos e em seguida para ele.

"De zero à dez" ele me encara e limpa meus olhos.

"Onze." Mordo meus lábios.

"Falei até dez..." Ele ta brincando com minha dor?

"Eu disse onze, porque dói muito! Você não faz idéia do que eu estou sentindo okay?" Falo um pouco sem paciência.

"Calma Phee..." Ele acaricia meu braço direito indo até as cordas, e em seguida sinto meus braços pesados caindo violentamente na cama.

"Aww" reclamo de dor. "Estão dormentes..." Suspiro e olho para o teto.

"Já vai passar..." Ele diz voltando a se deitar, cobrindo-se até a cabeça com o lençol.

"Eu to com fome." Ele abaixa o mesmo até seus olhos verdes.

"Você ta de brincadeira né?" Sua voz é abafada pelo lençol.

"Não." Movimento meus braços tentando me cobrir. Mas os mesmos ainda estavam "acordando".

Ele bufa.

"você não pode dormir só mais um pouquinhozinho?" Ele continua me fitando.

"Já disse que não!" Viro para ele, fazendo-o me olhar nos olhos. "Harry..." Falo um pouco mais manhosa.

"Não." Ele cobre o rosto de novo e eu que bufo desta vez.

"Okay. Eu vou ficar aqui... Só mais um pouco." Viro de costas pra ele e sinto seus braços rodearem minha cintura e meu corpo ser puxado até eu estar totalmente junta à ele.

"Você é difícil..." Ele diz perto do meu ouvido.

"Não sou." Retruco.

"Ta vendo? É difícil sim, e teimosa!" Sinto um pequeno sorriso nascer em seus lábios.

"Se você não parar de encher, eu vou pedir comida de novo!" Encaro o Nada na minha frente e ele me aperta mais.

"Depois bebê... Depois..." Ele beija atrás da minha cabeça e eu suspiro.

"Você é bipolar."

"Não sou." Ele retruca.

"É sim!" Murmuro enterrando meu rosto no travesseiro.

"Você que é bipolar." Seu tom é provocativo.

"O quê?" Riu irônica.

"Isso aí!" Ele sorri.

"Por quê?" Me viro para ele e suas covinhas estão pulando em seu rosto por divertimento.

"Você não Sabe se me quer ou se me odeia..." Seus olhos estão divertidos me fazendo rir novamente.

"Te querer?" Riu "você está drogado ou o quê?" Ele morde o lábio.

"Não finja Phee... Eu sei que você me quer..." Ele fala arrastado mas ainda brincalhão.

"Não. Esquece." Viro novamente de costas. "Quero minha comida!"

"Tudo bem..." Ele suspira soltando a minha cintura e deixando um beijo em meu pescoço.

Fico séria e ele sorri enquanto se levanta e vai até a porta.

"Vem. Levanta pra escovar os dentes!" Ele me chama.

"Okay." Me levanto e já estou com o movimento das mãos normais.

Pelo menos isso!

The Neighbor «н.ѕ»Onde histórias criam vida. Descubra agora