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Eu nunca chorei assim por um cara. Ele foi o primeiro, por quem derrubei alguma lágrima. Será que eu merecia isso, por ser uma completa idiota e pensar que um cara como ele, um dia se quer gostaria de mim de verdade?

"Phee, abre a porta..." Ele diz com calma, bem próximo da porta. "Vamos, Phee. Me conte o que houve." Ele bate na porta, mas eu nem me mexo para abri-la. Ouço-o suspirando e passos se distanciando em seguida.

Logo um barulho de chaves ecoa pelo corredor e o som da fechadura se destrancando aparece, me deixando em completo pânico. Não quero olhar pra cara dele...

"Phee?" Harry abre a porta, entrando e a fechando em seguida. Seus passos são largos até a cama, onde ele se põe a sentar. "O que aconteceu com você, me fala, por favor... Eu quero te ajudar." Sua mão toca meu rosto, tirando os fios de cabelo que o cobria.

"Como se lida com um coração partido?" Harry franze o cenho, parecendo não entender do que, e o porquê de eu estar falando isso.

"Como assim? Quem partiu seu coração, Phee?" Ele me parece triste, pois seus olhos ficaram mais baixos.

"A mesma pessoa que me iludiu, dizendo que me amava... Mas acho que essa pessoa ama outra, não só a mim." Ele fita meus olhos já entendendo do que eu falava.

"Mas eu te amo, Phee... De verdade." Ele se deita à minha frente, encarando meus olhos profundamente. "Eu nunca amei alguém, como eu amo você." O seu discurso me faz chorar mais. Não por ser bonito o que ele disse, mas sim, pelo fato de ser falso e me machucar tanto por dentro.

"Não me ama, não." Limpo meus olhos com a ponta dos dedos e ele se aproxima mais de mim, encostando sua testa na minha.

"O que foi que você ouviu?" Ele fecha os olhos, suspirando.

"Você dizendo que também... Também amava outra pessoa." Sussurro e ele sorri. Eu não entendo o fato de um sorriso aparecer em seu rosto, logo quando estou a sofrer.

"Sabe com quem eu falava?" Seus olhos se abrem, me fitando. Eu nego e continua a sorrir. "Minha irmã, Gemma." Ele passa seu polegar em meu rosto, acariciando-o. "Eu nunca falei sobre ela, mas ela sempre existiu. Nós somos um pouco distantes, não de modo pessoal, mas de localidade. Sinto falta dela." Encaro seus olhos, me sentindo com um pouco de vergonha.

"Desculpa..." Eu o abraço, escondendo meu rosto na curva de seu pescoço. "Eu sou uma idiota, insegura." Minhas lágrimas continuam a desabar, rolando pelas minhas bochechas e molhando o pescoço de Harry.

"A culpa não foi sua, pequena." Ele afaga meu cabelo, me confortando.

"Harry, ele está chegando." Zayn aparece na porta e Harry faz um sinal de silêncio, botando o dedo indicador sobre os lábios. "Anda rápido, com isso!" Zayn rola os olhos, saindo do quarto.

"Já sabe o que eu tenho de fazer... Não é?" Eu assinto, olhando pra baixo. "Dessa vez eu não vou deixar ele te machucar, eu prometo." Harry passa seu dedo polegar em minha bochecha, dando-me um selinho em seguida.

Ele se levanta da cama e me fita rapidamente, fazendo um sinal pra cadeira. Suspiro, caminhando até a mesma e me ponho a sentar nela. Harry passa as cordas pelos meus pulsos e pernas, sem apertá-las, sempre me encarando com seus olhos verdes.

"O que ele quer de mim?" Deixo sair uma pergunta, sem querer e Harry olha pra baixo, parecendo pensativo.

"Nem eu sei, pequena." Ele termina os nós, me dando um beijo calmo em seguida, afagando meus cabelos, mas logo ele se distancia de mim, quando ouve o barulho da maçaneta girar.

"Styles." O homem diz, vendo-o, próximo de mim. "Sai." Harry me olha assustado, sem saber o que fazer.

"vai." Sussurro e ele nega levemente com a cabeça. Harry só pode estar pirando.

The Neighbor «н.ѕ»Onde histórias criam vida. Descubra agora