Cap. 22

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Abro a porta e vejo a Miranda deitada na cama do Cauã com ele ao seu lado. Eles estavam vendo um programa na televisão e comendo pipoca, uma caixa de chocolate jogada ao chão perto do pé da cama e uma garrafa de refrigerante vazia. Finjo uma tosse e rapidamente os dois olham pra mim assustados, logo em seguida Miranda volta sua atenção pra a televisão e Cauã sai da cama em um pulo, pra perto de mim e passa as mãos entre os cabelos que já estavam bagunçados.

-- kat meu amor, não é nada disso do que você está pensando...

-- e o que eu estou pensando? - falo enquanto cruzo os braços e o encaro.

-- a sei lá, não aconteceu nada, eu juro, não pense besteira - ele segura meu rosto com suas duas mãos delicadamente.

-- o que eu deveria pensar ? O que, Cauã? O que VOCÊ pensaria em me ver na cama com uma pessoa que você não simpatiza? Ou melhor... o que pensaria em me ver na cama com o Daniel?

-- Mas a gente só tava vendo um filme, não tem com o que se preocupar...

-- será mesmo?

-- kat, eu já falei que quem eu amo é você.

Miranda aumenta o volume da tv no máximo, me irrito, empurro Cauã da minha frente, pego um copo cheio de refrigerante e vou até Miranda e jogo todo o líquido nela, em um pulo ela sai da cama e começa a gritar se esperneando toda, puxo-a pela orelha arrastando-a para fora do quarto, ela puxa meu cabelo e começa a gritar pedindo que eu pare, chuto sua cara e ela solta meu cabelo, possivelmente quebrei seu nariz. Estava com saudades disso, de adrenalina na vida hehe.

Desço as escadas segurando-a pelo pescoço, arranho sua cara e ela grita, ela dá um tapa no meu braço.

-- Você só sabe fazer isso, sua cobra?!-digo me dirigindo à Miranda, estava descontando toda a raiva que eu sentia naquele momento nela. A senhora que me atendeu aparece na minha frente assustada.- Abra a porta -ordeno e assim ela faz

-- Katherine, para -Cauã vem correndo tentando me impedir,

Jogo Miranda no chão e subo em cima dela, a mesma se debate contra tudo, soco seu olho e ela solta um gemido de dor. Rio da sua cara e cuspo, chuto sua barriga e Cauã me tira de cima dela, me coloca em seu ombro e vai me carregando até seu quarto e me solta na cama, eu choro feito uma criança, me debato várias e várias vezes, grito e ele tapa minha boca.

-- por favor não me machuca, por favor - imploro chorando, minha cabeça doía e a imagem daquele homem vinha na minha mente, não consigo lembrar de seu rosto.

-- calma, ei eu não vou te machucar, agora me explica o que aconteceu, porque você fez isso com ela ?

-- ainda pergunta, seu idiota?!

-- vou chamar a Maria, não sai daí -ele pega seu celular e digita algo. Minutos depois aquela senhora bate na porta e Cauã a atende.

-- mandou me chamar, Sr. Ibaldo?

-- Não é óbvio? - ele pergunta e ela se assusta- Desculpa, não quis ser grosseiro. Pegue um copo de água para ela, e não demore.- fala em um tom autoritário.

-- sim, senhor. - ela se retira.

-- calma, vai ficar tudo bem. - ele se senta na ponta da cama e me estende a mão. - eu prometo que estarei sempre ao seu lado.- fala enquanto brinca com uma mecha do meu cabelo.

-- não repita mais isso...- falo em um tom rude.

-- por que? -pergunta confuso

-- porque já ouvi isso antes, e agora estou só -solto um suspiro de tristeza.

-- okay...- Maria aparece na porta e Cauã lhe lança um olhar reprovador.

-- desculpe-me, não queria incomodar, trouxe o que o senhor pediu. -falou e lhe entregou o copo com a devida água dentro.

Cauã me entrega o copo e ela se retira, deixo o copo no seu criado-mudo.

-- Você precisa se trocar-ele vai até seu armário e pega uma toalha branca e joga em mim.

-- obrigada -sussurro e me levanto com a toalha no braço- pode pegar minha mochila? -peço a ele que apenas assentiu em uma confirmação e saiu do quarto deixando a porta um pouco aberta.

Fecho a porta e começo a me despir, me enrolo na toalha e vou até o banheiro, olho meu rosto e o mesmo está meio vermelho, passo água e enxugo com uma parte da toalha. Espero que Cauã não se importe de eu usar seu banheiro, pois é o que farei. Penduro a toalha e entro no box. Ligo o chuveiro e a água está quentinha, deixo que ela percorra cada parte do meu corpo, abro um pacote de sabonete novo e passo em mim, molho meus cabelos e fico em baixo da água durante um bom tempo, pelo menos foi tempo o suficiente para que meus dedos começassem a se enrugar. Escuto um barulho no quarto e rapidamente me enrolo na toalha e desligo o chuveiro, saio do banheiro devagar.

-- trouxe suas coisas - Cauã fala deixando a bolsa em cima da cama.

-- obrigada -falo indo em direção ao seu armário para pegar outra toalha para meu cabelo.

-- você não devia ficar molhando seu cabelo a noite, pode ficar doente, a não ser que queira ficar mais tempo naquele hospital -fala enquanto se joga na cama.

-- isso nunca mais, não quero mais passar tanto tempo lá, e eu não fiquei internada por ficar molhando a cabeça durante a noite- falo e enrolo a toalha na cabeça.

-- na verdade, até hoje não sei o verdadeiro motivo de você ter ficado lá.

-- longa estória- pego minhas coisas e entro no banheiro e me troco, visto um um conjunto de pijama, short branco com pequenas bolinhas azuis, e uma blusa branca com a mesma estampa.

Saio do banheiro e deixo a bolsa no chão perto da porta.

-- onde vou dormir ?

-- comigo - ele fala e puxa um edredom e bate na cama dando leves tapas em sinal para que eu deite.

-- não acho uma boa idéia- falo receosa. Não tenho boas lembranças em relação à isso

-- vem... eu não vou te fazer nada sem você querer.

-- okay... - me deitei ao seu lado e adormeci...

Conflitos De Uma Marrenta Onde histórias criam vida. Descubra agora