CONTOS MAL-ACABADOS DE GASNAR: LIVRO 1 - A FLORESTA CLICHÊ DAS TREVAS

Prefácio

Gasnar é um mundo de fantasia medieval como qualquer outro. Possui fadas, dragões, elfos e anões. Porém, apenas analisando as sagradas escrituras dos velhos sábios profetas antigos que já foram embora há muito tempo, mas em quem, até hoje, todos acreditam cegamente (ufa!), que, juntos, são intitulados Contos Mal-Acabados de Gasnar, podemos perceber a riqueza de detalhes, às vezes inúteis, mas muito detalhados mesmo (e bota detalhe nisso) que nos farão ver o quão diferente este mundo pode ser de todos os outros mundos de fantasia medieval mas, mesmo assim, que acaba sendo igual a todos os outros, não adianta tentar enganar!

Apenas para conhecimento geográfico do paciente e raro leitor que inicia a leitura pelo prefácio, a incrível parte mais chata de tudo quanto é livro, só perdendo mesmo para os agradecimentos e referências bibliográficas (ainda bem que não existem aqui!)... Uhn!? Onde estávamos? Ah sim! Geografia, a matéria mais chata do ensino fundamental, pois bem, o rio Nilo é um dos maiores rios da África... ops, mundo errado. Gasnar é um planeta com cerca de dez vezes o tamanho do planeta Terra. Ocorre que em volta de Gasnar existe uma barreira mágica chamada de Mana. Ela foi descoberta pelos mesmos velhos sábios profetas antigos que já foram embora há muito tempo, mas em quem, até hoje, todos acreditam cegamente. Esta barreira afeta o planeta, balanceando a terrível ação da gravidade e outros problemas naturais que possivelmente poderiam dificultar a existência de formas de vida neste mundo.

Infelizmente, apenas vinte por cento deste lindo astro não dotado de luz própria é explorado. O resto, os velhos sábios profetas antigos que já foram embora há muito tempo, mas em quem, até hoje, todos acreditam cegamente não tiveram tempo de ver, pois mil anos, em média, de tempo de vida é pouco para tanta coisa que teriam que catalogar em livros chatos como este prefácio.

O nome deste mundo advém dos cinco grandes deuses que criaram tudo. O reino mais importante se chama Berillion – a terra unificada dos povos livres que um dia foram escravizados pelo temido Mal Sem Rosto que ninguém mais gosta de falar o nome e que também existe em qualquer mundo que se preze e que não se preze também! O Mal Sem Rosto foi derrotado pelo nobre rei Lucian, o halfling, e hoje ele é o rei de toda Berillion e, também, um dos mais influentes que já surgiram em toda a história. Assim afirmam os velhos sábios profetas antigos que já foram embora há muito tempo, mas em quem, até hoje, todos acreditam cegamente.

Como recompensa por seus nobres atos, Lucian foi abençoado com o segredo da imortalidade que os elfos metidos e egoístas sempre guardaram apenas para si. Mas esta é outra história, que os velhos sábios profetas antigos blá, blá, blá, não tiveram tempo de escrever.

Enfim, terminando este prefácio chato (afinal de contas, neste momento, o leitor deve estar quase decidido dar este livro de presente para seu chefe ou sua sogra), é dentro do grande e vasto reino de Berillion que esta história tem início. E o resto? Bem, o resto vocês irão descobrir quando lerem todos os dez livros da saga escritos pelos velhos sábios profetas antigos (ah, você já sabe). Então, que comece a tortura. Quero dizer, a aventura.

Rodrigo Ferreira Lopes Gomes