CONTOS MAL-ACABADOS DE GASNAR: LIVRO 1 - A FLORESTA CLICHÊ DAS TREVAS

Capítulo 5 - Reencontros e Revelações

Bernàbares, Sombrak e Luke embrenhavam-se cada vez mais pela floresta fechada com seus ferimentos já bastante agravados pelo tempo sem os devidos cuidados necessários. Finalmente, chegaram numa pequena cabana no meio de uma clareira. O ranger percebeu, facilmente, que havia rastros de pegadas de homens e animais indo na direção norte, na continuação do caminho que eles estavam seguindo. Então, uma chuva fina começava a cair sobre suas cabeças, quase apagando os rastros no chão.

A cabana aparentava estar vazia e com apenas uma pequena porta de madeira. Bernàbares, munido de seu machado de duas mãos, foi na direção da morada para analisá-la melhor. Percebendo que a porta estava trancada, o grande bárbaro arrombou-a, sem problemas, com sua incrível força combinada com o fio de seu machado. Dentro da cabana, viu vários frascos de líquidos de variadas cores, várias frutas e ervas, além de objetos pessoais. A cabana era muito pequena e apenas o bárbaro já ocupava boa parte dela.

De repente, um cavalo branco chegou galopando numa velocidade incrível, vindo da direção contrária aos rastros que o ranger havia visto. Em cima do cavalo, estava um homem velho de aparência sábia carregando a senhora bruxa que vendeu ao grupo alguns itens na entrada da floresta. A velha parecia estar pálida e o homem nem deu atenção aos invasores. O senhor entrou, rapidamente, na cabana e administrou uma dose de um dos líquidos esverdeados que se encontrava num dos inúmeros frascos. Em pouco tempo, a palidez da pele da senhora ia desaparecendo, dando lugar a um melhor apecto.

– Com este antídoto se sentirá melhor. Você bloqueou o ataque da planta venenosa com o próprio corpo, bruxa tola! Tudo isso só para nos salvar... – disse o senhor, que depois se virou furiosamente para o bárbaro perguntando: – Quem é você e o que faz dentro da minha casa?

Educadamente, o mago interveio:

– Estávamos passando e com essa chuva fina, achamos melhor procurar abrigo antes que piorasse. Desculpe-nos pela invasão. Queríamos saber se o senhor pode nos abrigar e, quem sabe, nos ajudar com esses ferimentos.

O velho homem sentou-se e sorriu, duvidando da explicação do mago, uma vez que a porta da cabana não existia mais. Ainda assim, se apresentou:

– Sou Tarûk, o curandeiro da floresta. E, se eu não tivesse olhos e ouvidos por toda esta floresta, não saberia quem são vocês. Porém, sei do que se trata a busca dos senhores e, também, que outro esteve aqui antes e agora segue diretamente para a morte. Precisarão da ajuda dele, assim como ele precisará da ajuda dos senhores para completar suas missões. Vocês têm algo em comum, mas é claro que cada um possui um objetivo diferente.

Bernàbares, Luke e Sombrak se entreolharam, mas permaneceram calados. Então, o velho continuou:

– Vou curá-los, pois nesta situação se tornariam alvos fáceis para o dragão que vive dentro da caverna. Mas não tentem enfrentá-lo. Este monstro vive aqui desde antes da chegada de todos os outros seres da floresta. O melhor é utilizar da inteligência e dos itens que têm consigo.

Depois de suas palavras, o sábio homem, finalmente, demonstrou seu imenso poder ao pegar seu cajado e erguer suas mãos dizendo:

– Bene tibii cedendarum actionum!

Com essas palavras mágicas, uma forte luz azul brilhou em torno de suas mãos. Então, aproximou-se de cada ferimento, fechando as cicatrizes rapidamente e curando todos.

Fizeram apenas um breve descanso, já que o druida se encontrava bem adiantado em relação ao resto do grupo. Então, seguiram o caminho indicado pelo curandeiro.

Caminhando rápido e sem parar, o grupo chegou a uma clareira, de onde viam uma estrada subindo uma colina em direção a uma montanha, uma outra estrada, que ia para o sul, na direção da cidade de Valfenas, e uma a oeste, para o desconhecido.