Capítulo 15

17 2 0
                                    

   Jeni acordou quando Lia abre a cortina de sua janela, a luz invadiu seus olhos fazendo-a fecha-los ainda mais e cobriu sua cabeça com o edredom.

-Mãe... – disse ela meio sonolenta e com a voz abafada – hoje é domingo... posso dormir até mais tarde.

-Não hoje, querida – Lia ainda estava perto da janela e cruzou os braços – e a senhorita tem coisinhas para me contar.

Jeni abriu os olhos lentamente ainda com o edredom sobre a cabeça. Flashes da noite anterior passeavam sua mente e o frio na barriga se instalou quando se lembrou do beijo... um doce e suave beijo. Ethan estava mexendo com ela de uma forma assustadora, mas boa, ela não sabia explicar, mas a cada segundo seu corpo pedia mais por ele.

-Ei... – Lia começou a chacoalhar Jeni que fingia estar dormindo para não poder explicar todo o ocorrido – Vamos, Jeni. Acorda, vou estar te esperando na cozinha – e assim saiu.

A garota levantou contra a vontade e foi ao banheiro. Estava de pijamas – uma blusa manga comprida e uma calça de bolinhas vermelhas – e um chinelo azul. Logo depois desceu para a cozinha sentindo um cheiro bom de panquecas. Jeni sentou na bancada de frente para a mãe que a serviu com um prato de panquecas e um suco.

-Obrigada.

Lia assentiu e a olhou como se quisesse respostas. Jeni percebeu isso, mas antes de contar o que aconteceu ela enfiou o garfo em sua comida e comeu o que pegou olhando para a mãe logo em seguida.

-Porque você não me contou que iria ao baile com aquele garoto? – Lia não pareceu estar zangada, muito pelo contrario, adorou aquela situação, era mais um assunto para conversarem.

Jeni a olhou como um cão arrependido e encolheu os ombros arqueando as sobrancelhas. Ela suspirou e começou a falar.

-Eu realmente não sei. Quando eu o conheci pensei que vocês tinham... um relacionamento – essa palavra saiu mais difícil do que imaginava – no começo eu não gostava dele... eu odiava ele, sabe? Mas depois, quando eu descobri que tudo era coisa da minha imaginação começamos a ser amigos. Tudo aconteceu rápido demais e... não tive tempo de contar. Desculpa.

Lia balançou a cabeça.

-Não tem problema – e sorriu – Só quero que você me conte coisas que acontecem com você. Eu perdi quase três anos da sua vida, não quero que me esconda nada, nem que seja o menor ou o maior dos segredos.

E isso incluiria seu problema com o professor de historia. Jeni não queria contar, ela tinha medo do que ele poderia fazer para ela ou para sua mãe. Ela balançou a cabeça positivamente.

-Então... Como foi a festa? – disse Lia curiosa.

Jeni sorriu e decidiu contar tudo... tudo mesmo, desde o incidente com Gabe até o beijo dela e Ethan. O semblante de Lia ficou um pouco alterado ao ouvir que sua filha quase foi atacada, mas logo mudou de expressão quando Jeni contou do beijo.

-Uau! – exclamou ela – essa festa foi realmente boa – e sorriu – e devo admitir que esse seu "amigo" – colocou entre aspas com os dedos – como eu digo... é um gato.

A garota sentiu suas bochechas corarem enquanto terminava de comer suas panquecas. Ouvir sua mãe falar assim é tão estranho quanto falar de um beijo para ela, mas se sentiu aliviada de estar contando pelo menos isso a ela.

-Mãe! – Disse Jeni com um sorriso bobo no rosto e abaixou a cabeça.

-Me conte – Disse Lia, como uma criança pedindo algo – Como foi? – a garota estava torcendo para ela não fazer essa pergunta – Como foi o beijo?

Meu anjo - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora