Chapter Six

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Foi como se todo o grupo tivesse estado presente àquela sessão do copo, no apartamento dos Iglesias. Foi como se cada um tivesse presenciado a morte solitária da menina.Camila sentiu os dedos de Lauren acariciando-lhe a nuca. Em seguida, com uma leve pressão aqueles dedos procuravam levantar-lhe um pouco a cabeça, trazendo-a em direção a seus lábios. - Não, Lauren, não... - protestou debilmente Camila. - Depois de uma história como essa, não... - Ora, Camz... - sussurrou Lauren, com todo o charme de que era capaz. - Para mim, todas as histórias terminam com um beijo...Como nos filmes... Até os de terror...Vero falou para o grupo: - Minha mãe me contou que essa história se passou há muito tempo, antes de eu nascer. Depois disso, eles nunca mais ousaram fazer o jogo do copo. Ela disse que até evitaram a vida inteira falar do ocorrido.Com ninguém, nem mesmo com o casal Cerqueira, que participou daquela noite de horror... - De horror? Até que não! - lembrou Lauren, encarando as histórias como se a reunião dos amigos naquela casa velha tivesse sido combinada para uma discussão teórica acerca do sobrenatural. - Essa história da Vero parece confirmar o que a Lucy disse. Ela falou em uma tal de energia interior que todas as pessoas têm, não foi? Seria então a"alma". A mesma que visitou o copo na casa da Vero, como se... - Como se pedisse socorro de verdade, Lauren - interrompeu Normani. - Se essa energia existisse, então a menina Clélia pôde lançar seu pedido de socorro além das paredes frias e eletrônicas de uma UTI, para não morrer sozinha. - Deve ter sido isso - finalizou Lucy. - Ela não morreu sozinha. Os pais da Vero e seus amigos, de algum modo, seguraram aquela pequenina mão, para que a menina não enfrentasse a morte sozinha...Lauren deu uma gargalhada: - Ah, Lucy! O que é isso? Vocês estão levando muito a sério, pessoal. Quer dizer que vocês acreditaram mesmo na cascata dessa históriade pedidos de socorro dentro de copos? Está mais do que claro que o tal Joe inventou essa história toda e empurrou o copo com o dedo, sem que ninguém percebesse! - E como você explica o telefonema para o hospital? - desafiou Normani. - E a confirmação da morte da menina, internada numa UTI, com leucemia? - Ah, é? - Lauren aceitava o desafio. - E quem diz que o telefonema foi real? Quem diz que a mulher dele não fingiu que falava com alguém no telefone, só para confirmar a história preparada por Joe?Normani encerrou a questão: - Lauren, você se esqueceu que quem telefonou para o hospital não foi a mulher dele? Que foi Helena, a mãe de Vero? Será que ela também entrou na tal combinação com o marido da amiga?Houve um silêncio. Lauren não conseguia pensar num argumento para continuar a discussão.Dinah tomou a palavra, falando baixo, calmamente: - As histórias que Mani e Vero contaram foram, de uma certa forma, bonitas. Inexplicáveis, mas belas. A que eu vou contar não tem nadade bonito. Não é uma história de fadas, com final feliz...

It Has Called Darkness, My LoveWhere stories live. Discover now