Apenas uma das velas ainda brilhava. As outras já tinham chegadoao fim e a cera derretida engolira as chamas.Os olhos de Lauren e de Camila estavam fixos, sem piscar, uns nos outros. A energia de amor que os unia dispensava as palavras e as juras. Era uma verdade eterna, indiscutível.
A menina tremia, mas era impossível resistir.Os dedos de Lauren tocaram seu rosto, delicadamente. Seus lábios adorados aproximavam-se, envolvendo Camila naquela sensação maravilhosa, que ela desejava nunca ter fim.
- Camz, meu amor...
- Lauren... eu te amo... quero morrer com você...E os lábios daquelas duas adolescentes uniram-se, colaram-se,fundiram-se como só o milagre do amor pode fazer. Ally, de pé, tremendo de pavor, gritava:
- Camila- a menina separou-se bruscamente do abraço de Lauren, como se acordasse de um sonho.Seus olhos se abriram, sua cabeça sacudiu-se, como se procurasse entender. Mergulhou o rosto nas mãos e começou a chorar,desesperadamente...
Lauren levantou-se, furiosa:
- Mas o que está acontecendo? Pelo amor de Deus, digam o que está acontecendo?- Dinah avançou para ela e as duas se encararam.
- Não, Dinah! Não! Eu suplico!- Lauren zoou.
De pé, na frente da amiga, Dinah relaxou a tensão e sorriu. Começou a falar calma, com imenso carinho:
- Laur, procure entender. Nós contamos todas essas histórias do sobrenatural porque...
- Sobrenatural?! - Lauren estava berrando. - Estou farta de tudo isso! Vocês querem me enlouquecer, é?
Camila levantou-se, procurando controlar as lágrimas.
- Lolo... ouça... é preciso... é preciso que você acredite em nós...
- Acreditar? Acreditar em quê?
As seis amigas cercavam Lauden .Normani falou:
- No sobrenatural, Laur...Os olhos de Lauren estavam arregalados, procurando, através da iluminação precária da última vela, enxergar cada rosto que o cercava.
- Mas... o que vocês estão tentando me dizer?
- Lauren. - falou Dinah, também com suavidade. - Você topa se todos nós formos agora ao cemitério da colina?
Lauren riu-se novamente, com a mesma franqueza:
- Ao cemitério? É claro! Ou você pensa que eu caí nessas histórias?
As amigas se entreolharam. Havia concordância entre eles.
- Então vamos, Lauren... - convidou Dinah. - Venha conosco...
- É claro que eu vou! Quero acabar de uma vez por todas com essa bobagem de vocês!Abriram a porta pesada e saíram para a varanda.A chuva continuava, um pouco mais fraca. Normani e Dinah pegaram duas pás sujas de lama que estavam encostadas na parede externa.Apertando-se dentro dos casacos, para protegerem-se do frio, o
As sete desceram os poucos degraus da varanda e caminharam pelo jardim, em direção à colina.Um relâmpago distante iluminou a colina por trás, recortando ascruzes contra o horizonte.Lauren tremia de raiva.
- Aonde vocês querem chegar?
Aonde vai dar toda essa loucura?Ninguém respondeu. Na frente do grupo, Normani e Dinah apertaram o passo.Logo, tinham chegado ao pequeno cemitério abandonado.Pararam à beira de um monte de terra recém-escavada. - O que vocês estão pretendendo? Por Deus, o que é isso?
Sem nada a dizer, Dinah enfiou a pá na terra, forçando-a com o pé. Mani a seguiu, cavando com vigor.
- Vocês vão abrir essa cova? Mas... o que é isso?
Ao seu lado, Camila tocou-lhe o braço.
- Calma, meu amor... Chechee sabe o que está fazendo...Em pouco tempo, a pá manejada por Dinah revelou um saco de lona amarela. Com cuidado, raspou a terra que encobria uma das extremidades.Lauren perdera a frieza por completo:
- O que é isso? Meu Deus, o que é isso?
As duas amigas abriram o invólucro de lona revelando seu interior.
Novo relâmpago, intenso como a eternidade, iluminou tudo e os sete rostos estavam voltados para o fundo da cova. Dinah apontava para baixo, olhando desesperada para Lauren.Sua voz ecoava por toda a extensão do cemitério:
- Você tem de acreditar no sobrenatural, Lauren.Porque nós a enterramos há três dias. Veja! Você está nesta cova.É você! Você está morta, Lauren! Você caiu da escarpa no meio da escalada, quando a tempestade começou. Estamos presas aqui! Não dava para esperar mais. Tivemos de enterrá-la, Laur! Tente entender isso!
- Eu ficarei bem, meu amor! - declarou Camila de mãos postas. - Eu te amo. Sempre vou te amar. Pode ir em paz! No mesmo instante, uma rajada de vento varreu o cemitério. Parecia vir das entranhas da terra, levantando as folhas mortas que cobriam ostúmulos. Parou como viera.Em seguida à ventania, uma completa paz tomou conta do cemitério.A chuva diminuiu e uma garoa leve, perfumada, envolveu os corposmolhados daqueles amigos.Entreolharam-se. O grupo agora era de somente seis.Lauren não estava mais entre eles. Normani pulou para dentro da cova e fechou a mortalha de lona, sem mais olhar para dentro. Pegou a pá e começou a repor a terra retirada,ajudado por Dinah. Camila estava calma. Ajoelhou-se à beira do túmulo e sorriu.Beijou ternamente a ponta dos dedos e jogou o beijo na direção do túmulo. Num sussurro, despediu-se, como se orasse:
- Descanse em paz, meu amor...É isso, espero que tenham gostado !
-hofftmistery
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It Has Called Darkness, My Love
FanfictionO que fazer quando uma viagem entre amigos se torna um pesadelo ? Isso mesmo, contar histórias de terror.