Capítulo Um

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Chris Janes deu eu sorriso maldoso quando passou por mim ao lado da sua trupe de amigas. Olhei para trás, e pensei comigo: "O que essa piranha fez dessa vez?".

Fiquei no corredor pensando nisso por uns segundos, até ser chamado de volta à Terra, por Lyn Andrews. Minha melhor, e única amiga.

- Hellôôôu! Terra chamando Ellie Evans.

- Oi... Oi... Eu ... Eu...

- Estava tentando descobrir o que aquela vadia fez dessa vez - Disse Lyn sem rodeios contemplando as unhas rosas.

- Isso. O que foi que ela fez? - Perguntei receosa de saber que tinha à ver comigo.

- Digamos que a sua inimiga mortal, mandou o Richard Davies fazer uma pichação na porta de uma das salas de aula, e mandou ele assinar com seu nome.

Oh não. Que ódio. Richard era um valentão popular, e era conhecido por falsificar assinaturas. Ele conseguia fazer a letra igualzinho o das pessoas. Ele me odiava e fazia tudo que Chris quisesse. Ele era o namorado dela. Um casal de trools.

- Merda, merda, merda, só falta o diretor...

- EVAAAAAANS!!! AQUI NA MINHA SALA! JÁ!!! - O diretor parecia um pimentão de tão vermelho que estava de ódio. Ele era muito rigoroso. Para um anão. Ele era muito maldoso. Eu acredito que ele tenha vindo do conto de fadas da Branca de Neve, o zangado.

- Boa sorte, nos vemos mais tarde - Murmurou Lyn. E saiu.

Me encaminhei para a morte.

- Sente-se - Ordenou.

Sentei-me.

- Então, você aqui de novo, tsc tsc, acha engraçado pichar uma porta, ofendendo o senhor Sparks? Não tolero vândalos nessa escola, não senhor... Ainda mais você, aluna exemplar, que vergonha. O que tem a dizer? Ah, e não venha com essa de "Foi Chris Janes".

- Nada. Não fiz nada. Foi Chris Janes... Ela mandou Richard Davies pichar a porta e botar meu nome...

- Não me venha com essa. A letra é sua.

- Richard tem o dom de plagiar a letra das pessoas... Foi ele.

- E você acha que eu acredito?

- Se tivesse câmeras nos corredores você veria, mas como não tem, porque nosso querido diretor é pão duro e...

Falei demais. Os olhos do anão faíscaram perigosamente para mim.

- Cuidado com o que diz sua insolente... D-E-T-E-N-Ç-Ã-O! Detenção senhorita! Vai limpar aquela pichação! E suspensa por dois dias por sua insolência.

- Ah, mas por que? Não fiz nada de errado, juro. - Estava indignada com a injustiça - Chame Lyn Andrews, ela vai te confirmar quem foi, chame Richard, chame Chris... Faça-os confessarem.

- Creio que não seja necessário.

- Mas...

- Nada de mas. Agora volte para sua sala. Sua detenção é depois da aula.

Fulminei ele com o pior tipo de olhar que consegui e o praguejei mentalmente e saí da sala.

- Que ódio daquela garota, que ódio daquele diretor, que ódio de toda essa escola - Explodi no corredor.

Não fui para a sala, foi para a biblioteca, era o único lugar que me fazia se sentir bem. Foi para o mais longe possível dá bibliotecária que me fulminou com os olhos malvados. Puxei o caderno e fingi que estava estudando. Pûs meus fones no ouvido e aumentei o volume no máximo. Estava furiosa. My Demons estava tocando. Então senti as lágrimas vindo, o que fiz para merecer aquilo? Era tão injusto. Por que Chris me odiava? Só porque eu joguei tinta nela na primeira série, porque ela fatiou meu ursinho de pelúcia que cantava música de ninar por inveja? Ela era má e invejosa desde sempre, embora sempre tivesse tudo que quisesse. Era tão mimada. Não gostava da alegria das pessoas. Ela se sentia bem fazendo as pessoas se sentindo mal? Por que era tão popular? Ela era um monstro... As lágrimas agora saiam . Por que todos me odiavam? Por que Lyn é a única que gosta de mim? Só porque eu era nerd, e porque era eu mesma? O estilo não mostra o caráter da pessoa. Eu sou legal.

Me levantei e saí da biblioteca. Me dirigi para o banheiro. Lavei meu rosto e olhei para o espelho. Uma garota pálida, de cabelos loiros abaixo dos ombros com a maquiagem borrada olhou para mim de lá. Chorei mais um pouco e lavei o rosto novamente, parei de chorar e retoquei a maquiagem. Olhei para o espelho uma última vez e...

TRIIIIIIMMMM

Recreio.

Me dirigi para o refeitório, tentando parecer normal. Chris vinha na sua roupa puta. Blusinha Americana. Mini-saia clara. E saltos altos. Aqueles cachos negros impecáveis reluzindo e aquela cara com meio quilo de base para cobrir as espinhas vinha com um sorriso venenoso estampado naquela cara de palhaço.

- Olhaaa só quem está aqui, se não é a ema esquisita... E então, não foi expulsa?

- Não - Disse com voz cerrada.

- Ahhh que pena. Na próxima você será.

Dei as costas, mas ela continuou:

- Óóó, pobre órfã... Vai chorar é? Quem iria querer você. Sua esquisita. Por que não vai embora? Ninguém gosta de você! E você jamais terá chance com Alex Russel.

Corei. Alex era o garoto mais popular da escola e todos sabiam que eu tinha uma queda por ele. Ele não gostava muito de mim. Mas era educado comigo. Cerrei os punhos, ela não iria me derrubar e me fazer chorar na frente de todos. Ignorei e peguei minha bandeja.

Ouvi Chris falar uma coisa que passou dos limites.

- Órfã! Nojenta! Idiota! Esquisita! Todo mundo te odeia. Até seus pais te abandonaram. Nem eles quiseram ficar com você.

Todos do refeitório agora olhavam de mim para ela.

Estava cansada de ser tratada mal. Estava cansada de ser injustiçada. Estava cansada de viver.

Joguei a bandeja no chão e parti para cima de Chris. Durante quatro minutos trocamos socos, mordidas e puxões de cabelo. Eu sabia lutar. Chris não. E então eu ganhei. Chris conseguiu cortar minha boca e espatifar meu cabelo. Eu consegui deixar nela um olho roxo, uma mordida no ombro, e uma pequena parte do seu cabelo careca.

Depois que nos separaram, fomos para a enfermaria. Eu acompanhada por Lyn, e Chris de Richard e de sua trupe. A enfermaria deu-nos um sermão, e eu e Chris trocávamos olhares maléficos. Depois de curadas, fomos para a sala do diretor. Ele estava mais furioso comigo ainda. Contei o que aconteceu, ela contou e mudou alguns fatos, de que eu surtei e ataquei de repente. Ele chamou uma funcionária que viu tudo e contou o que viu.

Resultado:

Ela e eu iríamos apagar a pichação. Iríamos ser suspensas, e mais uma vez se fôssemos na sala dele, iríamos sermos expulsas. E o pior. Chris e eu teríamos que ter que fazer um trabalho juntas sobre bullying, ou se não, repetiamos de ano. E sentaríamos juntos, durante o resto do ano. Tudo dependia de Chris.

Ô pesadelo.

O Irmão Da Minha InimigaOnde histórias criam vida. Descubra agora