Capítulo Seis

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Acordei com os olhos inchados. E olhei para o despertador... Sete horas e vinte três minutos da manhã... Ouvi soluços de uma das camas. Não era a única que estava infeliz.

Olhei a volta e descobri que os soluços vinham de Leandra que estava deitada em sua cama, com o travesseiro em cima de sua cabeça. As outras garotas deviam estar tomando o café da manhç

Me levantei e fui até ela.

Não queria que minha princesa estivesse infeliz. Torcia para que não fosse um caso de amor. Ela só tinha nove anos. E não merecia sofrer essa dor que sentia dentro de mim. Pensei no dia anterior e meu estômago revirou. Será que Luke estava bem?... Que idiota que eu sou... Claro que não. Mas minha preocupação principal no momento era Leandra.

Me aproximei. Botei minha mão no travesseiro e o tirei de cima de Leandra.

Me agachei e perguntei:

- O que houve meu pedacinho de céu?

Ela não respondeu de imediato. Sabia que ela ia desabafar. Ela sempre falava comigo porque confiava em mim.

Entre soluços e outros, ela levantou a cabeça, se sentou e agarrou Lorenzo, a girafa e o apertou e disse:

- El... Estão querendo me adotar... Não quero ir... Não aguentarei viver longe de vocês... São minha família de verdade. Eu amo vocês.

Isso era bom e ruim. Bom, porque ela ia ter amor e carinho que merecia. Ruim porque todas nós amávamos nossa pequena Leandra. A travessa mais fofa do mundo. E nós nos apegamos à ela tanto quanto ela tenha se apegado à nós.

- Ora, isso é uma coisa boa, não acha? Ter uma família... Um pai... Uma mãe... Mas é uma decisão sua. Faça o que seu coração mandar. Tive uma ideia pra animar à nós duas... Hoje você não vai à aula. Também estou triste. Hoje vamos ao cinema. Só você e eu. Um segredo nosso, que tal? - Cinema nos distrairia. O Pequeno Príncipe estava em cartaz. Passava a cada duas horas.

- Mas como a gente vai conseguir ir?

- Vou dar um jeito.

- El, não sei o que seria de nós sem você... Não quero ser adotada por ninguém que não seja você. Todas nós queremos... Você quando atingir a maioridade... Vai nos adotar?

Era uma pergunta interessante. Eu? Mãe?

Era óbvio que iria querer todos aqueles anjos comigo para sempre. Era óbvio que as adotaria. E daria o meu melhor. Eu e Luke seríamos ótimos pais... Luke.

Uma lágrima se formou e escorregou dos meus olhos.

Leandra percebeu e intervim antes de ela perguntar o porquê de eu estar chorando. Era muito nova pra entender adolescentes. Mas mesmo assim, abri o jogo. Ela era ótima pra ajudar.

- Estou chorando, porque me lembrei de uma pessoa muito especial pra mim... E sim... Irei adotar vocês! E esse alguém que me fez ficar triste ... Será o seu futuro pai - Disse isso para manter a chama da esperança que tinha com Luke, de que tudo iria se resolver... Só precisava ter coragem... Cadê aquela poção do Harry Potter quando se precisa dela? Aquela tal de Félix Felicis... Era daquilo que precisava.

- Eba!!!

- Nós te amamos muito! Não chore mais... Sempre faça o que seu coração mandar - Disse a ela enquanto ela me dava um abraço. 

- Eu também amo muito vocês... Você principalmente - Sorri para ela quando ela me soltou - E pera aí.. Como assim? O que esse futuro papai fez? Por que você acha ele especial sendo que ele é mau? Você é maluca?

Na mesma hora a porta se abriu e Clary entrou.

- Meninas, não vão tomar café não?... E que cara são essas? - Perguntou Clary quando viu nossas caras chorosas.

- Olha... - Começou Leandra.

- Leandra não está se sentindo muito bem hoje e vai ficar fazendo companhia pra mim - Disse com firmeza - Leandra está com dor de barriga e eu estou chorando por umas coisinhas pessoais Clary.

- Oh meu Deus, Leandra vem tomar um chá e depois você descansa... Vou mandar Isabely avisar seus professores... E El, quer que eu traga o café pra você?

Amava todos daquela casa... Viviam se preocupando uns com os outros.

- Por favor - Disse a Clary.

- Já trago pra você... Leandra, trarei seu chá também.

- Certo - Disse Leandra desanimada, ela olhou discretamente pra mim e vi que ela estava brava comigo por causa do chá... Principalmente da dor de barriga.

Clary saiu e voltou minutos depois com o chá e o meu café da manhã. Sanduíche, suco de laranja e maçã. Trouxe uma comida leve para Leandra também... Frutas. Depositou a bandeja em cima do banquinho que havia há um canto... Disse a Clary que levaria a bandeja para baixo depois e eu e Leandra ficamos a sós de novo.

- Não vou beber isso - Disse Leandra.

- É claro que não, vou jogar na pia do banheiro ok? Desculpe por dizer que você estava com dor de barriga e... Sei que você gosta de privacidade e...

- Ok ok ok... Me dá sua comida e está tudo certo... Mas isso não vem ao caso... Você está triste e quero te ajudar. Me conta agora...

Caí na gargalhada e entreguei minha comida... Não estava com muita fome mesmo... 

- Vou te contar toda a história... Você vai entender.

Contei tudo... Chris... Suspensão... Trabalho... Luke... Almoço... Amber... Ela ouviu tudo com maior atenção enquanto saboreava meu ex-sanduíche, e depois que terminei disse:

- Não liga não, tudo vai se resolver... O amor vence todas as barreiras, e se tem uma pessoa que merece ser feliz é você... Luke te ama... Você o ama... Só você dizer para o mundo todo que você o ama e que ninguém jamais poderá separar vocês... Não desista logo de cara... Siga o seu coração... Seja feliz, enfrente essas garotas malvadas e mostre que você também tem direito de ser feliz... Fale com ele... Fale para o mundo... "Habla si puedes" - Começou a cantar Violetta enquanto eu ria... Ela também caiu na gargalhada.

- Vem cá - Puxei ela para mais um abraço.

Ela falou igual uma adulta e o conselho dela me encorajou, precisaria começar a ter coragem... Independente pra quem falasse, todos diriam a mesma coisa... Menos Chris e Amber... Só elas que podiam ser felizes?

- Te amo... Vou levar a bandeja lá ta? - Disse Leandra juntando as coisas que Clary trouxe.

- E o chá? - Perguntei.

- Ah é - Ela pegou o copo com chá de erva doce e foi até o banheiro, segundos depois voltou com o copo vazio - Agora sim, já volto.

- Certo - Disse para ela enquanto ela saia pela porta com um sorriso feliz.

Queria estar daquele jeito... Feliz... Será que Luke estava melhor? Será que alguém disse a ele o que Leandra disse para mim?

Queria ligar pra ele... Falar que o amava, que batalharia com quem quer que fosse que queira nos separar para podermos ficarmos juntos... 

Olhei para o iPhone depositado no criado-mudo. Peguei ele e desbloquei a tela. 

Vinte mensagens de Lyn. Doze chamadas perdidas de Lyn... 

Ela devia estar preocupada... Olhei as mensagens primeiro.

E meu coração disparou quando vi as mensagens que Lyn mandou...



Viiiiish... Que mensagens serão essas? Mensagens boas? Ruins?

Só no próximo capítulo para descobrir hahaha

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O Irmão Da Minha InimigaOnde histórias criam vida. Descubra agora